O acidente ocorreu na manhã de quinta-feira. Eram cerca das 8h40, dez minutos antes da colisão, quando a condutora foi avistada a circular no sentido oposto ao que seria correto, próximo do nó de A-dos-Francos, nas Caldas da Rainha, dirigindo-se para a zona de Óbidos. Foi um agente da PSP que circulava no seu carro particular quem deu o alerta para o 112, avistando-a ao km 13 da A15. A GNR acionou logo um dispositivo para tentar parar a condutora. “Desencadeámos de imediato os meios para o local, mas infelizmente não conseguimos evitar esta tragédia e já só nos deparámos com todo este cenário causado pela colisão frontal”, afirmou o sargento-ajudante Luís Inácio, do Destacamento de Trânsito da GNR de Santarém. A vítima mortal ficou presa nos destroços e teve morte imediata. “O impacto foi bastante violento. Teve de ser desencarcerada. A operação foi um pouco difícil devido à posição em que estava a condutora, mas em meia hora resolveu-se a situação”, descreveu Patrícia Reis, adjunto do comando dos Bombeiros Voluntários de Óbidos. O corpo foi levado para o Instituto de Medicina Legal de Torres Vedras para ser autopsiado. O condutor do outro veículo foi assistido no hospital das Caldas da Rainha. Envolvidos nas operações de socorro estiveram 26 operacionais e 13 viaturas da GNR, bombeiros, VMER e Autoestradas do Atlântico. Os trabalhos de limpeza da via, que esteve condicionada ao trânsito, foram concluídos cerca de três horas após o acidente.
“Não deu para fugir”
Alguns relatos chegados dão conta que a condutora foi vista em contramão junto ao nó de A-dos-Francos da A15 (Caldas da Rainha), fazendo o percurso até a 250 metros do nó do Arnoia (Óbidos), tendo passado pelas portagens de A-dos-Negros (Óbidos). O Núcleo de Investigação Criminal de Acidente de Viação da GNR está a apurar as circunstâncias em que ocorreu este estranho e insólito acidente, indo analisar as camaras de vigilância na autoestrada para determinar ao certo onde começou a contramão. “Fui completamente surpreendido. Ainda tive alguma reação de tentar encostar ao lado direito mas foi tudo tão rápido que não deu para fugir muito mais”, descreveu José Miguel Costa, profissional de seguros, que guiava o carro contra o qual o que ia em contramão chocou. O condutor ia em trabalho visitar um pavilhão na zona de Santarém, deslocando-se pela A8 do lado das Caldas da Rainha, para aceder à A15, tendo a colisão ocorrido ao km 0,250. “Ao descrever a curva de entrada, tive o embate frontal. Foi um impacto muito violento, mas consegui sair do carro, que vi ter ficado bastante danificado”, referiu. Transportado ao hospital das Caldas da Rainha com ferimentos ligeiros, teve alta momentos depois. “Estou todo dorido, mas felizmente não tenho nada partido”, revelou. A vítima mortal tinha residência em Vale Brejo, Aveiras de Cima, no concelho de Azambuja. Não era casada nem tinha filhos, apenas alguns familiares viviam perto. Rosa Descalço era uma pessoa “conhecida na terra, animada e simpática, e com uma vida normal e respeitada”, contou uma moradora na localidade, que ficou em choque com a notícia do falecimento. “Segundo se diz, ia fazer uma visita a uma sobrinha que estava na praia”, adiantou, desconhecendo mais pormenores sobre o trajeto utilizado pela mulher. As entradas na autoestrada estão bem sinalizadas, pelo que só poderá ter acontecido “um erro humano”, acredita a GNR.
Francisco Gomes
0 Comentários