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Centro de Artes uniu a cerâmica à cutelaria

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O fogo da paixão pela cutelaria e pela cerâmica alimentou durante dois dias, 17 e 18 de março, um singular evento, organizado pela Centra – Associação dos Amigos do Centro de Artes, que juntou os dois principais setores das Caldas da Rainha, ao nível industrial e artesanal. A gastronomia foi o terceiro elemento, na temperatura de uma fogueira instalada no jardim do Centro de Artes das Caldas da Rainha.

O fogo da paixão pela cutelaria e pela cerâmica alimentou durante dois dias, 17 e 18 de março, um singular evento, organizado pela Centra – Associação dos Amigos do Centro de Artes, que juntou os dois principais setores das Caldas da Rainha, ao nível industrial e artesanal. A gastronomia foi o terceiro elemento, na temperatura de uma fogueira instalada no jardim do Centro de Artes das Caldas da Rainha.

O evento, denominado “Domar o Fogo”, juntou no Centro de Artes um animado grupo de pessoas, entre muitas crianças e adultos, que aproveitaram ao máximo todas as atividades programadas. Houve ateliês de cutelaria e cerâmica, uma palestra, um concerto de encerramento, entre outras atividades.

A ideia de realizar este evento foi do escultor e cuteleiro Paulo Tuna, a partir do convite feito ao luso-alemão Rainer Daehnhardt para expor nas Caldas da Rainha algumas das peças ligadas à cutelaria que fazem parte da sua coleção particular.

“Foi numa visita que fizemos à casa de Rainer Daehnhardt, em Belas, que o Paulo Tuna começou a pensar em dedicar-se mais à cutelaria”, contou José Antunes, diretor do Centro de Artes.

As peças mais antigas expostas na Casa da Concas têm milhões de anos: dentes de megalodon (o maior tubarão que já existiu) que foram descobertos pelos nossos antepassados na bacia do Tejo e utilizados como elementos cortantes. Da exposição “Facas com História” faz parte uma série de facas, espadas, pontas de lanças e outras peças de entre o século III A.C. e o século passado.

A família de Rainer Daehnhardt veio para Portugal em 1706 para tratar da negociação do casamento do filho de D. Pedro II (o futuro D. João V) com D. Mariana de Áustria. Seria esta monarca que introduziria as leis de caça em Portugal. “A minha família ficou por cá e durante 300 anos foram sempre os representantes do governo imperial alemão e do governo imperial austro-húngaro”, contou.

Todos os seus antepassados tinham uma grande adoração pela História e foram guardando objetos importantes. Rainer Daehnhardt considera-se agora o fiel depositário de uma herança que passou de gerações para gerações e também de muitas peças que conseguiu ir juntando. Segundo o responsável, a sua coleção particular é composta por 500 mil objetos e trouxe para as Caldas apenas uma pequena parte, por ser a que tem mais a ver com a cutelaria.

Trabalhos ao vivo

Para além da promoção destes saberes ancestrais, o programa do “Domar o Fogo” pretendeu fomentar a transmissão e a partilha de conhecimentos, técnicas, métodos e tradições.

Ao longo de dois dias foi possível observar as técnicas de transformação e modelação do material, com algumas peças únicas a serem produzidas à vista de todos. As mesmas peças foram depois leiloadas no final da iniciativa.

Paulo Tuna e Carlos Norte (Lombo do Ferreiro) fizeram uma demonstração ao vivo sobre como criar uma lâmina do princípio ao fim, sob o título “Do Aço à Faca”.

Miguel Neto e Álvaro Nogueira apresentaram processos ancestrais de cozedura de cerâmica artesanal, como o forno de papel, o raku ou o pitt barrel.

O escultor e fundidor Renato Franco criou réplicas de uma espada persa e de uma adaga celtibérica, inspiradas na coleção de Rainer Daehnhardt

A parte gastronómica esteve a cargo da Casa Antero, do Forno do Beco e do Geo Wine & Supra.

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