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Quanto mais debates, mais gosto de ti

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Durante o mês de Outubro, dará à estampa, pela editora Nuvem de Letras (chancela da Penguin Random House Grupo Editorial Unipessoal, Lda.), o livro Pelo Contrário, da autoria de Rui Correia e António Nabais, com ilustrações bem-humoradas de Hélio Falcão.

Durante o mês de Outubro, dará à estampa, pela editora Nuvem de Letras (chancela da Penguin Random House Grupo Editorial Unipessoal, Lda.), o livro Pelo Contrário, da autoria de Rui Correia e António Nabais, com ilustrações bem-humoradas de Hélio Falcão.

Trata-se de uma selecta de textos destes dois autores, acerca dos chamados “temas fracturantes” que, nesta era de indignações militantes, cavam trincheiras de histeria tão mais tonta quanto mal informada. Os temas vão de A a Z ou quase — do Aborto a Velhos e Novos, passando por Nudismo, Pena de Morte, Religião e Ateísmo, Touradas, et cetera —, perfazendo 50 pares de textos que mostram, de forma concisa, essencial e certeira, mas também equidistante e imparcial, argumentos em que se baseiam diferentes opiniões sobre cada assunto, e dão inestimável contributo para esclarecimento, pacificação e transigência das hostes.

Como sendo a intersecção de dois livros simétricos, no grafismo e nas ideias, a obra apresenta duas capas opostas e invertidas, uma com fundo branco e a outra com fundo preto, correspondendo aos respectivos textos, também opostos e invertidos, e também escritos uns com tipo preto sobre fundo branco e outros com tipo branco sobre fundo preto.

Para ler cada par de textos sobre o mesmo tema há que virar o livro alternadamente para cima e para baixo. Este dispositivo gráfico, ao induzir-nos o gesto divertido de virar o livro alternadamente de pernas para o ar, habitua-nos à cambalhota mental, predispondo-nos ao compromisso e à tolerância com os “outros” argumentos — afinal, “eles” também têm boas razões, tal como “nós” temos as nossas.    

Estas 50 argumentações opostas ou apenas diferentes ou complementares, reflectindo a mundividência holista dos autores, são suficientemente abertas e provocatórias para suscitar outros considerandos, e demonstram que, em contraste intencional com o grafismo em preto e branco, a realidade é de uma infinita paleta de cores.

Tomando como exemplo o tema das alterações climáticas, sobre fundo branco, refere-se a existência de provas científicas do aquecimento global e respectivas consequências; sobre fundo preto, argumenta-se, apontando a falta de dados científicos, que o aquecimento global pode não ter só causa humana. Quem quer que tenha nascido antes dos anos 80, constata que o clima está mais extremo, mas não tem de se considerar negacionista por achar um tanto ou quanto presunçosa a ideia de que o ser humano é tão poderoso que até foi capaz de mudar o clima.    

O epílogo, com uma lista desconcertante e bem-humorada de propostas de temas, tem o título Quanto mais debates, mais gosto de ti, em que “debates” tem a boa ambiguidade de sugerir tanto “muitos debates” como ser a mera segunda pessoa do singular do presente do indicativo do verbo debater, traduzindo, em qualquer dos casos, esse propósito incentivador de ouvir o mais possível, debater o mais possível, para compreender e melhor aceitar o Outro.

Livro a ler e reler.    

Escrevo segundo o anterior acordo ortográfico.

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