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População contesta encerramento da estação de comboios

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A população de Valado dos Frades não se conforma com o encerramento há 4 anos do edifício da Estação de Caminhos de Ferro. Os comerciantes reclamam para que as portas sejam abertas uma vez que os turistas, ao verem que as portas estão fechadas, julgam que não passam comboios na Linha do Oeste. São os […]
População contesta encerramento da estação de comboios

A população de Valado dos Frades não se conforma com o encerramento há 4 anos do edifício da Estação de Caminhos de Ferro. Os comerciantes reclamam para que as portas sejam abertas uma vez que os turistas, ao verem que as portas estão fechadas, julgam que não passam comboios na Linha do Oeste. São os comerciantes que em conversa com os turistas lhes vão explicando que há comboios, mas não há venda de bilhetes. Por esse facto uns vão esperando pelo comboio e outros acabam por seguir viagem a pé, até à estação de autocarros ou mesmo de táxi. Para José Cordeiro taxista há dez anos em Valado dos Frades, após o fecho do edificio da estação o trabalho diminuiu consideravelmente. “Temos muito menos trabalho. Desde que a estação fechou que não se vê ninguém. De vez enquando aparecem aqui uns turistas, mas não tem nada a ver com o trabalho que tínhamos quando havia aqui venda de bilhetes. Levávamos e trazíamos pessoas da praia, para Alcobaça, agora nada disso acontece. O que nos vale é termos alguns clientes certos. Isto assim, está um caos”, lamenta. Segundo o taxista o edifício da CP encerrou depois de os funcionários terem sido convidados a reformarem-se. Actualmente apenas vem uma funcionária abrir as portas e fazer a gestão do espaço,mas as casas de banho estão fechadas. “Eles arranjaram o edifício todo, mudaram as portas e janelas e isto ficou bonito. Pouco tempo depois fecharam-no. Não se percebe”, disse José Cordeiro. “Aquilo é cheiro que não se pode. As pessoas fazem as necessidades na rua”. Ainda segundo o taxista os comboios apesar de serem poucos, são os mesmos, mas se não estiver ninguém na estação, as pessoas que desconhecem o encerramento do edifício vão-se embora porque não tem qualquer informação que diga que há comboios a circular. “As pessoas não sabem, não há horários visíveis. Assim vão-se embora e nós também perdemos os clientes tal como  Valado dos Frades, Alcobaça e Nazaré”, desabafa. Recentemente a Junta de Freguesia de Valado dos Frades mostrou disponibilidade de tomar posse dos Jardins da Estação de Comboios, por estes se encontrarem “abandonados”. José Manuel Santos, presidente da Junta já formalizou o pedido à REFER, estando a resposta da empresa Caminhos-de-Ferro a ser analisada neste momento pelos serviços jurídicos da autarquia da Nazaré. Em princípio será formalizado um protocolo, onde a Junta de Freguesia se comprometerá a cuidar e manter o jardim, assim como os sanitários da estação. Há cerca de um ano o vereador da Câmara Municipal da Nazaré, António Salvador, mandou notificar a REFER devido ao estado de degradação das instalações da estação, invocando o interesse patrimonial do imóvel. Numa missiva que tem ainda como subscritores dois moradores de Valado dos Frades, Carlos Ramos e Alberto Santos, o vereador demonstra “insatisfação e desgosto com o triste panorama que se depara na Estação dos Caminhos-de-Ferro, pois está completamente ao abandono. O jardim é um matagal onde ervas e silvas predominam. Os sanitários depois de terem sido arranjados foram fechados e são um atentado contra a saúde pública”, lê-se no documento enviado à REFER.   Carlos Barroso

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