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Ser inquilino pode ficar mais caro

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O setor imobiliário tem mostrado resiliência. A procura de casas continua alta, mas a oferta ainda é escassa. Quem o afirma é Bruno Rodrigues, diretor da rede Veigas Imobiliárias das Caldas da Rainha, Lisboa (Veiga Lx) e Leiria (Veiga Liz).

O responsável não acredita que os preços das casas baixem pelo facto de não se produzir tanta construção nova que vai sustentando os elevados preços já atingidos. “Continuam a existir poucos imóveis para a procura existente e o preço da construção aumentou de tal forma que essa baixa me parece extremamente difícil”, afirmou. Acrescentando a este facto, “o nível da construção, materiais aplicados, eficiência energética e isolamento vieram incrementar um custo muito elevado no preço final dos imóveis, mas que obviamente trarão o benefício ao longo dos anos de utilização do comprador”.

Segundo Bruno Rodrigues, na região o valor médio de um “T2 atualmente ronda os 146.000,00 euros e do T3 167.000,00 euros. No entanto, devido ao elevado aumento sentido na construção os imóveis novos estão a empurrar os valores para níveis elevados”, contou.

Para o diretor da Veigas Imobiliária das Caldas da Rainha, a “oportunidade atualmente de vender um imóvel e ganhar valores extremamente agradáveis é extremamente apelativo e gratificante para muitos dos proprietários”. Obviamente que ao “venderem bem”, terão como consequência “comprar aos preços atuais de compra e aí resultará sempre um sentimento de suposto menor ganho quando verdadeiramente estão apenas a sofrer as consequências naturais do mercado”, adiantou.

Questionado sobre comprar ou arrendar casa, Bruno Rodrigues diz que é uma das dúvidas com que muitas pessoas se deparam na hora de mudar de habitação porque hoje “ser inquilino pode ficar mais caro”. “Existem poucos imóveis para arrendamento face à procura que existe, facto que leva a que os preços continuem a subir onde por vezes é benéfico comprar”, contou.

Para 2023, a palavra certa é o setor imobiliário ser cada vez mais “tecnológico”. No entanto, Bruno Rodrigues diz que “graças à especificidade da compra de um imóvel o fator “humano continuará sempre a ter um papel fundamental na respetiva transação”.

“Apesar de a pandemia ter acelerado o processo de desenvolvimento de ferramentas tecnológicas na mediação imobiliária apercebemo-nos que as pessoas continuam a preferir ver com os seus próprios olhos os imóveis e sentir o espaço, algo que só se consegue presencialmente”, referiu o consultor imobiliário.

Quanto ao pacote Mais Habitação do Governo, o diretor da Veigas considera que o programa “não foi feito por pessoas conhecedoras do terreno” e que “não é suficiente para resolver o problema da falta de habitação em Portugal”. “Há estratégias implementadas que poucos ou nenhuns resultados virão a ter, por exemplo, a questão de o governo eliminar os Golden visa, mas implementar os vistos para os nómadas digitais. Com esta medida não podemos esperar que existam mais arrendamentos no mercado. O cliente Golden Visa muitas vezes comprava para colocar no mercado de arrendamento enquanto que agora os nómadas digitais apenas vêm ocupar os poucos arrendamentos disponíveis no mercado”, explicou.

Bruno Rodrigues disse que alguns dos apoios poderão ajudar os portugueses, mas não “de uma forma assertiva e muito menos a tempo”. Deu o exemplo do Governo, o maior proprietário português, “decidir colocar alguns dos seus imóveis no mercado de arrendamento com rendas acessíveis”. Quanto tempo isto demorará? E até lá, que outras soluções teremos?”, questionou.

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