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Passos Coelho iniciou nas Caldas comemorações do PSD sobre o 25 de abril

Francisco Gomes

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O arranque das comemorações dos 40 anos do 25 de Abril organizadas pelo PSD nacional teve lugar no passado domingo nas Caldas da Rainha, aproveitando-se para celebrar a revolta de 16 de março de 1974, que embora não tenha tido sucesso, acabaria por ser precursora da revolução dos cravos.
Passos Coelho falou da situação atual do país

A cerimónia, no grande auditório do CCC, trouxe às Caldas o presidente do partido e primeiro-ministro Passos Coelho. A receção decorreu sem incidentes, não havendo qualquer manifestação à sua espera.

O presidente da Câmara, Tinta Ferreira, foi primeiro a falar, referindo que se tinha de ausentar pouco tempo depois para participar no descerramento de uma placa alusiva ao 16 de março na Escola de Sargentos do Exército.

O autarca aproveitou para jogar com as palavras “inconformismo”, “coragem” e “ambição”, considerando ser comuns aos militares do 16 de março, o 25 de abril e aos fundadores do PSD-PPD.

“Foram inconformistas, porque não aceitavam a situação em que vivia o país, corajosos, porque decidiram fazer algo arriscado para mudar as coisas, e ambiciosos, porque queriam o melhor para si e para os seus”, manifestou o edil, que aproveitou para deixar um recado ao Governo: “40 anos depois, os caldenses também não se podem conformar com fato de terem o hospital fechado, a lagoa de Óbidos assoreada ou a linha do Oeste com comboios pouco mais rápidos do que no tempo do rei d. Carlo. Mas têm, no entanto, de ter coragem, para fazer parte da solução, assumindo responsabilidades no hospital termal, sendo parceiros da administração central na resolução do problema da lagoa ou apresentando propostas para a linha do Oeste, porque motiva-nos a ambição de que a região seja mais rica e viva melhor, tal como o PSD no Governo tem inconformismo, coragem e ambição necessários para fazer muitos sacrifícios e lutar contra adversidade para conseguir uma vida melhor para os portugueses”.

“Entendemos que não devemos ignorar a revolta de 16 de março, porque faz parte integrante da nossa história e do 25 de abril”, afirmou Pinto Balsemão, fundador do PSD, militante nº1 e presidente da comissão organizadora das comemorações.

O historiador Rui Ramos fez de seguida uma abordagem sobre a revolta militar de abril, contextualizando com a situação vivida na altura no país.

O discurso mais aguardado era o de Passos Coelho, que fez precisamente o contrário. Mais do que as comemorações dos 40 anos do 25 de abril, falou dos tempos atuais.

Passos Coelho disse que o Governo pretende “corrigir assimetrias” entre portugueses e acabar com “privilégios que possam existir”, criticando os tribunais por acentuarem o sentimento de injustiça.

Confessou que foi “surpreendido por notícias de que processos que tinham uma grande visibilidade mediática acabaram por não ter decisão porque foram prescritos”.

Não falando em concreto de nenhum processo, Passos Coelho referiu que “custa à maior parte dos portugueses admitir que isto aconteceu porque as pessoas que estavam envolvidas nos processos não eram cidadãos anónimos”, sublinhando que “a maior parte das pessoas está convencida de que um cidadão comum não teria conseguido um desfecho destes”.

O presidente do PSD concluiu a cerimónia com um apelo à oposição para um entendimento no período pós-troika. “A nossa vontade é que as decisões possam representar o consenso mais alargado possível e vamos em breve conversar com o PS”, manifestou.

Tal como à chegada, na partida o presidente do PSD não prestou declarações aos jornalistas nem foi confrontado com nenhuma manifestação. “Saúde e sorte, é que é preciso”, exclamou uma das pessoas à passagem de Passos Coelho, à saída do CCC, ao que o líder social-democrata retorquiu, sorrindo: ”Também é preciso sim”. Houve ainda tempo para uma senhora pedir a Passos Coelho se podia cumprimentá-lo, o que aconteceu.

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