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Festival Literário Internacional de Óbidos

Câmara ofereceu vouchers de 20 euros aos alunos do concelho para comprarem livros no FÓLIO

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A oferta de um voucher de 20 euros a todos os alunos do Agrupamento de Escolas Josefa de Óbidos, destinado à aquisição de livros numa das livrarias do FÓLIO - Festival Literário Internacional de Óbidos, foi uma das novidades anunciadas pelo presidente da Câmara, Filipe Daniel, na inauguração do evento, que decorre até 20 de outubro.

Festival Literário Internacional de Óbidos

A oferta de um voucher de 20 euros a todos os alunos do Agrupamento de Escolas Josefa de Óbidos, destinado à aquisição de livros numa das livrarias do FÓLIO – Festival Literário Internacional de Óbidos, foi uma das novidades anunciadas pelo presidente da Câmara, Filipe Daniel, na inauguração do evento, que decorre até 20 de outubro.

Na cerimónia de abertura, no dia 10, a ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, salientou a importância desta “festa do livro e da leitura”, incentivando a que todos fiquem “mais despertos para promoverem” a literatura, porque sem ela “não teremos democracia, nem liberdade”.

A ministra salientou que Óbidos “mostrou, uma vez mais, estar na primeira linha desse combate”, dando os parabéns ao presidente da Câmara, Filipe Daniel.

Para a governante, Óbidos tem feito “jus ao seu título de vila literária, conquistado através de um trabalho persistente e paciente, de muitos anos, na salvaguarda de um dos maiores bens comuns da humanidade: a experiência de ler e de escrever”.

Aos jornalistas, Dalila Rodrigues disse que esta era a primeira vez que estava no FÓLIO, confessando que estava “absolutamente fascinada”. A ministra destacou a sua “programação singular” e o facto de Óbidos ser um lugar histórico.

O JORNAL DAS CALDAS questionou a governante sobre eventuais apoios financeiros por parte do Ministério da Cultura ao FÓLIO, tal como tinha feito ao seu antecessor, Pedro Adão e Silva, o ano passado. Ao contrário do ex-ministro da Cultura socialista, que tinha afirmado não fazer sentido isso acontecer, Dalila Rodrigues deixou essa possibilidade no ar. “O FÓLIO encontrará maneira de se consolidar e o Ministério da Cultura estará certamente presente no futuro”, disse.

O presidente da Câmara de Óbidos destacou que o tema da inquietação, escolhido para este ano, “ressoa com força em cada um de nós” porque, esta “é o motor que nos move, a força que nos faz questionar, que nos incita à reflexão, à mudança e à criação”.

Como “a literatura sempre foi, e será, uma forma poderosa de traduzir essa inquietação em palavras que tocam, transformam e iluminam o caminho”, o FÓLIO pretende explorar “as diversas formas em que a inquietação se manifesta – nas letras, nas artes, nas vozes que procuram fazer ecoar os desafios do nosso tempo”.

O edil obidense lembrou o falecido José Pinho, “cuja visão e determinação foram fundamentais para a criação e o crescimento deste festival”. Filipe Daniel salientou que foi “a sua paixão pela literatura e pela promoção da cultura em Óbidos fez do FÓLIO uma referência internacional”.

O festival quis este ano celebrar dois momentos históricos importantes: os 500 anos do nascimento de Luís Vaz de Camões e os 50 anos do 25 de Abril de 1974. “Aqui, em Óbidos, há 51 anos, ocorreu a célebre reunião de 1 de dezembro de 1973, um momento que marcou profundamente a história local e nacional, plantando uma semente crucial na preparação daquela que seria a nossa revolução”, lembrou Filipe Daniel.

Para o autarca, a vila volta a ser “um espaço de liberdade, onde as ideias se cruzam, onde a literatura encontra um lar, onde a inquietação encontra voz”.

A oferta dos vouchers por parte da autarquia vai também nesse sentido, abrangendo todos os alunos do pré-escolar ao secundário. Desta forma, pretendem incentivar a leitura e aumentar os níveis de literacia da comunidade.

“Queremos que todos tenham acesso ao mundo mágico da leitura, incluindo aqueles que possam não ter as condições financeiras para tal. Acreditamos que este pequeno gesto pode fazer uma grande diferença, estimulando o amor pelos livros e criando leitores para a vida”, referiu.

Os vouchers podem ser utilizados nas livrarias Ler Devagar (Livraria do Mercado, Tenda Vila Literária e Livraria de Santiago), Tinta da China (Chocolate House) e o Bichinho do Conto (Galeria Nova Ogiva e Livraria O Bichinho do Conto).

Na inauguração, a vereadora da Educação, Margarida Reis, salientou que o festival é um evento inclusivo, que garante a participação de todos. “Este ano contamos com maior envolvimento da nossa comunidade obidense, o que muito nos orgulha”, referiu.

Joana Pinho, representante da Ler Devagar e curadora do FÓLIO Mais, também usou da palavra, vincando a importância desta edição. A filha de José Pinho comentou que esta é a primeira edição em que este não teve qualquer intervenção. Apesar disso, “é uma grande alegria podermos estar aqui e ver que as coisas continuam”.

O presidente da Fundação INATEL, José Manuel Soares, salientou o papel que esta entidade tem no festival. O palco INATEL é um espaço dedicado às artes e à cultura popular, que vão além da literatura, reforçando a missão cultural da fundação.

Juju Bento recebeu prémio Millenium Bcp

No final da cerimónia teve lugar ainda a entrega do prémio Millenium Bcp à artista plástica Juju Bento.

Natural de Abrantes, a artista tem 25 anos e recebeu este galardão pelo trabalho intitulado “Baía do Ar”.

O prémio “Millenium bcp – O Texto Vivo” visava a criação de uma ficção visual – um lugar, uma ambiência, uma instalação – em diálogo com o texto de Maria Gabriela Llansol, a partir de conceitos e imagens criados pela autora.

“A Baía do Ar é um espaço dentro de uma paisagem atmosférica e uma experiência omnisensível de uma tipologia de ruído, proveniente da partilha área e, simultaneamente, singular, onde convido todos a escutarem-se humanos como Llansol”, referiu Juju Bento, convidando a todos a experienciarem o seu projeto.

A exposição pode ser vista no Centro de Design de Interiores, ao longo dos onze dias do festival literário.

Das salas esgotadas às cadeiras vazias

O FÓLIO é uma iniciativa organizada pelo município de Óbidos, empresa municipal Óbidos Criativa, Ler Devagar e Fundação INATEL, que inclui cerca de 600 iniciativas.

Os primeiros dias do festival demonstraram a sua heterogeneidade, com atividades para todos os gostos.

Com um tão grande número de atividades, nem todos os eventos contaram com muita participação, mas as salas esgotaram a sua capacidade nos momentos mais importantes.

Como habitualmente, Ricardo Araújo Pereira foi um dos autores mais procurados, nomeadamente na sessão da noite de 12 de outubro, onde apresentou os seus dois últimos livros: “Coisa que não edifica nem destrói” e “O que é que eu estou aqui a fazer?”.

O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, foi convidado a participar, enquanto autor do livro “Liderar com as Pessoas”, numa conversa com a escritora luso-angolana Yara Nakahanda Monteiro.

Entre os autores estrangeiros, destaque para o painel com o escritor croata Velibor Čolić, e sul-coreana Anna Kim, que falaram sobre o tema “Diferença”, onde falaram das suas experiências como emigrantes na europa.

Uma das novidades desta edição é uma aplicação para smartphones, a App FÓLIO Festival, que permite acompanhar a programação em tempo real, receber notificações e conhecer mais sobre os autores, entre outras possibilidades.

Entre as várias atividades referia-se ainda a inauguração de uma biblioteca na Usseira, os vários workshops e masterclasses para crianças e adultos, os mais diversos concertos, entre muitas outras.

Laborinho Lúcio no Seminário Internacional de Educação

Durante os primeiros dias decorreu ainda mais uma edição Seminário Internacional de Educação, que teve Laborinho Lúcio como um dos oradores no primeiro dia.

O juiz jubilado Laborinho Lúcio, ex-ministro da Justiça, defendeu que a escola deve incentivar as crianças a perguntar, e deve educar para os direitos, e não só para os deveres, para formar democratas.

Já Domingos Fernandes, presidente do Conselho Nacional de Educação, defendeu “elevados níveis de exigência” na formação dos professores.

“As instituições do ensino superior, salvo honrosas exceções, preparam os professores para uma coisa relativamente fácil, e ser professor hoje não é fácil”, comentou, acrescentando que “temos de nos confrontar com um conjunto de elementos com os quais nem sequer sonhávamos”.

O responsável sustentou que a formação dos professores deveria ter “uma componente prática, em contexto de trabalho, na ordem dos 40 a 50%”.

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