O Dia Mundial da Diabetes, a 14 de novembro, foi assinalado nas Caldas da Rainha com uma sessão de esclarecimento no café do Centro Cultural e de Congressos, organizado pela Unidade de Saúde do Oeste (ULSO).
A sessão foi moderada por Joana Louro, diabetologista da Unidade Integrada de Diabetes (UID) da ULSO, que deu voz aos testemunhos a dois casos diferenciados desta doença, mas também a um preparador físico (David Silva, da PrimePhysio). Participou ainda a diabetologista Manuela Ricciulli, que é a médica coordenadora da UID no Oeste.
Sobre a sua experiência de viver com diabetes de tipo 1, o maestro Adelino Mota explicou que começou por ser um “doente rebelde”, mas que depois das consultas com Joana Louro acabou por passar a seguir as recomendações necessárias para ter uma vida normal.
Outro testemunho foi de Susana Henriques, que falou de como é cuidar de um filho que tem diabetes tipo 1, uma doença autoimune que atinge indivíduos muito jovens. Segundo a médica Joana Louro, esta mãe acabou por se tornar numa perita na doença que afeta o seu filho.
A Diabetes tipo 1 é muito menos frequente que a do tipo 2, mas também tem vindo a aumentar. Esta patologia não tem nenhuma relação com estilos de vida. Neste caso o sistema o sistema imunológico do organismo ataca as células do pâncreas que produzem insulina e mais de 90% delas são destruídas permanentemente.
A Diabetes tipo 2 atingia em 2021 cerca de 537 milhões de pessoas em todo o mundo, e estima-se que em 2030 existam 643 milhões de pessoas afetadas pela doença.
Isto deve-se, sobretudo, aos hábitos sedentários e à má alimentação, sendo a obesidade uma das causas mais associadas a esta patologia. “Se deixasse de existir obesidade no mundo, deixariam de existir 80% dos casos de diabetes tipo 2”, revelou Joana Louro.
Portugal é, de entre os países europeus, aquele que regista uma das mais elevadas taxas de prevalência da diabetes, sendo que 13,3% da população portuguesa entre os 20 e os 79 anos de idade tem diabetes, o que corresponde a mais de um milhão de pessoas
Joana Louro sublinhou que existem muitos diabéticos que desconhecem que o são, o que vai condicionar o aparecimento de complicações da doença não controlada, aumentando o risco de morte prematura e diminuindo a qualidade de vida.
Segundo a médica, esta é “uma verdadeira pandemia” porque é uma das principais causas de mortalidade no mundo e tem um grande impacto económico na saúde. “A cada sete segundos morre uma pessoa por complicações originadas pela diabetes”, revelou a médica.
Por outro lado, Joana Louro e Manuela Ricciulli sublinharam que nos últimos anos houve uma grande evolução na medicação para esta doença crónica, que permite aos doentes viverem de uma forma mais saudável e sem tantos constrangimentos. Houve ainda muitos desenvolvimentos nos procedimentos de controlo do açúcar no sangue para quem tem diabetes.
Para além dos fármacos disponíveis, é essencial que os doentes tenham uma boa alimentação e prática de exercício físico.
Em relação à alimentação, não se trata de fazer algum género de dieta para diabéticos, mas sim que esta seja saudável, como deveria ser a de qualquer pessoa.
Esta sessão de esclarecimento foi organizada em conjunto com a Câmara das Caldas da Rainha, que apoia também a corrida e caminhada de sensibilização da diabetes, que vai ter lugar a 23 de novembro, a partir das 18h00.
A 1ª edição desta prova de estrada, denominada oficialmente “Corrida pelas Diabetes”, é organizada pela Associação Cultural Desportiva e Recreativa Arneirense, em conjunto com a ULSO.
O local de partida e meta será na Praça 25 de Abril (onde funcionará o secretariado).
A corrida principal tem uma distância de dez quilómetros, mas em paralelo irá decorrer uma caminhada (não competitiva).
As inscrições podem ser feitas através do link www.recordepessoal.pt/evento/corridapeladiabetes2024.
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