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Inverter a pirâmide invertida

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Céline Delacroix, professora adjunta da Escola de Ciências da Saúde da Universidade de Otava, tem centrado a sua investigação interdisciplinar na relação entre o planeamento familiar, o tamanho da população e a sustentabilidade ambiental.

Céline Delacroix, professora adjunta da Escola de Ciências da Saúde da Universidade de Otava, tem centrado a sua investigação interdisciplinar na relação entre o planeamento familiar, o tamanho da população e a sustentabilidade ambiental.

Como se pode ler no site The Conversation, no texto intitulado “Demography and reproductive rights are environmental issues: Insights from sub-Saharan Africa“ (A demografia e os direitos reprodutivos são questões ambientais: Percepções da África Subsariana),esta investigadora refere que a população da África Subsariana passará dos actuais 1,2 mil milhões para 2,1 mil milhões, dentro de 25 anos. A taxa de natalidade nesta região é de cerca de 4,6 filhos por mulher, o que provoca um crescimento populacional três vezes mais rápido que no resto do mundo. Esta explosão demográfica intensifica problemas sociais, económicos e ambientais. Haverá sempre mais fome e falta de empregos, para uma população com uma idade média de 18,7 anos. Segundo a Organização Internacional do Trabalho, 25% dos jovens da África Subsariana não tem possibilidade de trabalhar nem de estudar.

Amanda Taub e Lauren Leatherby, jornalistas do New York Times, num texto que se pode ler no site deste jornal, intitulado “How Shrinking Populations Fuel Divise Politics” (Como a Redução Populacional Alimenta Políticas Divisivas), estimam que a população no activo irá diminuir na Europa, mas também em muitos outros países como o Brasil, China, Chile, Japão, et cetera, o que trará consequências negativas para estas sociedades. A diminuição da taxa de natalidade tem sido uma decorrência paradoxal da evolução dos países — a melhoria das condições de vida parece excluir a maternidade e famílias numerosas. Embora vários países tenham tentado aumentar a fertilidade através de benefícios fiscais, subsídios e até prémios para mulheres que têm muitos filhos, estes programas apenas tiveram efeito marginal na evolução das taxas de natalidade. Os únicos países ricos que conseguem algum crescimento da população activa são os que têm maior número de imigrantes.

Segundo o estudo das duas jornalistas do New York Times, mesmo que todos os jovens da África Subsariana viessem socorrer os países ocidentais com falta de mão-de-obra, isso apenas travaria o aumento do envelhecimento das populações, mas não o resolveria. No caso da Europa, a inversão da pirâmide etária é de tal modo acentuada que, mesmo absorvendo metade da população em idade activa da Índia, o país mais populoso do mundo, apenas conseguiria chegar a 2050 com o nível de envelhecimento da população que tem hoje. O que demonstra que atrair imigração para repor a pirâmide etária deve ser uma política consistente de muito longo prazo.

Portugal é dos países mais envelhecidos do Ocidente e os cidadãos estrangeiros com autorização de residência, que têm dado um contributo inestimável à sustentabilidade da nossa Segurança Social, mas que tanta percepção temerosa têm causado, são apenas 1 milhão, 10% da populaçãonacional. O Luxemburgo, considerado o país mais rico do mundo, tem 48% de residentes estrangeiros.

Escrevo segundo o anterior acordo ortográfico.

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