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Maternidade continua com encerramentos

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Enquanto decorre o inquérito da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde e o processo de avaliação da Entidade Reguladora da Saúde para apurar a assistência prestada no Hospital das Caldas da Rainha à grávida que sofreu um aborto espontâneo quando estava em casa, por ausência de recursos humanos médicos a Urgência de Ginecologia/Obstetrícia e Bloco de Partos continuam com frequentes interrupções.
Por falta de médicos a Urgência de Ginecologia/Obstetrícia e Bloco de Partos continuam com frequentes interrupções

Enquanto decorre o inquérito da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde e o processo de avaliação da Entidade Reguladora da Saúde para apurar a assistência prestada no Hospital das Caldas da Rainha à grávida que sofreu um aborto espontâneo quando estava em casa, por ausência de recursos humanos médicos a Urgência de Ginecologia/Obstetrícia e Bloco de Partos continuam com frequentes interrupções.

Não estiveram a funcionar entre as 22h00 de 7 de agosto e as 09h00 de 13 de agosto. Nesta quarta-feira, 14 de agosto, encerram às 22h00 e assim permanecem pelo menos até ao final de 19 de agosto, caso não haja a possibilidade de uma solução para preencher as carências.

O site www.sns.gov.pt/servicos-de-urgencia-sns, que divulga a escala existente, consultada no dia 13 pelo JORNAL DAS CALDAS, não permite ver além do que sete dias, pelo que, tal como é referido pela Unidade Local de Saúde do Oeste, as grávidas deverão contactar previamente a linha SNS 24 (808 24 24 24) e em situações de emergência o contacto deve ser feito diretamente para o 112, antes de qualquer deslocação, para que possam ser encaminhadas para o estabelecimento de saúde que está a funcionar.

Entretanto, a Direção da Organização Regional de Leiria do PCP emitiu um comunicado em que manifesta que “as notícias sobre a falta de assistência médica ou a transferência de grávidas resultam da ausência de investimento”, o que vai no sentido de “favorecer o negócio privado da doença”.

“Impõem-se que no imediato se criem as condições para o funcionamento regular e estável dos serviços de obstétrica no distrito garantindo a necessária tranquilidade e segurança às grávidas, nascituros e famílias”, defendem os comunistas.

Entre as medidas defendidas está “o aumento da remuneração base dos profissionais, a valorização das suas carreiras com progressão e possibilidade de dedicação exclusiva com majoração 50% no Serviço Nacional de Saúde e a contratação imediata dos médicos recém-especialistas recentemente formados”.

Marido relata aflição

Shesley Souza, marido da grávida de 32 anos que não foi assistida à primeira tentativa de entrar no Hospital das Caldas da Rainha, como o JORNAL DAS CALDAS noticiou na última edição, relatou, em entrevista ao Correio da Manhã, que trouxe a mulher de carro até este estabelecimento de saúde desde a Lourinhã, onde o casal brasileiro reside, porque sabia que o hospital caldense dispõe de Urgência Obstétrica, ao contrário da unidade de Torres Vedras, que está mais próxima.

Lilia Binas da Silva estava grávida de três meses e, de acordo com o marido, também dias antes não conseguiu ser atendida por um médico no Centro de Saúde da Lourinhã por “não ter ainda concluído o processo da autorização da residência”.

Quando sofreu o aborto, perante o choque, colocaram o feto num saco e dirigiram-se para o Hospital das Caldas da Rainha, onde, segundo Shesley Souza, face ao encerramento da Urgência Obstétrica por falta de médicos, “o segurança disse-me logo que não atendiam. Mandou-me ligar para o 112 e que eles decidissem o que fazer”.

Com hemorragia interna constante, ela esperou no carro a chegada dos bombeiros das Caldas da Rainha e foram os soldados da paz que conseguiram desbloquear a situação. Acabou por ser atendida no hospital, mas a administração nega que tenha colocado entraves à sua admissão. Shesley Souza afirma que a insistência dos bombeiros é que permitiu a entrada para ser assistida.

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