As esculturas de chocolate são uma das atrações mais emblemáticas do evento e este ano com o tema base a “Portugalidade” a mostra do casal do Brasil conta com “réplicas intrincadas de monumentos portugueses”.
Durante o Festival, Abner Ivan e Natália Marinho criaram as esculturas em chocolate que representam a Torre de Belém e Palácio da Pena. Ao longo dos primeiros dois fins-de-semana estiveram a trabalhar ao vivo nas suas esculturas e deixaram para o último fim de semana a réplica em chocolate do Santuário de Fátima.
São criações de muitas horas de trabalho por parte de uma equipa técnica liderada pelo chef Abner Ivan, que conta com a colaboração da chef Natália Marinho. Ambos integram a residência artística e têm ainda a ajuda dos chefs Wilson Silva, do Bombarral, da pastelaria Sonho Doce, Luís Faustino, das Caldas, da pastelaria Pingo de Mel, e Tiago Craveiro, do Porto.
Os chefs oriundos do Brasil têm sido nos últimos oito anos os mestres responsáveis pela equipa que faz as esculturas de chocolate do evento de Óbidos e têm fascinado os visitantes. Residem em São Paulo e este ano vieram um mês antes do festival para preparar as esculturas.
Segundo Abner Ivan, esta edição tem um formato diferente com a participação de “chefs de outros países e a versão deste ano é que todos acompanhem o processo criativo”.
“Todos os anos fazemos uma escultura ao vivo, mas este ano a organização quis que todas as peças fossem feitas na tenda”, adiantou o chef.
A Torre de Belém, que é a uma das estrelas das esculturas, tem cerca de 250 horas de trabalho. Tem mais de dois metros de altura e 900 quilos de chocolate.
No passado domingo Abner Ivan ainda trabalhava na escultura do Palácio de Pena, que já ia em mais de 100 horas de trabalho. “Chegamos a trabalhar 18 horas por dia”, revelou o chef, sustentando que é um grande desafio fazer os grandes monumentos históricos, onde tentam aperfeiçoar todos os detalhes.
O Santuário de Fátima está em processo, mas tem de ser finalizado até ao último dia do evento.
A equipa do chef Abner Ivan está nesta edição do festival a trabalhar com cerca de 1500 quilos de chocolate nas três peças.
“Todas as obras são inteiramente feitas de chocolate comestível. Não têm qualquer estrutura de madeira, esferovite ou de arame”, contaram os chocolateiros, que gostavam de fazer a escultura da Rainha D. Leonor ou do Castelo de Óbidos.
“O que vão fazer com as esculturas de chocolate quando terminar o festival? É uma das questões mais colocadas pelos visitantes”, disse Natália Marinho, revelando que “todo o chocolate utilizado é derretido e guardado em barris próprios para ser utilizado no próximo ano”. “Há uma preocupação com o desperdício e as peças de banda desenhada do passado ano estão dentro destas esculturas novas”, contou.
O casal gosta muito de Óbidos, onde “somos muito bem recebidos e criam-se laços inesquecíveis”.
No Brasil os chefs Abner Ivan e Natália Marinho trabalham em formações nas áreas de chocolate e pastelaria. “Temos festivais de chocolate no Brasil onde também fazemos esculturas”, indicou Natália Marinho, acrescentando que como no Brasil têm produção de cacau os eventos são mais específicos para os profissionais e produtores de chocolate.
A exposição de esculturas de chocolate este ano tem ainda obras criadas pelos chefs Lluc Cruselas, com a peça do comendador Rui Nabeiro, Léo Vilela com a escultura de D. Afonso Henriques, Jorge Cardoso com a obra em chocolate de Amália Rodrigues, Jeremy Delteil com a peça do Santuário de Cristo Rei, Jordi Farrés que criou a escultura da Torre dos Clérigos, entre outros.
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