O autor, de 69 anos, começou a escrever há cerca de dez anos e foi na escrita que voltou a encontrar a felicidade.
Em 2021 publicou o seu primeiro livro, “Histórias de Uma Vida”, e em 2022 “Vila Maria”, que foi um grande sucesso. Todos os dias publica um verso no Facebook, onde já tem uma coleção de mais de mil poemas.
Miro Cardoso disse que a editora o considera um bom “contador de histórias” e tem o sonho do seu livro “Vila Maria” ser adaptado a filme.
No seu escritório tem centenas de textos que quer deixar como herança à sua filha.
Nascido na cidade de Póvoa de Varzim, ainda jovem veio viver para as Caldas da Rainha. Terminada a instrução primária começou a trabalhar onde foi proprietário do café situado no centro da cidade que se designava “Nova Era”.
Na ânsia de melhorar a sua vida, em 1973 decide emigrar, inicialmente para Espanha, de seguida para a Suíça e por fim para França, onde trabalhou na construção civil.
Sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e divorciou-se. Regressou a Caldas da Rainha e comprou um computador e foi através das redes sociais que nasceu a escrita. “Dizem que o Facebook pode ter riscos, mas se as redes sociais forem utilizadas adequadamente podem trazer coisas boas e foi o que me aconteceu. Conheci uma senhora brasileira que me pediu para escrever poemas e foi assim que nasceu a minha vontade de escrever”, relatou ao JORNAL DAS CALDAS.
Foi também a artista Maria Dulce Horta que o inspirou para escrever. “Sem a conhecer fui a uma exposição de pintura da sua autoria e mostrei-lhe alguns dos meus poemas e ela disse-me para continuar porque o sentimento estava lá e que só precisava de aperfeiçoar a técnica”, adiantou.
Era uma pessoa revoltada e agora sente-se “tranquilo e com mais motivação para a vida”. Tem ainda como passatempo a pintura.
O livro “Segunda Oportunidade” tem histórias reais que o autor investigou e que se passaram nos anos 50, mas com nomes fictícios.
“É uma obra que fala do percurso da Rainha D. Leonor, do Zeca Afonso, da cerâmica, da política e de doenças, tudo passado nas Caldas da Rainha”, refere Miro Cardoso.
O livro conta a história de uma família Antero, alentejana de Alpalhão, que se mudou para as Caldas da Rainha para trabalhar na área de cerâmica na Fábrica Secla.
O pai Antero e a mãe Inês levaram com eles as três filhas. Eram ainda crianças: a mais nova, Rosário, tinha cinco anos, Alice sete anos e Helena dez.
Aos sete anos, Rosário é raptada e cai nas malhas de uma perigosa rede internacional de tráfico de crianças e é levada para a Alemanha e vendida a um rico casal norueguês, sem qualquer rasto.
Entretanto, Alice estraga o casamento de Helena que, desgostosa, emigra para a Suíça, onde a sua beleza, inteligência e capacidade de trabalho fascinam o jovem Richard, dono de um luxuoso complexo hoteleiro nos Alpes suíços, o Sol e Neve. E rapidamente assume o estatuto de gerente do empreendimento.
Helena vivia com a mágoa permanente de ter perdido a irmã. Um dos frequentadores do complexo turístico é um famoso detetive polaco que coordena uma poderosa equipa de investigação internacional e que assume o compromisso de descobrir o paradeiro de Rosário.
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