“Tornar a região Centro de Portugal como film friendly [amiga dos filmes] e competitiva para o cinema e o audiovisual” é um dos grandes objetivos da nova direção da Centro Portugal Film Commission (CPFC), entidade que está presente na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL).
A CPFC é uma organização sem fins lucrativos que visa atrair produções de cinema e audiovisuais para a Região Centro de Portugal. “A indústria do cinema opera a nível global, num mercado altamente competitivo, razão pela qual a existência de recursos de excelência seja uma condição necessária e fundamental, mas insuficiente, para o posicionamento de Portugal no mercado internacional das film locations para grandes produções cinematográficas”, explicou Adriana Rodrigues, nova presidente da CPFC, adiantando que para que isso se torne uma realidade é necessário a elaboração e implementação de uma estratégia setorial, visando “tornar a região Centro de Portugal como film friendly e competitiva para o cinema e o audiovisual”.
Com mandato até 2025, a nova presidente da CPFC referiu que “Portugal é um país rico e diversificado em termos de património natural e cultural, e que oferece condições de excelência, que justificam a sua promoção a nível mundial como film location para a produção cinematográfica e audiovisual, atendendo aos valiosíssimos recursos de que dispõe, como o clima ameno, a qualidade cénica, a diversidade de cenários e de património histórico-cultural, entre outros”. Todas essas condições, segundo Adriana Rodrigues, estão reunidas na região Centro, com “significativos ganhos de tempo, e com tudo o que isso implica, em termos económicos”.
Além disso vai permitir dar notoriedade ao país, promover a coesão territorial, fixar pessoas, combater o despovoamento, melhorar as condições de vida das comunidades e ainda terá “um enorme retorno económico para o destino, tanto na fase de pré-produção, como na de pós-produção”.
De acordo com a CPFC, “estima-se que cerca de 80 milhões de turistas escolheram o seu destino de férias em 2017 depois de o terem visto num filme ou série. Ora, este número representa 6,1% do total de turistas desse ano”. Face a isso considera que “as produções cinematográficas são um fator-chave de marketing territorial para os gestores dos destinos, sobretudo os territórios do interior.
Esta estratégia, concertada com outras, contribuirá para “criar condições para que a região Centro, e os seus municípios, sejam mais atrativos (em termos económicos, sociais e culturais) e o garante de um futuro mais sustentável”. Nesse sentido “é fundamental tornar o Centro de Portugal numa rede integrada de film locations, para quase todo o tipo de produções”, apontou.
Com base nesse objetivo, a atual direção tem estado a “trabalhar, afincadamente, para criar um projeto que seja sustentável e, sobretudo, criar uma forte rede colaborativa, com os diferentes stakeholders da região”. Para além do Turismo Centro de Portugal, a CPFC também conta outros parceiros, como as comunidades intermunicipais e os municípios.
Neste momento, vai assinar com três comunidades intermunicipais (Viseu Dão Lafões, Beira Baixa e Médio Tejo) um contrato-programa de cooperação estratégica, no âmbito da indústria do cinema, abrangendo os diversos aspetos no domínio da promoção e produção cinematográfica, nomeadamente, a elaboração das suas respetivas estratégias. “A intenção é apoiar na identificação, catalogação e organização dos recursos cinematográficos, e apoiar o seu marketing territorial, a partir das suas film locations”, explicou a responsável pela CPFC, adiantando que assim que seja possível, pretende proceder à promoção nacional e internacional da região como film friendly.
A par disso, a CPFC também estará presente na BTL a promover a região, bem como a criar e reforçar laços com diferentes stakeholders, atrair parceiros e produções, e mostrar o trabalho desenvolvido. “Hoje sabemos que uma das formas mais eficazes de promoção turística é através do recurso a audiovisuais e os gestores do território já o fazem há algum tempo, alguns com muito sucesso, com ganhos de notoriedade”, sublinhou Adriana Rodrigues, esclarecendo que “há, portanto, uma ligação simbiótica entre ambos os setores: o cinema e o turismo”.
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