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Trabalhadores da Misericórdia e do Montepio juntaram-se na greve do setor social

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Os trabalhadores do setor social da Santa Casa da Misericórdia das Caldas da Rainha e do Montepio Rainha D. Leonor cumpriram um dia de greve na passada sexta-feira pela melhoria das remunerações e das condições de trabalho. A paralisação foi convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP), destinado aos trabalhadores das Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), das Misericórdias e das Mutualidades a nível nacional. 
Concentração junto à Santa Casa da Misericórdia das Caldas da Rainha

Os trabalhadores do setor social da Santa Casa da Misericórdia das Caldas da Rainha e do Montepio Rainha D. Leonor cumpriram um dia de greve na passada sexta-feira pela melhoria das remunerações e das condições de trabalho. A paralisação foi convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP), destinado aos trabalhadores das Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), das Misericórdias e das Mutualidades a nível nacional. 

Um grupo de trabalhadores do Serviço de Apoio Domiciliário (S.A.D) da Santa Casa da Misericórdia das Caldas da Rainha concentrou-se na manhã do dia 21 de outubro em frente das instalações da instituição, exigindo aumentos salariais e aplicação imediata do Contrato Coletivo de Trabalho (CCT) das Instituições Particulares de Solidariedade (IPSS).

“Estamos a fazer greve com o objetivo de pedir aumentos salariais e também para mostrar a nossa indignação com a diferenciação significativa de níveis remuneratórios nas tabelas salariais e das horas de trabalho”, disse Ana Margarida, que trabalha há 16 anos no apoio domiciliário da Santa Casa da Misericórdia das Caldas a ganhar o ordenado mínimo. Além disso “há aqui trabalhadores com 40 horas de trabalho e outros com 37 horas a fazer o mesmo serviço, o que é muito injusto”, adiantou a funcionária.

Devido à greve das oito trabalhadoras, o Serviço de Apoio Domiciliário da Misericórdia caldense foi afetado, mas Ana Margarida garante que tiveram o apoio “dos familiares dos utentes que asseguraram a alimentação e cuidados aos seniores”. “Fomos nós próprios que avisámos os idosos e falámos com os seus familiares, que nos apoiaram a cem por cento porque reconhecem e valorizam o nosso trabalho”, contou a colaboradora. 

Cristina Dinis, também funcionária do serviço de apoio domiciliário, diz que trabalha há 28 anos e continua com o ordenado mínimo. Alega que a “querem obrigar a fazer formação” depois do seu “horário de trabalho das 19h00 às 23h00 sem pagarem as horas e sem nos darem o tempo em folgas”. 

Segundo Ivo Monteiro, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal, nas Santas Casas das Misericórdias os trabalhadores “são ainda mais desvalorizados”. “Embora trabalhem de forma igual aos das IPSS, não têm os mesmos direitos nem salários que eles. Isto porque o Governo PS ainda não teve, durante a sua governação de 7 anos, tempo para emitir uma portaria de extensão que põe todos os trabalhadores do setor social ao mesmo nível”, relatou.

Ivo Monteiro explicou que na proposta de aumentos salariais da União das Misericórdias Portuguesas, o salário do nível de entrada seria de 717 euros, e para um trabalhador com mais de 25 anos de antiguidade, 729 euros. “Cada ano de experiência ganho vale 0,48 euros aos olhos da União das Misericórdias Portuguesas”, sustentou.

“No fundo, os trabalhadores exigem tão só respeito pelo seu trabalho, pelo serviço essencial que realizam todos os dias com empenho, de que milhares de utentes dependem, e querem receber o justo pelo seu trabalho e para fazer conta ao brutal aumento do custo de vida”, adiantou.

Na impossibilidade de falar com a provedora da Santa Casa da Misericórdia das Caldas por estar de férias no dia da greve, o tesoureiro, António Cipriano, disse ao JORNAL DAS CALDAS que respeitam “o direito à greve” e que receberam o caderno reivindicativo que vão “analisar com cuidado”.

Alegou que a direção da instituição “valoriza os seus recursos humanos e que tem vindo a fazer um “esforço para poder melhorar as condições de trabalho dos colaboradores”. Revelou que estão com uma grande pressão quanto aos “custos de energia e aumento de despesa com os alimentos para a instituição e isso vem limitar a capacidade para ir ao encontro daquilo que são as legítimas expetativas dos colaboradores”. Garantiu que “na medida do possível” irão fazer um esforço para fazer alguns “aumentos, dentro das nossas possibilidades, sem colocar em causa a estabilidade financeira da instituição”.

Administração do Montepio quer entendimento

greve social 2
Manifestação em frente da Casa de Saúde do Montepio Rainha D. Leonor

Da parte da tarde um grupo de trabalhadores concentrou-se junto às instalações da Casa de Saúde do Montepio Rainha D. Leonor (MRDL). É a segunda paralisação que os funcionários desta associação mutualista realizam desde os meados do passado mês, uma vez que ainda não há “por parte da direção uma resposta positiva às revindicações”. Segundo Ivo Monteiro, “voltamos a recusar a aplicação do CCT do movimento mutualista, por considerar que degrada a situação dos trabalhadores, e exigimos a aplicação do CCT das IPSS”.

Acresce que o MRDL “assumiu com os trabalhadores, em 2017, o compromisso de aplicar o CCT das IPSS, que nunca cumpriu”, relatou.

À manifestação dos trabalhadores do setor social do Montepio juntaram-se 18 enfermeiros reivindicando melhores condições. Segundo Ivo Gomes, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, a adesão dos enfermeiros foi de 100 por cento (menos a chefe de serviço e foram assegurados os serviços mínimos), exigindo “o reforço dos enfermeiros, o pagamento de todo o trabalho extraordinário e progressão de carreira”.

O presidente do conselho de administração do MRDL, Francisco Rita, esclareceu que esta greve foi de âmbito nacional e que estão “a seguir os acontecimentos e a ver se conseguimos junto das associações que nos representam alterar aquilo que tem sido o processo negocial, que se tem arrastado ao longo de cinco anos para chegarmos a uma resolução e a um fim”. “Em novembro vamos ter uma reunião com os nossos representantes para tentarmos ultrapassar este problema”, assegurou o responsável. Revelou que o problema está “precisamente na definição do contrato porque num lado há vantagens e no outro lado também”. 

A greve, que teve a duração de 24 horas, atingiu algumas das valências. Os serviços mais afetados foram os exames de gastroenterologia e o Serviço de Atendimento Permanente na Casa de Saúde desta instituição, que “tiveram deparar pela falta de elementos”. 

Quanto ao Condomínio Residencial do Montepio, Francisco Rita disse que os serviços decorreram normalmente e no Lar apenas duas auxiliares aderiram à greve.

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