A sul-coreana Lucia IM, considerada a melhor do mundo na arte do cake design na vertente de flores em creme de manteiga e flores em pasta de chocolate espatuladas, esteve quatro dias a lecionar intensamente na Academia Profissional de Cake Design (APCD), nas Caldas da Rainha, atribuindo os primeiros quinze certificados coreanos em Portugal, um diploma que atesta a qualidade da aprendizagem dos alunos das técnicas de um país que está num nível elevado no que toca a bolos decorados.
Entre 29 de outubro e 1 de novembro, alunos da APCD que andam a frequentar uma masterclasse de cake design de ano e meio de duração – profissionais com pastelarias ou ateliês espalhados pelo país – recolheram os ensinamentos da especialista asiática. No dia 2 houve uma aula extra para outros alunos internos e externos.
Flores em creme de manteiga com recurso à técnica de bicos de pasteleiro e flores em pasta de chocolate esculpidas com espátula foram produzidas pelos alunos, depois de observarem Lucia IM, numa aprendizagem que vai ao encontro da “eterna luta em não se utilizarem flores verdadeiras em bolos”, vincou a responsável da APCD, Teresa Henriques.
Um regulamento comunitário determina que “em todas as fases de produção, transformação e distribuição os alimentos devem ser protegidos de qualquer contaminação que os tornem impróprios para consumo humano”, como sublinha a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE). O risco de uma eventual intoxicação ou outra complicação tem sido ao longo dos tempos uma batalha de Teresa Henriques.
“Todos os anos alerto os casais de noivos e não só para o mesmo. Vê-se a correria às flores naturais, que são produzidas com químicos para que cresçam rapidamente, sejam bonitas e tenham uma maior durabilidade. Estas substâncias são perigosas para consumo do ser humano”, transmitiu. “Também podem conter piolhos, pragas e não podemos esquecer que o pólen e a seiva que algumas flores têm são altamente tóxicos para nós”, fez notar.
Os quinze alunos “foram os únicos a ganhar o certificado coreano, que mais ninguém em Portugal tem”, um reconhecimento que para ser atribuído teve de ser autorizado pela associação da Coreia do Sul que coordena o cake design.
“Foram quatro dias intensos mas maravilhosos, tantas técnicas que aprendemos com a magnífica Lucia IM”, manifestou Teresa Henriques, que sublinhou a importância desta certificação para a carreira dos cake designers portugueses. Os alunos, quando acabarem a masterclasse, “vão também ser certificados como master cake designers, o topo do topo”.
Para a especialista sul-coreana a formação nas Caldas da Rainha foi facilitada por os alunos “já terem conhecimentos e prática”.
“Os cake designers portugueses são muito bons, fiquei surpreendida, fizeram um grande esforço e bonitos bolos com flores, e foi fácil trabalhar com eles”, disse ao JORNAL DAS CALDAS.
“Senti interesse e todos têm muita paixão por aprender, o que apreciei”, referiu Lucia IM, que na Europa agendou mais duas masterclasses este mês, na Escócia e em Inglaterra.
“Todos os países são diferentes”, admitiu, tendo gostado de estar em Portugal. “As pessoas foram muito simpáticas, senti-me muito confortável, e vi o valor que dão ao cake design”, rematou.
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