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“Noite” na Foz do Arelho entrou em decadência, mas há quem resista

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No final do século passado, a Foz do Arelho era um dos principais destinos na região, e não só, para quem queria sair à noite.

No final do século passado, a Foz do Arelho era um dos principais destinos na região, e não só, para quem queria sair à noite.

As discotecas Green Hill e Dreamer’s, o Solar da Paz, o Sopa Doce, o Sítio da Várzea e o Caravela, entre outros locais, eram procurados por notívagos de várias partes do país, inclusive de Lisboa.

Atualmente, mesmo durante o verão, todos os bares na avenida do Mar encerram, no máximo, às nove da noite e só no centro da vila é possível ir “beber um copo”, no “Marcianus Bar – As Marcianas” ou no Trombone Jazz Bar.

As discotecas eram quem mais atraia pessoas de fora, mas os bares fortaleciam a oferta noturna, permitindo que fosse possível fazer um roteiro ao longo da noite e madrugada. Mesmo durante o inverno, eram milhares de pessoas que se deslocavam para a Foz.

“Lembro-me de famílias inteiras de irmãos e irmãs, de grupo enormes de amigos que vinham em excursão, corrijo, em peregrinação ao Green Hill, vindos de Torres Novas, Torres Vedras, Cartaxo e Almeirim, Santarém, Alpiarça, Leiria e Alcobaça, de Lisboa e até de Évora”, conta Paulo Caiado, no blogue dedicado à sua adolescência (http://adolescenciacaldasanos70e80.blogspot.com).

A abertura de vários estabelecimentos na avenida do mar, depois de alcatroada, alargou essa oferta para algo mais arejada, com as esplanadas.

Ao mesmo tempo que as discotecas fecharam portas, primeiro a Dreamer’s que chegou a ter outros nomes e depois a Green Hill, bares como o Sétima Vaga e o Coco’s apostavam em várias ofertas de animação noturna.

A Câmara das Caldas começou também a promover um programa de animação na Foz, com várias festas que se tornaram famosas. A Festa Branca, que começou com o apoio do Sétima Vaga e do restaurante Cabana do Pescador, tornou-se um marco incontornável da “noite” da Foz do Arelho e da região.

Este verão, quem só mesmo o Marcianus e o Trombone estiveram abertos depois da meia-noite.

Segundo Joana Anselmo, do Marcianus, tem sido difícil manter a casa aberta. “Principalmente este ano, pois notámos que as pessoas preferem ir para zonas onde tenham mais escolha noturna. Ficam frustrados por não haver continuidade a seguir a fecharmos”, comentou.

Imposição de sonómetros tornou dispendioso abrir depois das 22h00

Recentemente, principalmente depois da pandemia da Covid-19, os poucos bares que existiam foram encerrando e os estabelecimentos existentes na avenida do mar optaram por deixar de ter atividade noturna. Só mesmo o Ala Norte, no areal, tem noites que fecha mais tarde.

A Associação de Bares de Praia – Foz do Arelho aponta a imposição de colocação de sonómetros como uma das principais razões para os bares terem deixado de abrir até mais tarde. “Não era compensatório esse investimento para estar só mais algumas horas”, explicou ao JORNAL DAS CALDAS o presidente da associação, Carlos Arsénio. Principalmente porque deixaram de existir outros espaços noturnos ou atividades que tornassem a “noite” da Foz mais atraente.

O presidente da associação, Carlos Arsénio, é proprietário do restaurante Cabana do Pescador e do antigo Coco’s. Este último está arrendado e acabou por se transformar num restaurante vegetariano. Antes disso, mesmo com sonómetro, sempre que tentavam promover festas e prolongar o horário, “choviam” queixa de moradores na zona.

Segundo Carlos Arsénio, havia também uma grande pressão por parte das autoridades para que este encerrasse às duas da manhã. “Se fosse preciso, há uma 1h30 da manhã já estava o carro da GNR à porta”, comentou.

Emanuel Minez, proprietário do Cais da Praia há 24 anos, também optou por funcionar só até às 23h00, como restaurante.

“Não vale a pena abrir mais tarde. Não há sítio nenhum para ir a seguir. Antes começava a trabalhar às 23:00 para a malta ir às discotecas. Agora as pessoas vêm aqui e depois vão para onde?”, comentou o empresário.

Com o encerramento dos espaços noturnos, os clientes passaram a ser apenas quem queria apenas tomar um café.

“Foram anos a fios a servir só alguns cafés à noite e cansei-me de perder dinheiro”, adiantou ainda.

Há também uma grande dificuldade em arranjar pessoal que trabalhe nesses horários, uma vez que não existe qualquer transporte público à noite.

Os empresários queixam-se ainda da falta de manutenção do equipamento público e dos candeeiros de iluminação pública.

“Quando encerramos a Cabana do Pescador a avenida fica completamente às escuras”, referiu Carlos Arsénio.

Nas reuniões entre a associação dos bares e a Câmara Municipal foram levantadas várias questões que os empresários querem ver resolvidas.

Instalação de carregadores para carros elétricos, parques para motas e bicicletas, estacionamento para os bares, são alguns dos pedidos.

A associação defende ainda a colocação de parqueamento pago, ao final de duas horas, para ajudar o pagamento dos nadadores salvadores dos concessionários.

Sobre o encerramento dos bares à noite, Carlos Arsénio diz convictamente que: “resistiram até ao fim”.

Outra opinião tem o presidente da Junta da Foz do Arelho, Fernando Sousa, que considera “vergonhoso” os bares não estarem abertos à noite, embora aceite que existem algumas razões que levem a que isso aconteça. Nomeadamente a falta de funcionários que possam trabalhar à noite e a falta de rentabilidade.

De qualquer forma, o autarca acha que a autarquia, que agora é responsável pelo licenciamento, deveria tomar medidas para obrigar os empresários a alargarem os seus horários.

Na sua opinião, os concessionários dos bares deveriam combinar entre si um processo rotativo para estarem a funcionar no período noturno. Fernando Sousa não aceita que a praia da Foz do Arelho esteja sempre tão cheia de gente durante o verão e depois toda a gente desaparece à noite “porque está tudo fechado”.

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