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Inauguração de exposição transforma Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro num Museu vivo

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A Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro (ESRBP), em Caldas da Rainha, celebrou no dia 25 de outubro um momento marcante, com a inauguração da exposição “A Permanência do Saber: uma Herança Criativa”, que coincidiu com as comemorações dos 60 anos do edifício da Escola Industrial e Comercial das Caldas da Rainha.
Inauguração da exposição “A Permanência do Saber: uma Herança Criativa”

A Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro (ESRBP), em Caldas da Rainha, celebrou no dia 25 de outubro um momento marcante, com a inauguração da exposição “A Permanência do Saber: uma Herança Criativa”, que coincidiu com as comemorações dos 60 anos do edifício da Escola Industrial e Comercial das Caldas da Rainha.

Trata-se de uma mostra do seu acervo, tornando-se a primeira escola em Portugal a criar um museu vivo dentro de um estabelecimento de ensino, com mais de mil peças.

A exposição celebra a história e o saber artístico desenvolvido na Escola Industrial e Comercial das Caldas da Rainha, hoje, ESRBP, reunindo trabalhos de alunos e professores que, ao longo de várias gerações, marcaram o panorama artístico e cultural da região.

Ao longo da mostra destacam-se peças em cerâmica e trabalhos de bordado de Caldas e Óbidos realizados nas décadas de 60, 70 e 80 do século XX, um período de intensa experimentação e inovação que se reflete na diversidade das técnicas e estilos apresentados.

Este acervo vai estar acessível ao público durante as pausas letivas, com visitas guiadas que prometem proporcionar uma experiência completa e pedagógica. “Estamos a articular com a autarquia e com o posto de turismo para que nas interrupções letivas possam existir visitas guiadas à exposição, oferecendo uma oportunidade única para conhecer a evolução do ensino artístico em Portugal”, disse Jorge Pina, diretor do Agrupamento de Escolas Rafael Bordalo Pinheiro (AERBP).

“A exposição, com mais de mil peças, está a metade porque ainda há muitas obras para dispor. É uma mostra dinâmica e o objetivo é expormos tudo o que é cerâmica e bordados e a seguir tudo o que é relacionado com as antigas oficinas, como mecânica, serralharia, entre outras”, adiantou o responsável.

Segundo o diretor, o próximo projeto será uma reprodução das peças expostas fisicamente em formato virtual. O intuito é fazer uma exposição virtual daquilo que é o espólio da história da escola. 

A inauguração da exposição foi marcada por emoções de professores, ex-docentes e antigos alunos, que viram peças suas expostas e relembraram a importância da ESRBP na formação artística e pessoal de centenas de jovens ao longo dos anos.

“Esta exposição é um tributo ao legado da nossa escola e uma homenagem a todos os que aqui passaram e contribuíram para a sua história”, afirmou o diretor durante a cerimónia de inauguração. A iniciativa, segundo ele, visa transformar o espaço num local de aprendizagem contínua e inspiração artística, onde os visitantes poderão observar não apenas obras de arte, mas um testemunho vivo da dedicação e talento dos alunos e docentes que por ali passaram.

Jorge Pina assinalou a relevância deste evento ao afirmar que a exposição “representa um marco, não só para a nossa escola e agrupamento, mas para a cidade e a região”.

A exposição proporciona uma viagem pelo tempo e pelo talento, revelando a rica história desta instituição e o seu legado criativo. Agradecendo a colaboração de várias entidades e pessoas, Jorge Pina destacou o apoio da Câmara Municipal, que colaborou na recuperação estrutural do espaço e incentivou a criação da mostra, especialmente no contexto da 51ª edição do Congresso da Academia Internacional de Cerâmica, realizado recentemente nas Caldas da Rainha. “A Câmara Municipal, representada pela vereadora Conceição Henriques, e instituições como o Museu Bordalo Pinheiro, a Escola Superior de Artes e Design de Caldas da Rainha e a Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste também contribuíram significativamente para a concretização deste projeto, ao lado de professores, assistentes e alunos da ESRBP, que se empenharam na montagem e organização do acervo”, referiu o diretor.

Para além de destacar o papel dos antigos e atuais membros da comunidade escolar, Jorge Pina mencionou ainda o impacto que a exposição poderá ter nas futuras gerações. “Pretendemos que esta exposição não seja apenas um ponto de chegada, mas que marque um ponto de partida para o observador, incentivando o interesse pela arte e pelo nosso património histórico e cultural”.

O diretor agradeceu às professoras Celeste Tornada, Maria José Rocha e Luísa Vidigal Marques, que desde o início “abraçaram este projeto com uma garra e vivacidade notáveis”.

“É o culminar de um ano de trabalho intenso”

A curadora da exposição, Celeste Tornada, expressou a sua emoção ao ver concretizado um projeto “que é o culminar de um ano de trabalho intenso de uma equipa reduzida, mas dedicada”.

Mencionou, ainda, o “processo de restauro de várias peças que haviam sido retiradas das paredes durante as obras de requalificação da escola em 2008, especialmente os painéis cerâmicos que precisavam de uma intervenção minuciosa para serem expostos ao público”.

Celeste Tornada, em nome da equipa organizadora, agradeceu à direção do agrupamento pelo apoio incondicional e apresentou as pessoas que se envolveram profundamente neste projeto, entre as quais os docentes Maria José Rocha, Luísa Vidigal, António Almendra, Cristina Meneses, Vera Morais, Teresa Saramago e Luís Carradas, e os assistentes operacionais que contribuíram em todas as fases do processo, desde a logística até ao restauro das peças.

A curadora descreveu a exposição como uma homenagem ao talento e ao saber desenvolvidos ao longo dos anos na escola, desde a sua fundação em 1885, com destaque para os trabalhos produzidos nas décadas de 1960, 1970 e 1980. “Esta exposição, para além de ser uma celebração do talento, reflete a evolução do ensino artístico na ESRBP e a influência da escola na comunidade e na cultura local. O acervo, que inclui peças de cerâmica e bordados, conta a história de gerações de artistas e artesãos que passaram pela escola e que contribuíram para fortalecer a identidade cultural da região”, salientou.

A exposição “A Permanência do Saber: uma Herança Criativa” não se organiza de forma cronológica ou por autor. Pelo contrário, foi pensada para integrar os conteúdos curriculares, eventos históricos e vivências dos autores das obras, criando um percurso pedagógico e de descoberta para os visitantes. “Pretendemos que esta exposição não seja apenas um ponto de chegada, mas que marque um ponto de partida para o observador”, disse a curadora, destacando o papel inspirador desta coleção para os atuais e futuros alunos.

“Vontade Muito Grande” de ver acervo histórico exposto

O presidente da Câmara das Caldas, Vitor Marques, expressou o seu entusiasmo e satisfação ao visitar a exposição, confessando sentir “uma vontade muito grande de ver um trabalho que estava guardado e hoje exposto e visível para os alunos e comunidade”, e destacando o valor cultural e histórico do acervo que, até então, se encontrava reservado.

O autarca relembrou a importância de tornar acessível este património e reconheceu o esforço da escola em concretizar um projeto de tal envergadura, afirmando que a exposição representa um “desafio muito grande”. Para ele, a oportunidade de exibir obras e documentos de grande relevância da história artística da região ganha uma dimensão ainda mais especial pelo facto de o evento coincidir com o Congresso Internacional de Cerâmica, um prestigiado encontro que, tradicionalmente realizado em grandes cidades, teve lugar nas Caldas da Rainha e em Alcobaça. “Esta foi uma oportunidade única que as Caldas e Alcobaça agarraram com grande responsabilidade”, afirmou.

No seu discurso, o presidente destacou ainda o papel dos mestres e artistas que passaram pela ESRBP ao longo das décadas, muitos dos quais são homenageados através das peças exibidas na exposição. Para Vitor Marques, a preservação e valorização desta herança é fundamental para manter viva a história local, servindo simultaneamente de inspiração às novas gerações. “Estes mestres deixaram um legado artístico que continua a influenciar os alunos e a comunidade, e a sua memória está aqui representada de forma vibrante”, sublinhou.

A placa exposta na entrada da mostra resume a essência da exposição e a missão da escola, enaltecendo a ligação entre a ESRBP e a Fábrica de Faianças das Caldas da Rainha, estabelecida em 1887, numa parceria que permitiu a formação técnica e prática de inúmeros artistas. Esta sinergia entre a teoria e a prática formou a matriz da escola, reforçando a sua importância na preservação e valorização da cultura cerâmica da região.

Decorreu ainda na cerimónia de inauguração um momento de descerramento da placa comemorativa dos 60 anos do edifício da Escola Industrial e Comercial das Caldas da Rainha.

Os alunos do curso técnico de cozinha/pastelaria da Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste estiveram em destaque na inauguração da exposição ao prepararem um conjunto de iguarias que enriqueceram o beberete do evento. A iniciativa contou com a entrega de matéria-prima fornecida pela própria ESRBP, sendo um exemplo de colaboração entre as duas instituições de ensino, que visam promover o talento e o profissionalismo dos seus estudantes.

Escola Bordalo Pinheiro 2
Momento de descerramento da placa de comemoração dos 60 anos
Escola Bordalo Pinheiro 3
A professora Maria José Rocha foi destacada
Escola Bordalo Pinheiro 4
Está exposto o documento de negociação para aquisição de terreno para a construção da nova escola 
 
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