Desporto Escolar: O regresso do “problema”… O Ministério da Educação divulgou em finais de Dezembro um projecto de Despacho de organização do trabalho nos agrupamentos ou escolas não agrupadas onde, entre várias medidas, visa passar o Desporto Escolar da componente lectiva para a não lectiva. Esta medida, se for avante, terá vários impactos. Parece-me óbvio que ao ser retirado da componente lectiva o número de horários de Professores de Educação Física diminuirá por agrupamento de escola. Apesar de isso ser preocupante, não quero entrar por isso caminho sinuoso da política recente onde se tenta cortar despesas a tudo custo, muitas vezes sem medir as consequências futuras… O que me preocupa, mais uma vez, e que já abordei aqui há uns meses atrás, é que o Desporto Escolar em muitas comunidades, como a das Caldas da Rainha, tem sido um instrumento forte das diversas escolas para proporcionar actividade física e desportiva regular a diversos alunos. E, sabendo, antes da actual crise e com a actual crise, que tendo os Pais muitas dificuldades em proporcionar aos seus filhos uma actividade física e desportiva paga, tinham oportunidade, através da escola, em proporcionar isso mesmo. Não consigo conceber que as pessoas com grandes responsabilidades de liderança no nosso país ainda não tenham compreendido de uma vez por todas que a actividade desportiva regular é fundamental para a manutenção de uma vida saudável. E cabe ao estado em ter esta preocupação primária e em proporcionar isso a todos, com destaque nas crianças em idade escolar pois funcionará como uma educação para criação de hábitos saudáveis. Se o estado quer, no futuro, poupar dinheiro em Hospitais, medicamentos, materiais de saúde, etc., deve investir na promoção da saúde na sua população em termos gerais, e nas crianças, na escola, em termos particulares. Sairá muito mais barato e tornará a população presente e futura muito mais saudável e satisfeita. Isso não deve ser prioridade para o Estado? Pedro Sequeira