A Oeste International Community Volunteers (OICV) vai lançar, no próximo ano letivo, um novo projeto de bolsas de estudo, atribuindo quatro bolsas anuais no valor de 1.500 euros cada a estudantes com dificuldades económicas que se inscrevam no ensino superior.
Este apoio destina-se a estudantes do Oeste com bom desempenho académico que, devido a limitações financeiras, enfrentam barreiras ao acesso ao ensino superior.
A ideia foi de Aurora Sampaio, natural de Angola e residente nas Caldas da Rainha há cerca de três anos, que integra a OICV desde janeiro de 2024.
Explicou que, como parte da integração nos projetos da OICV, cada membro pode sugerir uma ideia e responsabilizar-se pela sua concretização. “Apresentei a ideia das bolsas de estudo e sou a titular deste projeto”, disse.
Ao longo da sua integração na comunidade local, a voluntária da OICV identificou um problema recorrente entre alguns jovens com “talento”. “Tenho observado que há alunos com elevado potencial académico que ficam fora do ensino superior por falta de recursos financeiros. Por isso, decidi criar a ‘Bolsa de Estudo OICV’”, referiu.
Com o apoio desta bolsa, a OICV espera ajudar jovens promissores a iniciar e concluir a sua licenciatura e/ou mestrado, com a condição de que mantenham um aproveitamento académico positivo. “Nesta fase inicial, estamos a pensar atribuir quatro bolsas, mas o nosso objetivo é aumentar o número de beneficiários”, afirmou a responsável, acrescentando que os candidatos devem ser cidadãos portugueses ou, no caso de serem estrangeiros, residentes legais em Portugal, e comprovar a sua situação financeira.
A promoção desta bolsa vai começar em novembro, junto de agrupamentos de escolas nos concelhos de Alcobaça, Bombarral, Cadaval, Caldas da Rainha, Lourinhã, Nazaré, Óbidos e Peniche. “Vamos pedir a colaboração das direções das escolas para identificar os alunos mais adequados, com base no mérito académico, na motivação e recursos financeiros”, relatou Aurora Sampaio.
O projeto pretende envolver os agrupamentos de escolas locais na promoção da bolsa, contribuindo para o sucesso da iniciativa.
Financiamento através de doações e eventos
Para garantir a viabilidade do projeto, o financiamento será assegurado por doações de empresas e entidades, além de eventos de angariação de fundos.
Está prevista a realização de um jantar de beneficência na Foz do Arelho, em fevereiro do próximo ano, com o objetivo de angariar fundos adicionais para o projeto.
O coordenadora do projeto referiu ainda que os patrocinadores que contribuírem diretamente para o fundo da bolsa terão o seu nome associado às bolsas, num gesto de reconhecimento.
Os estudantes selecionados vão contar com acompanhamento durante o percurso académico para monitorizar o seu desempenho, uma vez que a bolsa será renovada anualmente até ao final do curso. “Queremos assegurar que este apoio tenha um impacto duradouro e que os jovens possam alcançar o seu potencial”, destacou Aurora Sampaio.
A OICV e o fortalecimento da comunidade local
Joseph Poon, presidente da OICV, salientou que este projeto é uma forma importante da associação contribuir para o bem-estar e desenvolvimento da comunidade onde está inserida. “Este projeto de bolsas é mais uma maneira de darmos algo positivo à comunidade que nos acolheu”, afirmou.
“Queremos que a população do Oeste saiba que a nossa associação não é apenas constituída por estrangeiros que vieram viver para esta região”, adiantou.
Com o aumento de residentes estrangeiros no Oeste, a OICV, que já conta com mais de mil voluntários, deseja reforçar o seu papel de aproximação entre as comunidades locais e os novos residentes, através de iniciativas que respondam a necessidades concretas da população. “Estamos empenhados em realizar atividades que promovam uma maior interação com a comunidade local”, referiu Joseph Poon.
Esta iniciativa da OICV não só representa um apoio financeiro significativo para os jovens da região como também reflete o compromisso da associação em contribuir para uma sociedade mais inclusiva e com igualdade de oportunidades.
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