O Centro de Saúde de Óbidos reabriu na passada sexta-feira, depois de obras de requalificação, num investimento financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), no valor de 516 mil euros, mas apesar das renovadas instalações continua a persistir o problema da falta de médicos, obrigando os utentes a fazerem fila de espera desde madrugada para tentarem ter uma consulta.
Tendo sido inaugurado a 11 de janeiro, só agora o centro de saúde voltou a funcionar, após resolvidas algumas questões técnicas, nomeadamente ao nível da instalação da rede de telecomunicações. Contudo, apenas existe uma médica de família a tempo inteiro e que está na idade para a reforma. No âmbito de um protocolo com a Santa Casa da Misericórdia de Óbidos, há mais três médicos em prestação de serviços, que no total fazem 36 horas semanais, o que é insuficiente para o universo de cerca de 7800 utentes, número que não é maior somente porque uma vez que os habitantes da vila de Gaeiras reportam à Unidade de Saúde Familiar Rafael Bordalo Pinheiro, nas Caldas da Rainha.
A dificuldade torna-se ainda maior para os utentes que vivem nas freguesias mais distantes, que enfrentam o obstáculo da escassez de transportes públicos para chegarem ao centro de saúde, uma contrariedade que o presidente da Câmara de Óbidos se propõe resolver caso a legislação o permita, adquirindo um transporte público que faça um itinerário pelas freguesias para recolher os utentes.
Quanto à falta de médicos, a administração da Unidade Local de Saúde do Oeste, de que faz parte o centro de saúde, aguarda que haja interessados para preencher as vagas, agora que as condições são mais atrativas para os profissionais.
Direcionado para os cuidados de saúde primários, funcionará todos os dias úteis entre as 08h00 e as 18h00, com as valências de saúde materna, saúde infantil, planeamento familiar, medicina dentária, higiene oral, nutrição, psicologia e serviço social. Numa perspetiva de trabalho complementar e em rede, encontram-se também sediados no edifício as respostas na comunidade e saúde pública.
No decorrer das obras de requalificação foram substituídas integralmente todas as instalações (redes de águas, esgotos, eletricidade, telecomunicações e segurança contra incêndio), caixilharias exteriores e interiores. A substituição do revestimento da cobertura de chapas de fibrocimento por painéis sandwich e toda a sinalética do edifício também foram realizadas.
A intervenção incluiu uma nova instalação de AVAC (Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado) e um sistema de isolamento térmico pelo exterior do edifício, melhorando o conforto térmico, a qualidade do ar interior e a eficiência energética do edifício.
Desde a construção, em 1982, que o edifício nunca tinha sido intervencionado.
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