O Museu José Malhoa e o Agrupamento de Escolas Rafael Bordalo Pinheiro unem-se para apresentar “A Verdade Dói” na Escola Básica de Santa Catarina, no âmbito da eliminação das violências contra as mulheres.
O Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres é assinalado anualmente a 25 de novembro, data instituída pela Organização das Nações Unidas. O propósito da data é alertar para a violência física, psicológica, sexual e social que atinge as mulheres, que continua a ser uma das violações dos direitos humanos mais frequentes e generalizadas no mundo.
Para contribuir com a formação de crianças e jovens para a equidade e o respeito, o Museu José Malhoa e o Agrupamento de Escolas Bordalo Pinheiro abrem à comunidade escolar uma nova montagem da exposição “A Verdade Dói”.
A iniciativa é fruto de uma exposição-instalação criada pelo Museu do Calçado, que conta a história de 28 mulheres vítimas de violência. A exposição, após passar por São João da Madeira e Coimbra, esteve aberta ao público no Museu José Malhoa entre 2022 e 2023. Uma outra montagem foi realizada, também, na Escola Secundária Bordalo Pinheiro, em 2023.
Como nas montagens anteriores, também na Escola Básica Santa Catarina a exposição trará para a comunidade escolar histórias reais de violência exercida sobre as mulheres, numa montagem especialmente criada para esta escola pelas professoras Susana Silva e Amábile Bezineli.
Os conteúdos foram cedidos ao Museu José Malhoa pelo Museu do Calçado/Município de São João da Madeira, e foram resultado de uma parceria com a União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) e a Direção Regional de Cultura do Centro (DRCC).
Nesta nova proposta expositiva, além dos textos com os relatos de mulheres e a tipificação dos tipos de violências, são inseridos trabalhos produzidos por alunos da Escola Rafael Bordalo Pinheiro, que realizaram reproduções dos sapatos femininos presentes na exposição original. São mais de dez as formas de violência contra a mulher presentes em “A Verdade Dói”, numa mostra que convida os alunos a “calçar os sapatos” de cada uma dessas mulheres, uma vez que a montagem inclui as salas de aula como parte da exposição.
Para as professoras Susana Silva e Amabile Bezineli, “a exposição ´A Verdade Dói´ procura consciencializar para a persistente violência contra as mulheres, destacando a importância do respeito, da igualdade de género e encorajando a comunidade a combater a discriminação e a violência”.
A diretora dos Museus José Malhoa, da Cerâmica e Dr. Joaquim Manso, Nicole Costa, também ressalta o papel da exposição na consciencialização das pessoas sobre a violência, e acrescenta que “uma exposição como ´A Verdade Dói´ possibilita demonstrar que museus podem, por meio de seus acervos e iniciativas, envolver-se nas questões da sociedade e são corresponsáveis na formação de crianças e jovens enquanto agentes ativos na construção de sociedades mais igualitárias”.
A abertura, que contou com performance de um grupo teatral mobilizado pela Escola Básica de Santa Catarina, decorreu na passada segunda-feira.
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