O Jardim da Água, obra escultórica do mestre Ferreira da Silva, nas Caldas da Rainha, foi o palco escolhido para a terceira edição do “A Ferro & Fogo”, que teve lugar a 28 de maio, com uma ementa variada onde não faltaram as codornizes do Landal e o porco malhado de Alcobaça.

Cerca de 160 pessoas participaram, podendo degustar ainda pratos com peixe, marisco, frutas, legumes e outros produtos locais. O número de inscritos passou para o dobro da edição do ano anterior.

“A Ferro & Fogo” é um evento gastronómico, que se realiza anualmente, produzido pela Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste (EHTO) em conjunto com os alunos e chefes dos cursos de Gestão de Turismo, Gestão e Produção de Cozinha e Gestão e Produção de Pastelaria.

O fogo é o tema e, por isso, todas as confeções de cozinha, obrigatoriamente, passam por este processo de confeção. Para tal, foram instalados vários fornos, assadores e grelhadores para que tudo fosse cozinhado no local.

Este foi um projeto iniciado no ano letivo 2021/2022, na altura integrado no módulo de “Desenvolvimento de Produtos Gastronómicos” do curso de Gestão e Produção de Cozinha, orientado pelo chefe Luís Tarenta.

As duas primeiras edições realizaram-se nas instalações da EHTO, mas este ano reuniram-se finalmente as condições para realizar o evento ao ar livre, como estava previsto desde o início.

De acordo com Luís Tarenta, este projeto tem como principal objetivo desenvolver produtos gastronómicos de origem portuguesa orientado para a sustentabilidade, com a utilização de produtos locais.

Tendo em conta a interdisciplinaridade, o projeto envolve várias áreas da formação, o que permite aos alunos a conceção dos novos produtos.

Ao mesmo tempo, adquirirem experiência na gestão de eventos, uma vez que são estes quem ficam responsáveis pela elaboração de toda a experiência gastronómica.

“Pretendemos desta forma colocar os alunos em prática pedagógica, numa lógica de inovação e empreendedorismo”, explicou Daniel Pinto, diretor da escola.

O responsável elogiou a escolha do local, uma vez que acha que se deve dar mais valor ao Jardim da Água. Daniel Pinto recordou que a última homenagem feita em vida ao mestre Ferreira da Silva foi um jantar pedagógico inspirado na sua arte.

Já depois da morte de Ferreira da Silva, que aconteceu em 2016, foi dado o seu nome ao espaço onde funciona o restaurante pedagógico da escola. Nas próximas edições do “A Ferro & Fogo” pretende-se explorar mais a temática do período gastronómico do rei D. Carlos I, pela sua ligação às Caldas da Rainha. Como D. Carlos I era caçador, a ementa será mais à base de peças de caça, como perdiz, patos, lebres e codornizes. “A presença da família real nas Caldas poderá servir como narrativa para que as empresas também venham a desenvolver as suas próprias propostas”, concluiu Daniel Pinto.