Foi o terceiro jantar natalício organizado pelo executivo Vamos Mudar, liderado por Vítor Marques. Durante a sua intervenção, o presidente da Câmara apelou à união de todos para enfrentar os desafios emergentes, com destaque para as áreas da saúde e da ação social. Entre os problemas identificados, mencionou a falta de habitação e as dificuldades que muitas famílias enfrentam para pagar as rendas, sublinhando a necessidade de reforçar os apoios disponíveis.

“As nossas IPSS fazem um trabalho tremendo e merecem mais atenção por parte do Estado e da Autarquia. As nossas escolas, por sua vez, precisam de obras urgentes”, frisou.

O presidente deixou ainda uma mensagem natalícia, destacando que “aquilo que nos une enquanto caldenses é muito mais forte do que aquilo que nos separa”. Recordou que o próximo ano trará eleições autárquicas, mas sublinhou que o objetivo comum deve ser construir um concelho melhor.

Referiu também o grande potencial da cidade criativa, sublinhando o impacto positivo na economia local e elogiando o comércio do concelho. “Temos um comércio fabuloso, e 60 estabelecimentos estão a participar no concurso de montras”, acrescentou.

As intervenções deste ano destacaram ainda o esforço e a proximidade dos presidentes das Uniões e Juntas de Freguesia com a população, reconhecendo o papel fundamental das autarquias na gestão das necessidades locais.

A ocasião reforçou a tradição de aproximar os eleitos locais, promovendo um ambiente de harmonia, independentemente das diferenças políticas. Manuel Isaac, representante do CDS-PP, destacou essa união, descrevendo o jantar como um momento para o reencontro de “velhos amigos e novos adversários”. Recordou ainda que no ano anterior não esteve presente, referindo que se fizeram críticas mútuas. Este ano, garantiu que abandonaria a sala caso surgissem discussões políticas ou temas polémicos.

Sílvia Sousa, coordenadora do núcleo da Iniciativa Liberal das Caldas da Rainha, revelou que o partido vai entrar na corrida às autárquicas de 2025 com o objetivo de contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos munícipes.

Já Fernando Sousa, do MIFA (Movimento Independente pela Foz do Arelho), anunciou que este será o seu último mandato, apelando a uma luta pela redução do IVA nas freguesias de 23% para 3%, uma medida que considera urgente e justa. “É uma injustiça a cultura pagar 6% enquanto nós pagamos 23%. Pediu ainda que quem o suceder defenda a Lagoa, alertando que, sem esta proteção, poderá “morrer”.

Por sua vez, Jaime Neto, em representação do PS, destacou que esta celebração é também uma oportunidade para refletir sobre a atividade política. Referiu que, dentro de nove meses, haverá eleições autárquicas, um momento que descreveu como “o renascimento de ideias em torno do desenvolvimento do concelho”, com destaque para a necessidade de mais habitação.

Paulo Sousa, do PSD, destacou o trabalho árduo dos autarcas, que muitas vezes exige sacrifícios pessoais, incluindo afastarem-se das suas famílias.

Luís Rolim, em representação do movimento Vamos Mudar (VM), afirmou que, apesar de se dizer para não falar de política, o jantar está inevitavelmente ligado à atividade política, sublinhando que este é o papel dos presentes. Reconheceu o desafio enfrentado ao longo dos últimos três anos, mencionando que foi uma experiência gratificante.

Alice Gesteiro, em nome das Juntas de Freguesia, salientou que esta é uma época para reforçar a união e renovar as energias necessárias para cumprir o mandato para o qual “fomos eleitos”. “Nas nossas freguesias, fazemos tudo o que está ao nosso alcance”, afirmou. Contudo, lamentou a diminuição de participantes no jantar, recordando com pesar o falecimento de três antigos presidentes de Junta ao longo deste ano.

O antigo presidente da Câmara, Fernando Costa, optou por não abordar temas políticos, mas aproveitou a ocasião para cumprimentar vários ex-autarcas que, segundo ele, tiveram um papel importante na história do concelho. Entre os homenageados, destacou Maria do Rosário (CDS-PP), José Caetano Luís, o primeiro presidente da Junta de Salir de Matos eleito democraticamente, Ilídio Pina, que integrou a primeira comissão administrativa de Alvorninha e conta atualmente com 86 anos, e ainda Abílio Luís, antigo presidente da Junta de Salir do Porto.

O ex-autarca Tinta Ferreira destacou a sua presença habitual neste evento, afirmando quer faz “questão de estar sempre presente porque fui autarca durante 30 anos e trabalhei intensamente com muitos de vós, o que nos deixou grandes memórias e aprendizagens”. Sublinhou ainda que a maior motivação vem da satisfação de ver uma obra concluída, considerando esses momentos como marcos na história do concelho.

Aos atuais autarcas, apelou à renovação de energias para fazer mais e melhor, especialmente num ano que será marcado por eleições. “As pessoas vão apresentar as suas propostas, mas deve existir um objetivo comum que é melhorar a qualidade de vida dos munícipes”, salientou.

Joaquim Beato, vice-presidente da Câmara Municipal, concordou com a relevância do jantar como um momento de convívio e união entre todos os presentes.