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Estrutura de Acolhimento Temporário de Imigrantes e Refugiados em Salir de Matos

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A Associação de Solidariedade e Educação de Salir de Matos (ASESM) tem desde o mês de agosto em funcionamento uma Estrutura de Acolhimento Temporário de Imigrantes e Refugiados (EAT), com capacidade para receber seis migrantes e refugiados que já estão no país. São duas casas juntas localizadas na freguesia de Salir de Matos que pertencem à ASESM e que foram adaptadas às novas necessidades. Neste momento estão alojadas quatro pessoas. Uma família (mulher e dois filhos) que conseguiu sair da Rússia e uma mulher natural de Angola.

Na passada segunda-feira decorreu a assinatura do protocolo entre o Instituto da Segurança Social e a ASESM, na sede da instituição, para a constituição da EAT.

A Segurança Social paga mensalmente 900 euros por pessoa à ASESM e a instituição tem a responsabilidade de dar aos imigrantes alojamento, alimentação, cuidado da higiene, apoio psicossocial, transporte e “trabalhar connosco na construção do projeto de vida para estas pessoas”, disse João Paulo Pedrosa, diretor do Centro Distrital de Leiria da Segurança Social. Inserção no mercado de trabalho, lugares nas escolas e soluções de alojamento são prioridades.

Dado o número de elevado de imigrantes que chegam todos os dias a Portugal e como esta região está mais perto de Lisboa, a Segurança Social de Leiria solicitou às 250 instituições particulares de solidariedade social (IPSS) do distrito que “se tivessem casas ou espaços para acolher estas pessoas que nos contactassem e a ASESM foi uma da meia dúzia delas que sinalizaram essa disponibilidade”, explicou João Paulo Pedrosa.

“Se houver mais instituições que queiram assumir esta resposta melhor ainda”, adiantou.

O diretor da Segurança Social de Leiria recordou que fez no passado sábado um ano que a Câmara Municipal das Caldas da Rainha acolheu 40 imigrantes timorenses que foram dispensados da apanha da fruta. “22 destes timorenses já estão integrados com emprego e a sua vida mais ou menos organizada e outros saíram”, revelou João Paulo Pedrosa.

Este responsável ficou muito satisfeito por saber que uma das utentes alojadas na EAT foi integrada na equipa da ASESM como ajudante de cozinha.

Anigelina Nbengani saiu de Angola por problemas pessoais e está desde agosto a viver na nova estrutura criada pela instituição. Em declarações ao JORNAL DAS CALDAS disse que está “a adorar” o novo emprego e que se sente “em casa”.

Por sua vez, Elizabeth Leolezma, que nasceu no Peru e foi viver para a Rússia, ao divorciar-se, e com medo que enviassem o seu filho de 18 anos para a Guerra na Ucrânia, fugiu para Portugal devido à língua ser parecida com o espanhol. Tem com ela também o filho de 11 anos que vai iniciar a escola nas Caldas. Espera arranjar emprego para iniciar uma nova vida com os seus filhos.

Vitor Marques, presidente da autarquia, elogiou a ASESM por se ter “disponibilizado para a comunidade e para esta necessidade nova que vai aumentar”. 

Realçou ainda a Segurança Social que “viu aqui uma forma de criar um mecanismo de apoio e também de incentivo às associações”.

Segundo o presidente da direção da IPSS, Pedro Rebelo, “a ASESM é conhecida pela sua grande capacidade de dar boas respostas sociais e esta é mais uma”. “A direção trabalhou intensamente para conseguir dar urgência a este processo e empenhámo-nos muito no projeto”, contou.

imigrantes 3
Duas casas na freguesia de Salir de Matos foram adaptadas às novas necessidades
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