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Detidos nove elementos de clã galego associado a droga apanhada em Peniche e Óbidos

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Numa articulação entre autoridades policiais e judiciais espanholas e portuguesas foi desenvolvida uma megaoperação no dia 18 de dezembro que provocou um grande rombo no histórico clã criminoso “Os Piturros”, organização responsável, entre outras situações de tráfico de estupefacientes por via marítima, pela cocaína apreendida em abril deste ano nos concelhos de Peniche e de Óbidos.
Nove espanhóis, com idades entre 25 e 53 anos, foram detidos

Numa articulação entre autoridades policiais e judiciais espanholas e portuguesas foi desenvolvida uma megaoperação no dia 18 de dezembro que provocou um grande rombo no histórico clã criminoso “Os Piturros”, organização responsável, entre outras situações de tráfico de estupefacientes por via marítima, pela cocaína apreendida em abril deste ano nos concelhos de Peniche e de Óbidos.

Foi a 1 de abril que 1646 quilogramas de cocaína foram apreendidos numa praia e numa zona de mato, respetivamente, pela Polícia Marítima (PM) e pela GNR, levando a Polícia Judiciária (PJ) a investigar os casos e a sua relação.

Pela manhã, na sequência de uma comunicação de um popular que reparou numa lancha encalhada junto à Praia do Quebrado, em Peniche, a PM constatou tratar-se de uma embarcação de alta velocidade (vulgarmente denominada lancha voadora) contendo no interior vários fardos de droga, pesando 417 quilos, oriundos da América do Sul, que foram recolhidos para o areal na presença da PJ.

Por sua vez, em momento subsequente, a GNR revelou que através do posto de Óbidos apreendeu 36 fardos de cocaína, com um peso total de 1.229 quilos. Na sequência de uma denúncia, os militares desenvolveram diligências que permitiram localizar a zona, no meio do mato, na freguesia de Olho Marinho, onde se encontrava a droga, entregue à PJ.

Acresce que, na véspera desta situação, a GNR havia sinalizado em Sesimbra uma operação de abastecimento de uma lancha voadora.

O valor da cocaína apreendida rondará no mercado cerca de 45 milhões de euros.

O Departamento de Investigação Criminal da PJ de Leiria assumiu a investigação, que indiciava “uma operação de tráfico de elevada envergadura e complexidade, apenas ao alcance das grandes organizações criminosas que dominam o tráfico internacional de estupefacientes, no caso de cocaína, por via marítima”, que chegava a Portugal e depois era levada para a Galiza.

Após cruzamento de informação, foi apurado que a Guardia Civil (GC), através da Equipa do Crime Organizado (ECO) da Galiza, monitorizava uma organização galega, que poderia estar relacionada com a situação verificada em Peniche e em Óbidos.

Conjugando as informações disponíveis nas investigações em curso nos dois países, foi constituída uma Equipa de Investigação Conjunta, registada na Europol e Eurojust, envolvendo as duas entidades policiais, PJ e ECO da GC, bem como, por parte das entidades judiciárias, o Departamento de Investigação e Ação Penal Regional de Coimbra e a Audiência Nacional de Madrid.

Segundo revelou a PJ, “culminando nove meses de investigação, compilando significativa e muito relevante recolha de prova, nos territórios de ambos os países, foi desencadeada uma operação policial de grande envergadura, sob o nome de operação “Nazaré”, visando o clã galego “Os Piturros”, histórico grupo criminoso, ligado ao narcotráfico na Galiza, a partir da Ria Arousa – Pontevedra, desde a década 80 do século passado”.

Nesta operação policial, com a colaboração da agência norte-americana de combate à droga (DEA), foram realizadas doze buscas domiciliárias nas cidades de Pontevedra, Ourense e na Corunha, em Espanha, e uma busca numa empresa em território português, em Monção, resultando na detenção de nove espanhóis, com idades compreendidas entre 25 e 53 anos, suspeitos de integrarem a organização criminosa.

Foram também apreendidos 40 mil euros, três veículos de alta gama, equipamentos informáticos e de comunicação, além de documentação relevante para imputação aos detidos dos crimes de “tráfico agravado de estupefacientes, associação criminosa e branqueamento de capitais”.

“Aquele clã sempre esteve diretamente relacionado com os principais distribuidores de cocaína colombianos, fazendo do transporte marítimo a sua forma de atuar para fazer entrar grandes quantidades daquele estupefaciente na Europa”, referiu a PJ, sublinhando que “a investigação conjunta realizada permitiu conhecer a forma como a operação criminosa foi desenvolvida e os meios utilizados, e determinar a responsabilidade de cada um dos autores, agora detidos”.

A máfia albanesa, conhecida como Cartel dos Balcãs, está também envolvida nestes carregamentos ilegais.

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