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Ministra da Saúde recebeu os presidentes que compõem a OesteCIM

Presidente da Câmara das Caldas abordou preocupações locais e regionais

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No dia 22 de outubro, os doze presidentes dos municípios que compõem a Comunidade Intermunicipal do Oeste (OesteCIM) reuniram-se com a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, no ministério em Lisboa. A reunião, que contou também com a presença do chefe de gabinete da ministra, foi marcada pela discussão de problemas estruturais na área da saúde, com enfoque nas necessidades específicas da região Oeste.
O presidente da Câmara manifestou a sua preocupação com o encerramento frequente da maternidade e obstetrícia

Ministra da Saúde recebeu os presidentes que compõem a OesteCIM

No dia 22 de outubro, os doze presidentes dos municípios que compõem a Comunidade Intermunicipal do Oeste (OesteCIM) reuniram-se com a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, no ministério em Lisboa. A reunião, que contou também com a presença do chefe de gabinete da ministra, foi marcada pela discussão de problemas estruturais na área da saúde, com enfoque nas necessidades específicas da região Oeste.

Em entrevista, o presidente da Câmara Municipal das Caldas da Rainha, partilhou os principais pontos abordados na reunião, revelando algumas conclusões importantes.

A questão da construção de um novo Hospital do Oeste foi amplamente discutida. Todos os autarcas concordam quanto à sua necessidade, mas divergências persistem quanto à sua localização. O presidente das Caldas da Rainha apelou à reavaliação do local proposto no estudo encomendado pela OesteCIM, considerando-o redutor.

Segundo Vitor Marques, a ministra não se “comprometeu em relação à localização, mas destacou que o modelo do novo hospital será apresentado até agosto do próximo ano, tomando em consideração vários fatores, incluindo o número de habitantes e a atratividade da região”.

O autarca expressou algum otimismo em relação ao futuro, sublinhando a abertura demonstrada pela nova ministra para reavaliar o processo de construção do novo hospital. “Senti que a discussão não estava tão fechada como com o antigo ministro”, afirmou, referindo que a ministra se mostrou recetiva a “considerar mais critérios do que aqueles que constam no estudo inicial”.

Vitor Marques contou que a governante disse que de “facto a localização é importante, mas agora a prioridade é fazer um estudo para perceber qual a conceção da sua construção, como por exemplo se irá ser público/privado, a manutenção e a própria gestão”.

De acordo com o autarca, a ministra da Saúde deixou nota de que a “localização do hospital tem que ter em conta o número de habitações que possam dar resposta à nova unidade, bem como outro tipo de infraestruturas que tornem a região atrativa”. 

“Estamos expectantes que a senhora ministra terá uma visão bastante diferente do antigo governante e que irá ter em conta um conjunto de outros fatores que até agora não foram tidos em conta”, salientou.

Teleconsultas e Unidades de Saúde Familiar modelo C

No sentido de mitigar a falta de profissionais, foi mencionada a implementação de teleconsultas – consultas online acompanhadas por enfermeiros nos centros de saúde.

Segundo Vitor Marques, este projeto-piloto, que está em “fase de teste em concelhos como Bombarral, apresenta resultados promissores e poderá vir a ser uma solução complementar para enfrentar a escassez de médicos”.

Outro ponto abordado foi a criação das Unidades de Saúde Familiar (USF) modelo C, uma modalidade que prevê a “gestão de centros de saúde por entidades privadas ou sociais, permitindo uma maior flexibilidade na resposta às necessidades das populações”.

Apesar de ainda “ser um projeto em fase embrionária, poderá, no futuro, ajudar a aliviar as carências da região”.

O autarca referiu ainda que a ministra da Saúde anunciou também a futura implementação de “concursos de âmbito nacional para médicos de saúde familiar e enfermeiros, uma medida que visa dinamizar o recrutamento de profissionais em todo o território”.

Os autarcas presentes expressaram a sua expetativa de que esta iniciativa possa trazer algum alívio às carências crónicas da região.

Outro tema debatido foi a transferência de competências na área da saúde para os municípios. Apenas dois dos doze concelhos da OesteCIM – Caldas da Rainha e Sobral de Monte Agraço – ainda não efetuaram esta transferência. O presidente das Caldas explicou que já “havia sido feito um pré-acordo com o anterior governo, mas que as condições propostas não eram adequadas”. O tema está a ser acompanhado pela Associação Nacional de Municípios.

Hospital e carências estruturais

Ainda relativamente ao Hospital das Caldas da Rainha, o autarca manifestou a sua preocupação com o encerramento frequente da maternidade e obstetrícia, apesar do investimento da Câmara das Caldas de cerca de 725 mil euros na unidade.

Vítor Marques disse que criticou a cessação das cirurgias ao cancro da mama no hospital, uma decisão do anterior governo que, segundo o presidente, “prejudica os doentes e afasta médicos”. Apesar da capacidade instalada do hospital, este serviço não foi reposto, o que impacta negativamente a população da Unidade Local de Saúde do Oeste.

A falta de assistentes técnicos nas unidades de saúde foi também discutida, com o presidente das Caldas a alertar para o impacto desta carência no funcionamento de centros de saúde em algumas freguesias. Como solução temporária, as juntas de freguesia de Alvorninha, Santa Catarina e Foz do Arelho já se disponibilizaram a fornecer formação aos seus técnicos para auxiliar na resposta a estas necessidades.

Nem tudo, porém, foi negativo. O presidente congratulou-se com a abertura do serviço de psiquiatria em Peniche, que agora inclui internamento, algo inexistente até há pouco tempo.

Esta reunião marca, assim, um passo importante na articulação entre os municípios do Oeste e o governo central, com a expetativa de que as preocupações locais sejam tidas em conta nas decisões futuras sobre a saúde na região.

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