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Grávidas do Oeste em risco de serem recusadas em Leiria

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Depois da equipa médica do Serviço de Pediatria do Centro Hospitalar de Leiria (CHL) ter realizado um abaixo-assinado em que manifesta não aceitar a transferência de utentes do Serviço de Obstetrícia (internamento, bloco de partos e urgência obstétrica) da unidade das Caldas da Rainha do Centro Hospitalar do Oeste (CHO), agora os médicos obstetras do CHL apresentaram uma “escusa de responsabilidade clínica face à atual situação em que se encontram a exercer a sua atividade”, nomeadamente devido ao "aumento muito significativo de afluência" ao serviço de urgência e do número de partos desde junho, anunciou o Sindicato Independente dos Médicos (SIM).
O acolhimento das grávidas encaminhadas por Caldas da Rainha está a deixar o hospital de Leiria sem capacidade

Depois da equipa médica do Serviço de Pediatria do Centro Hospitalar de Leiria (CHL) ter realizado um abaixo-assinado em que manifesta não aceitar a transferência de utentes do Serviço de Obstetrícia (internamento, bloco de partos e urgência obstétrica) da unidade das Caldas da Rainha do Centro Hospitalar do Oeste (CHO), agora os médicos obstetras do CHL apresentaram uma “escusa de responsabilidade clínica face à atual situação em que se encontram a exercer a sua atividade”, nomeadamente devido ao “aumento muito significativo de afluência” ao serviço de urgência e do número de partos desde junho, anunciou o Sindicato Independente dos Médicos (SIM).

Em comunicado, o SIM informou que a diretora do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, Andreia Antunes, enviou ao diretor executivo do SNS, Fernando Araújo, uma carta “redigida em nome de todos os médicos do Serviço”, onde alerta para a “escusa de responsabilidade clínica previamente endereçada a Ordem dos Médicos e pedido de ajuda para reforço da equipa de urgência”.

Em causa, ”o atual cenário que estamos a ser confrontados desde o início de junho (com o alargamento da área de influência ao CHO), que motivou um aumento muito significativo de afluência ao serviço de urgência e do número de partos, sem consentâneo ajustamento do número de elementos na equipa de urgência”.

Andreia Antunes sublinha que “volvidos quase dois meses, o cansaço é franco, com elementos prestadores a abandonar colaboração e médicos do serviço em fim de “linha” para continuar a colaborar além dos limites legais, que já foram largamente ultrapassados e o que acarretaria o encerramento desta maternidade”.

A diretora revela que em julho houve “242 partos e 1476 admissões”, o dobro do valor na mesma altura no ano passado, concluindo que “estamos esgotados”.

Anteriormente, em abaixo-assinado, os trinta médicos da Pediatria apontavam que não era possível assegurar a assistência perante o aumento da procura, na sequência do encerramento temporário, entre 1 de junho e final de outubro deste ano, do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia da unidade das Caldas da Rainha do CHO devido a obras de requalificação que visam melhorar as condições de qualidade, conforto e segurança para utentes e profissionais de saúde, desviando o internamento, bloco de partos e urgência obstétrica para o CHL.

Os médicos da Pediatria exigem que não seja aceite a atividade obstétrica do Hospital das Caldas da Rainha. Querem também que quando nos turnos haja indisponibilidade de elementos para escala e fique apenas um pediatra, seja encerrada a Urgência Pediátrica “a todas as admissões externas”, a partir das 20h00, “de forma a garantir os cuidados adequados e em condições de segurança para os doentes internados”.

Defendem igualmente que “todas as grávidas com condições de transferência” devem ir para outras unidades hospitalares.

Para suprir o encerramento temporário da maternidade em Caldas da Rainha, ficou definido pelo diretor executivo do SNS que o Hospital de Leiria funcionaria “de forma ininterrupta sete dias por semana, sem períodos de contingência” e seria “reforçado com recursos humanos (médicos e enfermeiros) e equipamentos”, nomeadamente oriundos do CHO.

Nas Caldas da Rainha com a atividade assistencial do Serviço de Obstetrícia suspensa para obras de fundo, não são recebidas novas utentes. Contudo, as consultas externas de ginecologia e de obstetrícia continuam a funcionar com normalidade nas instalações do CHO.

O conselho de administração do CHL garantiu que “o acordo com o CHO, com o reforço e integração de profissionais de saúde da área de ginecologia/obstetrícia nas escalas do CHL, tem decorrido dentro da normalidade”, sustentando que “não há motivo de alarme e a resposta às necessidades dos utentes do serviço de ginecologia/obstetrícia e da urgência pediátrica tem sido assegurada como habitualmente”.

O assunto levou o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda a questionar o Ministro da Saúde. A deputada Catarina Martins interrogou: “O que está o Governo a fazer perante a denúncia dos profissionais do CHL de que não estão reunidas as condições de segurança para o exercício da atividade médica de qualidade na urgência pediátrica, no bloco de partos e na maternidade?”.

Para o Bloco de Esquerda, o encerramento da maternidade nas Caldas da Rainha com a justificação de obras é “apenas uma desculpa para ocultar a enorme falta de profissionais, que não permitiria garantir as escalas de serviço durante os meses de verão”.

“O diretor executivo do SNS anunciou, em plena Assembleia da República, que a notícia deste encerramento foi acolhida com tranquilidade pelos trabalhadores médicos e outros profissionais de saúde e que as transferências das grávidas não iriam trazer problemas. Foram afirmações que não correspondem minimamente à realidade”, manifestou Catarina Martins.

“A situação é preocupante e é tudo menos tranquila”, vincou, questionando o que acontecerá com “as mulheres grávidas de toda a região Oeste”.

Nova sala operatória no bloco de partos em Leiria

O CHL iniciou no dia 7 de agosto o funcionamento da nova sala operatória no bloco de partos, que fica localizada na Urgência de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital de Santo André (HSA), junto às salas de parto, que permite a realização de cesarianas, aumentando a qualidade e segurança dos cuidados prestados à grávida em trabalho de parto.

O projeto da nova sala operatória no Bloco de Partos do HSA teve um investimento de cerca de 1.070.000 euros, que inclui a empreitada e a aquisição de equipamento, que contou com o financiamento de 467.788,04 euros atribuído pela Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde, no âmbito do Programa de Incentivo Financeiro à Qualificação dos Blocos de Parto do Serviço Nacional de Saúde, sendo o CHL uma das 25 unidades contempladas e um dos primeiros centros hospitalares a abrir as portas de um novo espaço no bloco de partos.

“A possibilidade de ter um bloco operatório dentro do bloco de partos é uma mais-valia e uma garantia de segurança incontestáveis. Este novo bloco vem dar resposta a uma necessidade sempre percecionada pelas equipas de Obstetrícia, Pediatria e Anestesiologia, de uma proximidade do bloco para as situações de emergência obstétrica que necessitem de rapidez de atuação”, destaca a diretora do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do CHL.

“Por outro lado, também representa um ganho para o casal, não só pela resposta mais ágil nas situações emergentes, como pela menor mobilização da grávida que tinha de ser deslocada para o bloco central, mais distante, e ainda a interrupção do acompanhamento do parto pelo pai/acompanhante que não tinha acesso ao bloco central”, adianta.

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