Foi inaugurada na passada sexta-feira uma escultura de homenagem à PSP na sede da Divisão Policial das Caldas da Rainha, a propósito dos 150 anos do Comando Distrital. Peça da autoria de Carlos Oliveira em parceria com a empresa MVC Portuguese Limestones, representa “um gesto de apreço pela entrega abnegada dos nossos polícias no que fazem na defesa dos que mais precisam”, considerou o superintendente, Luís Carrilho, diretor nacional da PSP, presente na cerimónia.
O subintendente Hugo Marado, comandante da Divisão Policial, mostrou-se emocionado na cerimónia “singela, mas repleta de significado, de inauguração da escultura de homenagem ao serviço policial prestado neste território e nomeadamente aos polícias de Caldas da Rainha”, afirmou.
Disse ser com “enorme entusiasmo e orgulho” que viu “o culminar de um desafio lançado e abraçado pelo Município, pelo artista criativo escultor do nosso concelho e pela PSP no âmbito das comemorações dos 150 anos no distrito de Leiria”.
“É o resultado de uma forte parceria com a Câmara Municipal das Caldas da Rainha e com a comunidade que aqui servimos. Esta escultura tem como intenções vincar e enaltecer o esforço que muitos homens e mulheres deram à causa da segurança da população caldense no passado, no presente e com evidente respaldo para o futuro e evidenciando com a sua interatividade que somos de facto uma polícia de pessoas para as pessoas”, declarou o comandante.
Segundo fez notar, “representa ainda um forte estímulo e esperança para todos os profissionais desta Divisão Policial”.
Aproveitou também para manifestar a “expetativa real de que um caminho de melhoria das condições de trabalho destes resilientes e abnegados polícias poderá ser trilhado, mormente ao nível dos equipamentos e reforço de meios humanos, cientes do contexto nacional”.
A obra representa um investimento de cerca de 40 mil euros, suportado integralmente pela Câmara Municipal das Caldas da Rainha. Hugo Marado agradeceu “o extraordinário apoio prestado pela Câmara, que possibilitou que se concretizasse”. “É revelador do apreço para com os polícias e da excelente relação que existe entre a edilidade e a PSP”, indicou.
Revelou também existir um desafio com a ESAD.CR para um mural, que se agendará para 2028, “aquando dos 150 anos da presença do Corpo de Policia Civil de Caldas da Rainha e dos 100 anos já sob a designação de PSP”.
“O sentimento hoje é de enorme alegria, de gratidão pelo escultor e pelo seu trabalho. A sua obra retrata fielmente uma polícia de pessoas para as pessoas e vai galvanizar-nos enquanto profissionais que diariamente lutamos contra as mais diversas adversidades. É uma escultura interativa com a polícia, disponível para dar a mão, seja para cumprimentar seja para ajudar”, transmitiu.
De acordo com o subintendente, “é o primeiro município a ter uma escultura de polícias para homenagear polícias”. “Amadora reconheceu há nove anos, através de uma escultura de crachá policial, de Moisés Preto Paulo, que dignifica o principal jardim daquela cidade”, recordou.
O comandante distrital da PSP de Leiria, superintendente Domingos Antunes, comentou que “desde a primeira hora estabelecemos a melhor relação” com o presidente da Câmara. Com a escultura, “melhorámos o espaço público e deixámos uma marca no território, fazendo a diferença”.
Lembrou que a Escola Segura foi criada “no período disruptivo em que os polícias deixaram de estar fechados na esquadra para ser uma polícia de proximidade” e o que lembrará a escultura é que “a centralidade da nossa ação é o cidadão”.
“Momento de reconhecimento pelo trabalho que é desenvolvido”
Luís Carrilho, diretor nacional da PSP, disse que o escultor e a Câmara prestaram “um grande serviço à comunidade”.
“Vivi nas Caldas em 1972, quando o pai foi subchefe da PSP, durante mais de seis meses, também me sinto caldense e hoje mais do que nunca com a inauguração da obra. É um sentimento de grande honra”, declarou.
Relatou que conheceu o escultor quando este instalou a escultura “O Manguito” na Praça Afonso Albuquerque, em Lisboa, em protesto contra a situação do país. O Presidente da República mandatou-o para falar com escultor para convidá-lo a expor a escultura nos jardins do Palácio de Belém.
Para o presidente da Câmara, Vitor Marques, “é uma obra que todos vão gostar de ver”, tendo ficado bastante satisfeito com o trabalho desenvolvido e a emoção transmitida na peça escultórica.
“São 150 anos da polícia no distrito, 143 nas Caldas. É uma efeméride que quisemos marcar, porque é uma entidade que merece o nosso carinho e atenção”.
“Este é um momento de reconhecimento pelo trabalho que é desenvolvido, quantas vezes difícil, mas com entrega em estar ao lado das populações, mesmo quando nem todos os meios estão à sua disposição”, vincou.
Peça com sete toneladas
O escultor e ceramista caldense Carlos Oliveira, que foi convidado pelo Município das Caldas da Rainha para executar a obra, disse que executou a obra “cheio de responsabilidade”.
O artista destacou o envolvimento do comandante da Divisão Policial e respetiva equipa. “Era para eles que eu estava a fazer o monumento e houve uma proximidade de testemunhos e de informação”, salientou Carlos Oliveira, acrescentando que “ão tem nenhuma máquina de fazer obras e “é preciso ouvir as pessoas e sentir, e depois é que nasce o monumento”.
Segundo o escultor, a obra nasceu com o mote de “uma polícia das pessoas e para as pessoas, que transmitem segurança, respeito e confiança”.
“É um monumento interativo onde o agente que figura o masculino está numa situação de cumprimento e a agente de sexo feminino está numa pose de acordo com os valores, e a postura acaba por ser uma homenagem”, referiu.
A ideia é que a obra “possa interagir com qualquer passe em frente à esquadra da PSP”.
Carlos Oliveira revelou que o monumento tem o seu “cunho artístico”, mas destacou a MVC Portuguese Limestones, empresa de extração e transformação de pedra sediada em Ataíja de Cima, Alcobaça. Saudou Rogério Vigário, CEO da MVC, e restante equipa da empresa, que “são os meus parceiros nesta obra e que assinaram comigo o monumento graças aos meios que têm”.
A criação do monumento teve várias etapas. Primeiro Carlos Oliveira fez uma maquete que apresentou ao Município das Caldas e aos agentes da PSP de Caldas da Rainha. “Depois da maquete ser aprovada houve necessidade de passar para uma escala intermédia que contou com o envolvimento dos intervenientes e só depois foi passada para uma escala final”, explicou o escultor. Trata-se de um bloco de pedra moleanos que, segundo o artista, “tinha 16 toneladas de pedra e que foi trabalhada e nela retirámos 9 toneladas e trouxemos para o local 7 toneladas”, adiantou.
Carlos Oliveira disse que é caldense há quase 61 anos e que tem orgulho da sua missão. Dedicou o monumento ao seu mestre Artur Lopes Henriques, que “foi quem mais me marcou pela sua simplicidade, por me ensinar a focar sempre nas soluções”.
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