A Associação de Artesãos das Caldas da Rainha (AACR) realizou, a 19 de outubro, a segunda edição do evento “Artesanato na Praça”, com momentos de muita animação e apresentando trabalhos de profissionais certificados.
Do final da tarde quase até à meia-noite, a Praça da Fruta contou com a presença de 43 artesãos. Nesta segunda edição, para além dos sócios caldenses da associação, vieram artesãos de Alcobaça, Estremoz, Nazaré, Óbidos, Peniche, Tomar e Torres Vedras.
Os participantes, todos com a carta de artesão (que serve de certificação da atividade artesanal desenvolvida), foram convidados a estarem presentes pela organização, tendo em conta as qualidades reconhecidas nos seus produtos.
“Tentamos trazer uma diversidade de produtos apresentados e temos muitos materiais novos desta vez, como as cestas de palhinha, tradicionais de Alcobaça”, referiu Teresa Teodoro, presidente da AACR, que sublinhou que a qualidade do evento tende a melhorar.
Mais uma vez, o objetivo passou também por transformar a Praça numa autêntica oficina a céu aberto, onde foi possível assistir a vários artesãos a trabalhar ao vivo, como uma roda de oleiro e macramé, entre outras atividades.
O ceramista João Pinto da Costa apresentou ao vivo os seus Sons da Terra, com instrumentos musicais feitos de barro (os “Batuk”). Ex-sócio da AACR, João Pinto da Costa já tinha participado na primeira edição do evento, com raku ao vivo, e desta vez quis apresentar um outro projeto seu. “Trouxe principalmente instrumentos de percussão”, explicou ao JORNAL DAS CALDAS.
Há também uma nova associada, Maria Piedad Matamoros, que veio da Colômbia e apresentou ao vivo a técnica do vitral e do vidro, tradicional daquele país.
A associação tem vindo a ter cada vez mais artesãos de outros países que se radicaram nas Caldas da Rainha, como é o caso da moldava Natália Diaconu, com as suas missangas com bordados, ou o inglês David Meehan, que une a pintura, o desenho, a ilustração, a escrita e a música na sua arte. Este último promoveu um mural coletivo, onde todos puderam participar.
Claro que estiveram também presentes sócios mais antigos, como os ceramistas Vitor Pires e Jorge Lindinho, ou Ana Maria Pereira (Bordados das Caldas) e outros mais recentes. Também a Associação do Bordado das Caldas da Rainha esteve representada.
Outra novidade foi a presença da Confraria do Boneco de Estremoz, que promove uma arte classificada pela UNESCO como Património Imaterial da Humanidade. O investigador Alexandre Correia, grão-mestre da confraria, salientou que só estavam presentes pela ligação existente com Caldas da Rainha e a AACR, uma vez que costumam participar em poucos certames do género.
Para Teresa Teodoro, é importante que os caldenses se apercebam melhor da qualidade do que é feito no concelho, para além da cerâmica.
A presidente da AACR salientou ainda a parceria com a gerência do Quiosque da Praça, que proporcionou também momentos de animação musical e uma ementa especial para esse dia. A associação convidou igualmente para atuar o Rancho Folclórico e Etnográfico “Apanha da Azeitona”, da Ramalhosa.
A dirigente voltou a salientar o apoio da autarquia, que “foi fundamental para que pudéssemos realizar este evento”, da logística à cedência do espaço. De 23 de novembro a 23 de dezembro vai realizar-se na capela de São Sebastião o mercado de natal da associação.
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