A Lusosílica, do grupo Parapedra, pretende implementar uma exploração de caulino e sílica na Serra do Bouro, numa zona de 70 hectares que inclui um antigo areeiro que há uns anos ficou conhecido como “lagoa azul”, devido à cor da água que se acumulou no local.
A concessão (C-130) visa a exploração de areias especiais (sílica) e argilas especiais (caulino), mas para que isso seja possível será necessário alterar o Plano Diretor Municipal (PDM), que está atualmente a ser revisto. Isto porque existe um perímetro de proteção dos furos de captação de água.
Manuel Pinheiro, presidente do conselho de administração do grupo, esteve presente na Assembleia Municipal das Caldas da Rainha de 29 de abril, para apresentar este projeto, no valor de sete milhões de euros, o qual já teve aprovação financeira no âmbito do “Portugal 2030”.
Segundo o responsável, o grupo Parapedra, que tem sede em Rio Maior, tem várias unidades de exploração de minerais não metálicos, em vários países da Europa, na Índia, China, Estados Unidos e Canadá.
No terreno da Serra do Bouro pretende fazer uma exploração de sílica, destinada ao setor do vidro e da cerâmica. “Caldas da Rainha tem a sorte de ter um produto de excelência para o setor do vidro fotovoltaico, para garrafas e de caulino”, salientou.
Para este projeto, serão criados cerca de 50 postos de trabalho e está estipulado que a Câmara das Caldas receberá 35% dos royalties da exploração comercial.
A empresa compromete-se ainda a apostar na recuperação paisagística, sendo que o projeto terá de ser submetido a um estudo de impacte ambiental.
Os deputados municipais referiram que não tinham informações suficientes sobre o assunto e pediram que lhes fosse facultada a documentação existente. Até para que pudesse ser analisado na comissão destinada ao PDM.
O presidente da Câmara das Caldas, Vitor Marques, referiu que este já é um projeto antigo e que são necessários vários pareceres para que possa ser viável, até para proteger o aquífero existente naquela zona.
Embora considere que os investimentos desta dimensão sejam importantes para o município, salientou que todos os fatores têm de ser bem ponderados para que a Câmara possa definir a sua posição.
O administrador-delegado dos Serviços Municipalizados, José Manuel Moura, afirmou que ficou preocupado com aquela intenção da empresa, uma vez que “muitas das nossas captações são naquela zona”.
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