Um relatório elaborado pelo Gabinete de Investigação de Acidentes Marítimos e da Autoridade para a Meteorologia Aeronáutica (GAMA) e homologado a 6 de maio, revela que quando a embarcação de pesca costeira Avô Rita encalhou no areal da praia do Molhe Leste, em Peniche, na madrugada de 2 de março deste ano, o mestre encontrava-se sozinho na casa do leme e foi acordado pelo barulho do encalhe.
A embarcação navegava em piloto automático em aproximação da entrada do Porto de Pesca de Peniche. A bordo encontravam-se seis pessoas. Para além do mestre, o único português, estavam três tripulantes do Peru, um da Indonésia e outro da Guiné.
A tripulação estava a descansar e o mestre ficou de vigia na casa do leme e só se lembra de acordar com a embarcação encalhada, refere o relatório do GAMA.
A ocorrência foi classificada como acidente marítimo muito grave, mas não teve consequências na saúde de dois elementos da tripulação e do mestre, que foram observados no hospital por precaução, com sinais de hipotermia.
Foi considerado que um tripulante extra, que efetuaria as funções de vigia durante a navegação, poderia ter complementado os meios auxiliares de navegação, ou então a reorganização da tripulação de forma a existirem dois elementos na casa do leme aquando da aproximação ao porto de chegada.
O barco, com 14,70 metros de comprimento, matriculado no porto de Peniche, ficando encalhado a poucos metros cada costa e o mestre ordenou o abandono da embarcação, que veio a sofrer diversos golpes de mar e um alagamento progressivo.
No dia 14 de março, com assistência de terra e reboque, a embarcação foi removida do areal da praia do Molhe Leste, com perda construtiva.
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