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Comédia “Relativamente” com actores conceituados

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João Lagarto, António Pedro Cerdeira, Isabel Montellane e Patrícia Tavares apresentaram no CCC das Caldas da Rainha, a 7 e 8 de Maio, uma divertida comédia em que quatro personagens vêem-se envolvidos numa série de equívocos. A peça “Relativamente” foi o primeiro grande êxito de Alan Ayckbourn, no qual todas as personagens mentem, ou inventam, […]
Comédia "Relativamente" com actores conceituados

João Lagarto, António Pedro Cerdeira, Isabel Montellane e Patrícia Tavares apresentaram no CCC das Caldas da Rainha, a 7 e 8 de Maio, uma divertida comédia em que quatro personagens vêem-se envolvidos numa série de equívocos. A peça “Relativamente” foi o primeiro grande êxito de Alan Ayckbourn, no qual todas as personagens mentem, ou inventam, e todos eles gostam de o fazer. Mostram-se diferentes do que são realmente. Como se a vida social exigisse uma certa dose de falsidade para se manter de pé. A mentira serve de base a uma história que faz um retrato da classe média, das suas máscaras sociais e privadas, dos seus jogos de atracção e repulsa, das suas convenções, do seu arcaísmo e da sua modernidade. É também um retrato do casamento, uma reflexão sobre o desejo e a transgressão, sem conclusões nem moralidades, mas com um perspicaz desenho de comportamentos. Curiosamente a adaptação que foi feita para o português escolhe algumas localidades vizinhas, como Óbidos e Santarém. Embora o texto original se passe em Londres, o encenador optou por a localizar para Portugal. João Lagarto, que encena e actua nesta peça, regressou mais uma vez ao CCC, desta vez com um texto mais ligeiro do que tem sido habitual. “É para aliviar a mente das outras que eram mais pesadas, mas também uma forma de divertir as pessoas. Acho uma peça extraordinária, com uma máquina cómica muito bem construída”, afirmou. O actor assume que estas peças permitem lhe chegar a um público mais vasto. A 3 de Julho João Lagarto irá voltar ao CCC, para apresentar a peça “O Quê?!”, um espectáculo baseado no universo de Samuel Beckett. “É um trabalho sobre o Beckett, sobretudo da primeira parte da sua obra, que é menos soturno, mais jocoso e irreverente”, explicou o encenador, que fez a adaptação deste texto. A peça relata a viagem de dois amigos, Mercier e Camier, que um dia resolvem sair da cidade onde vivem para “espairecer”. São dois vagabundos, parentes próximos de Vladimir e Estragão, os personagens centrais da peça de Beckett “À Espera de Godot”, só que em vez de estarem à espera dum tal senhor Godot, estão em trânsito – mas o mais longe que conseguem ir é até à segunda paragem dum comboio que se dirige promissoramente para Sul. Um narrador que nunca sai de casa (João Lagarto) vai descrevendo e imaginando os vários locais por onde os dois amigos vão passando e vai ele próprio encarnando os vários personagens que eles encontram pelo caminho. A peça estreou em Novembro de 2009 na sala estúdio do Teatro da Trindade e tem a particularidade de reunir em cena João Lagarto e o seu filho Afonso Lagarto. Durante o fim-de-semana passado o CCC recebeu ainda mais teatro, na tarde de 9 de Maio, com a peça “Porque é que o Capuchinho é Vermelho”. Destinada ao público infanto-juvenil, o espectáculo da Companhia de Teatro de Animação “Os Papa-Léguas” veio desfazer o mistério relativamente à cor da capa daquela menina. Afinal, porque é que uma mãe mandou a filha a casa da avó vestida pela floresta verde com uma cor tão garrida? Quem assistiu ao espectáculo soube a resposta. Esta foi a terceira e última das peças de tradição oral que foram apresentadas no Centro Cultural pela companhia “Os Papa-Léguas”.

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