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Taça de Portugal

Caldas perdeu com o Benfica nas penalidades mas “triunfou” com exibição

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Competição que o Benfica não vence desde 2017, o clube das ‘águias’ esteve em risco de não seguir em frente na Taça de Portugal, ao encontrar um Caldas destemido e a jogar olhos nos olhos, num Campo da Mata com um ambiente entusiástico. Ao fim de 120 minutos registava-se um empate a uma bola. A elogiada prestação dos caldenses só foi traída nas grandes penalidades após o prolongamento.
Jogo no Campo da Mata

Taça de Portugal

Competição que o Benfica não vence desde 2017, o clube das ‘águias’ esteve em risco de não seguir em frente na Taça de Portugal, ao encontrar um Caldas destemido e a jogar olhos nos olhos, num Campo da Mata com um ambiente entusiástico. Ao fim de 120 minutos registava-se um empate a uma bola. A elogiada prestação dos caldenses só foi traída nas grandes penalidades após o prolongamento.

Campo da Mata, Caldas da Rainha

Árbitro: Cláudio Pereira; Auxiliares: André Almeida e Ângelo Carneiro. 4.º árbitro: Ricardo Moreira

Caldas: Wilson Soares; Nuno Januário, Yordi Marcelo, Thomas Militão, João Silva, André Sousa, André Perre, Leandro Borges, Miguel Rebelo, Henrique Henriques e João Rodrigues.

Suplentes: Luís Paulo, Diogo Clemente, Luís Farinha, Rafael Roque, Marcelo Marquês, Gonçalo Barreiras, Francisco Miranda, Dagmar Pinto e André Simões.

Treinador: José Vala

Substituições: Chiquinho (por Henrique Henriques), aos 58 minutos, Gonçalo Barreiras (por André Perre), aos 58 minutos, Marcelo Marquês (por Nuno Januário), aos 68 minutos, Diogo Clemente (por Miguel Rebelo), aos 68 minutos, e Luís Farinha (por João Silva), aos 83 minutos.

Cartões amarelos: André Sousa, aos 46 minutos, Thomas Militão, aos 66 minutos, Yordi Marcelo, aos 72 minutos, e Gonçalo Barreiras, aos 120+2 minutos

Golos: Gonçalo Barreiras, aos 74 minutos. Nas grandes penalidades, André Simões, Leandro Borges e João Rodrigues.

Benfica: Helton Leite, Gilberto Moraes, António Silva, John Brooks Brooks, Álex Grimaldo, Florentino Luís, Enzo Fernández, Julian Draxler, Fredrik Aursnes, João Mário e Rodrigo Pinho.

Suplentes: Odysseas Vlachodimos, André Almeida, João Victor, Mihailo Ristic, Paulo Bernardo, Chiquinho, Diogo Gonçalves, Gil Dias e Petar Musa

Treinador: Roger Schmidt

Substituições: Petar Musa (por Rodrigo Pinho), aos 46 minutos, Diogo Gonçalves (por Florentino Luís), aos 46 minutos, Chiquinho (por Julian Draxler), aos 77 minutos, Mihailo Ristic (por Álex Grimaldo), aos 77 minutos, e João Victor (por António Silva), aos 91 minutos.

Cartões amarelos: Florentino Luís, aos 22 minutos, Álex Grimaldo, aos 71 minutos, Mihailo Ristic, aos 105 minutos

Golos: Petar Musa, aos 53 minutos. Nas grandes penalidades, Enzo Fernández, Mihailo Ristic, Fredrik Aursnes, Chiquinho e João Mário

Foi o Benfica quem na noite do passado sábado assegurou o lugar na quarta eliminatória da Taça, mas o Caldas acabou também por “triunfar”, ao mostrar a abnegação, espírito de sacrifício e entrega máxima que uma equipa pode ter numa partida de futebol. Foram assim muitos os elogios que os caldenses receberam dos adeptos de ambos os clubes.

Mesmo poupando alguns jogadores mais influentes, nem se pode dizer que o Benfica jogou com uma “segunda equipa”, pois apenas fez cinco alterações no onze inicial relativamente à equipa titular em Paris frente ao PSG. Helton Leite, Gilberto Moraes, John Brooks, Julian Draxler e Rodrigo Pinho iniciaram a partida no Campo da Mata. Alexander Bah (adoentado), Nicolás Otamendi, Rafa Silva e Gonçalo Ramos ficaram fora da ficha de jogo, mas Álex Grimaldo, Enzo Fernández, Florentino Luís ou João Mário, por exemplo, defrontaram o Caldas.

O Benfica apresentava apenas três portugueses (António Silva, Florentino Luís e João Mário), ao lado de três brasileiros (Helton Leite, Gilberto e Rodrigo Pinho), um americano (John Brooks), um espanhol (Álex Grimaldo), um argentino (Enzo Fernández), um alemão (Julian Draxler) e um norueguês (Fredrik Aursnes).

Do lado do Caldas, Paulo Inácio ficou de fora e Wilson Soares foi o guarda-redes, deixando Luís Paulo no banco. O guardião caldense foi o melhor em jogo.

No relvado não parecia estar frente a frente uma equipa da Liga 3 e outra da principal Liga, líder do campeonato e com um historial que dispensa apresentações. Na primeira parte a melhor oportunidade de golo foi mesmo do Caldas, aos 38 minutos, com um espetacular remate de meia distância de João Silva, com uma defesa do guardião Helton Leite, num aparatoso voo, a fazer a bola ainda bater no poste da baliza. Teria sido um golo fantástico.

Antes disso, aos 34 minutos, há a registar um golo anulado ao Benfica por fora de jogo a Aursnes, que rematou já depois da bandeirola levantada do juiz de linha. O clube da Luz não teve outros lances de muito perigo para a baliza caldense.

O jogo começou com o Caldas a mostrar que não se ia encolher. Aos 2 minutos, João Silva progrediu pelo corredor central e tentou o remate, sem perigo. O Benfica respondeu aos 5 minutos, com Enzo Fernández a fazer o primeiro remate à baliza caldense, para fora. Rodrigo Pinho aos 8 minutos, não acertou bem na bola e o remate saiu muito por cima da baliza de Wilson Soares.

Sem lances de relevo, o jogo foi prosseguindo. Aos 22 minutos foi mostrado o primeiro cartão amarelo, para Florentino Luís (Benfica), por ter travado com um carrinho a progressão de João Rodrigues.

João Silva bateu o livre direto, só que Helton Leite, bem posicionado, agarrou o esférico.

Aos 26 minutos, Álex Grimaldo surgiu junto de Wilson Soares mas deixou escapar a bola para o guardião caldense.

A primeira parte fluiu sem grandes interrupções, pelo que apenas houve um minuto de compensação. O zero a zero premiava o cuidado da equipa caldense em não deixar o Benfica criar perigo.

A ida aos balneários fez bem ao Benfica, que começou o segundo tempo com duas mudanças. Entrou Petar Musa e saiu Rodrigo Pinho, enquanto Diogo Gonçalves substituiu Florentino Luís.

Notou-se logo maior pressão no meio-campo do Caldas e pressentiam-se maiores dificuldades para os alvinegros, com André Sousa obrigado a travar em falta Julian Draxler, recebendo um cartão amarelo aos 46 minutos.

Petar Musa obrigou Wilson Soares a intervenção apertada para canto, aos 47 minutos, e pouco depois quase que ia ter uma oportunidade para marcar, se o passe de Diogo Gonçalves não tivesse sido intercetado no momento certo.

Mas o avançado croata, melhor jogador do Benfica em campo, tinha agitado a partida e aos 53 minutos, após passe de João Mário, que recuperou a bola na confusão, tirou vários adversários do caminho e ainda de fora da área efetuou um remate bem colocado e sem hipóteses do guarda-redes do Caldas conseguir defender.

Foi um balde de água fria para os caldenses e Petar Musa podia ter bisado logo a seguir, por duas vezes, mas Wilson Soares negou o segundo golo dos encarnados na partida, aos 55 e 57 minutos.

O técnico do Caldas viu que tinha de mexer na equipa: Entrou Chiquinho e saiu Henrique Henriques, e Gonçalo Barreiras substituiu André Perre.

Aos 66 minutos, Thomas Militão rasteirou Diogo Gonçalves e foi admoestado com o cartão amarelo.

Aos 68 minutos houve nova dupla mexida no Caldas. Entrou Marcelo Marquês e saiu Nuno Januário, enquanto Diogo Clemente substituiu Miguel Rebelo.

Um desentendimento com Diogo Clemente fez aos 71 minutos Álex Grimaldo ser advertido com cartão amarelo, mas um minuto depois foi punido o jogador do Caldas, Yordy Marcelo, ao puxar João Mário de forma ostensiva, quando este fugia pelo corredor direito. Na sequência do livre Álex Grimaldo atirou ao poste.

Aos 74 minutos veio o momento que deixou o estádio ao rubro. António Silva falhou a receção a um passe de John Brooks, em zona proibida, e Gonçalo Barreiras pegou na bola e isolado frente a Helton Leite, não tremeu e fez passá-la por entre as pernas do guardião do Benfica, empatando o jogo.

Um golo que certamente não esquecerá. Os companheiros envolveram-no num abraço e com orgulho bateu no peito, mostrando amor à camisola do clube onde cresceu.

O Benfica reagiu e aos 76 minutos o guarda-redes do Caldas esteve atento ao desvio de Diogo Gonçalves na sua frente, que tinha selo de golo.

Aos 77 minutos, entrou Chiquinho no Benfica e saiu Julian Draxler. Roger Schmidt tirou Álex Grimaldo e colocou em campo Mihailo Ristic.

O Caldas fez também uma alteração aos 83 minutos, com entrada de Luís Farinha e saída de João Silva.

Aproximava-se o fim da partida e o Benfica apertava. Musa teve novamente o golo nos pés, aos 83 minutos, mas voltou a ter Wilson Soares como obstáculo.

O árbitro Cláudio Pereira deu mais 4 minutos até apitar para o prolongamento de 30 minutos.

Saiu António Silva e entrou João Victor, que se estreou com a camisola do Benfica.

O prolongamento foi dominado pelos ‘encarnados’, perante alguma falta de frescura física dos alvinegros, que ainda assim nunca claudicaram.

Aos 99 minutos Enzo Fernández disparou à trave da baliza do Caldas, aos 103 Petar Musa obrigou Wilson Soares a uma defesa a dois tempos e aos 105 Enzo Fernández rematou à figura do guarda-redes caldense.

Mihailo Ristic entrou fora de tempo sobre Chiquinho aos 105 minutos e foi contemplado com o cartão amarelo.

Aos 107 minutos, Petar Musa atirou contra o muro caldense e passou o perigo.

Aos 111 minutos, Thomas Militão, em dificuldades físicas, foi substituído por André Simões.

Calafrio aos 119 minutos:  André Sousa cortou o cruzamento de João Mário, que ia direito a Petar Musa, mas quase fez autogolo.

O árbitro Cláudio Pereira, que teve um desempenho global positivo, deu mais 2 minutos antes de ir para os penaltis. Gonçalo Barreiras ainda recebeu o cartão amarelo por ter travado a progressão de Mihailo Ristic.

Num jogo com avassalador domínio de posse de bola do Benfica, que teve as melhores oportunidades, o empate distinguiu a competência, a confiança e a coragem do Caldas em jogar sem medo perante o colosso benfiquista.

Faltava a cereja no topo do bolo, mas nos penáltis os ‘encarnados’ foram extremamente competentes. O Benfica foi o primeiro a marcar. Wilson Soares ainda adivinhou o lado, mas o remate de Enzo Fernández foi bem colocado.

Seguiu-se o momento do jogo, quando Diogo Clemente tentou colocar no ângulo mas falhou a baliza, rematando por cima da barra, o que deu mais tranquilidade aos jogadores das ‘águias’.

Mihailo Ristic rematou com força e de nada valeu a Wilson Soares adivinhar o lado. André Simões marcou para o Caldas, com guarda-redes para um lado e bola para o outro. Fredrik Aursnes também converteu e fez o 1-3. Na resposta Leandro Borges atirou para defesa de Helton Leite, só que o guarda-redes do Benfica não colocou bem as mãos e a bola entrou na baliza, para o 2-3.

Chiquinho fez o 2-4, enquanto do lado do Caldas João Rodrigues reduziu para 3-4, chegando a vez de João Mário, que se mostrou imperturbável perante a pressão e rematou sem hipótese de defesa para o guardião caldense, concluindo assim a série do Benfica de cinco penalidades todas convertidas, com a sentença final de 3-5.

“Ganhou o futebol”

“Hoje ganhou, acima de tudo, o futebol. São poucas as equipas que conseguem mais adeptos no estádio do que o Benfica. O Caldas teve e por larga maioria. Conseguir jogar aqui e ter isso são duas vitórias grandes. Faltou aquela que era mais difícil, mas faltou apenas por uma questão de pormenor”, declarou no final da parte o técnico do Caldas.

Na opinião de José Vala, “merecemos o prolongamento e ir às grandes penalidades e se ganhássemos também acho que era justo”. “Esteve quase”, desabafou.

José Vala sublinhou que “o Benfica mostrou um grande respeito pelo Caldas, até pelas poucas alterações que fez”. “Isso para nós foi motivo de orgulho, ainda antes de começar o jogo”, referiu.

No seu entender, “ganhou o futebol”, deixando um agradecimento aos adeptos: “O público ia puxando por nós. As forças que fomos perdendo íamos ganhando de outra forma”.

“Depois do que fizemos, perder dói um pouco. Fizemos uma grande primeira parte, na segunda o Benfica entrou forte, fez o golo e nós depois acabámos por ter a capacidade de reagir. Nos últimos 10 minutos passámos por dificuldades, com os jogadores com fadiga. No prolongamento sabíamos que a maior chance de apuramento era nos penáltis. Fomos aguentando. Nunca metemos o autocarro. Há frustração depois do que fizemos. Mas a frustração é momentânea. Empatar em 120 minutos com este Benfica, que tem sido fortíssimo, não está ao alcance de qualquer equipa “, afirmou o técnico caldense.

Gonçalo Barreiras, o autor do golo do empate, comentou que “somos uma equipa muito mais fraca, mas acreditámos até ao fim e lutámos”.

A direção do clube estava satisfeita, apesar do resultado: “Na Mata Encantada escrevem-se histórias bonitas. As pessoas, os atletas numa simbiose perfeita que nos fazem viver o futebol como deve ser vivido: de festa, alegria, emoção e amor. Temos uma história na Taça de Portugal e hoje escrevemos mais uma página bonita no livro da prova rainha – na cidade da rainha e onde o Caldas é rei”.

“Caímos, mas caímos de pé”, concluiu a direção, numa mensagem aos adeptos.

Treinador do Benfica não está desapontado

“Foi um jogo muito difícil. O Caldas esteve muito bem e com muita paixão. Têm um bom guarda-redes. Não somos a primeira equipa em dificuldades nas primeiras rondas da Taça. Não é desapontante. Respeito a prestação do adversário. Posso ver por outro lado: mostrámos atitude, pressionámos e tivemos concentração até final. Claro que temos de jogar melhor nas próximas rondas e mostrar que aprendemos a lição”, declarou o treinador Roger Schmidt.

Sobre o que falhou, sustentou que “jogámos muito para o lado, preocupámo-nos muito em controlar e não fomos tão proativos. Numa jogada, num contra-ataque, permitimos que eles marcassem, o que tornou o jogo mais difícil”. O técnico considerou que “estivemos melhor na segunda parte. Não praticámos um futebol incrível mas não foi por falta de atitude”.

O treinador assumiu que “às vezes acontecem este tipo de jogos. Não fomos muito inteligentes, principalmente na primeira parte. Controlámos o jogo, mas não conseguimos marcar golos. Na segunda parte estivemos melhores, cometemos um erro, temos de aceitar”.

João Victor também esteve na conferência de imprensa no final do encontro, onde afirmou que “sabíamos que ia ser um jogo muito complicado e sabíamos da qualidade do Caldas”.

Antes do jogo

Na conferência de antevisão do jogo, o capitão do Caldas, Thomas Militão, deixava o alerta ao Benfica: “Não esperem um Caldas com o autocarro estacionado lá atrás, muitas vezes vamos ser empurrados, mas quando tivermos bola, e também quando não tivermos, vamos tentar colocar em prática o nosso jogo”.

Não escondendo as “hipóteses reduzidas”, o capitão ambicionava deixar os adeptos “todos orgulhosos”.

O treinador José Vala revelava a tática: “Tentar explorar o contra-ataque, a nossa grande arma terá de ser essa”.

Do lado dos ‘encarnados’, o treinador Roger Schmidt garantia que, apesar das realidades completamente diferentes das duas equipas “respeitamos sempre o adversário”, reconhecendo que “um jogo de Taça é sempre diferente dos da Liga, por isso, nunca os subestimo”. O técnico disse ter analisado o Caldas “o melhor possível, tal como analisámos o PSG para a Liga dos Campeões”.

Moldura humana embelezou festa do futebol no Campo da Mata

Dos 5800 lugares do Campo da Mata tiveram de ser dispensados cerca de 300, por questões de segurança, mas o estádio ficou lotado.

No interior do recinto foi bonita e pacífica a festa nas bancadas. Os adeptos benfiquistas, em menor número, mostravam organização no apoio ao seu clube, mas os adeptos do Caldas ganharam o “duelo”, fazendo ouvir-se desde a bancada dos sócios à bancada geral. Também contaram a música sempre animada dos Brass Dass, que muitas vezes deu o impulso para se gritar pelo clube alvinegro, a que se juntaram as estratégicas intervenções do “speaker”, Jaime Feijão, que não deixou os adeptos caldenses ficarem adormecidos.

Não faltaram as bandeiras e as faixas. “É tão fácil ser dos ‘grandes’. Mas é tão mais bonito ser do Caldas”, foi a mensagem exibida logo após o Benfica chegar ao golo, num sentido apoio ao plantel alvinegro, independentemente do resultado.

A chegada ao estádio da equipa do Caldas foi em apoteose. O autocarro da equipa fez um percurso pelas principais ruas da cidade antes do jogo e ao entrar nos portões da Mata foi recebida pelos adeptos com gritos de apoio.

O técnico José Vala agradeceu e apelou: “Vamos todos fazer um esforço para juntar esta família mais vezes. O Campo da Mata é lindo vestido de branco e preto com pintas de vermelho, verde, azul ou de outra cor qualquer. É muito mais que um espaço para se jogar futebol, é um espaço de encontro de amigos, de reuniões de família, onde há pessoas dedicadas que todos os dias trabalham para o manterem com um “brilho” diferente. Vir à Mata ao sábado ou ao domingo ver a equipa sénior A ou mesmo ir à Quinta da Boneca ver um jogo de uma equipa da formação do Caldas ou da sua equipa sénior B, é algo diferente. Experimentem fazer disso um hábito. Com toda a certeza seríamos ainda maiores”.

Reforço policial garantiu segurança

Não foram registados incidentes no estádio nem na sua envolvência e o aparato policial apenas foi mais notado no final do jogo, próximo do Chafariz das Cinco Bicas, onde se concentraram alguns adeptos do Benfica junto dos poucos cafés abertos.

Perto de cem polícias foram mobilizados para a operação de segurança relacionada com o jogo da Taça de Portugal, tendo existido seis entradas para o estádio, uma das quais especificamente para os adeptos do clube das ‘águias’.

Considerado “jogo de risco”, foi por isso montada a operação “Festa em Segurança”. As portas abriram duas horas antes do início da partida, para que o acesso às respetivas bancadas fosse feito atempadamente”, informou o comandante da Divisão Policial das Caldas da Rainha, Hugo Marado, em conferência de imprensa conjunta da PSP, Caldas Sport Clube e Câmara Municipal local.

A necessidade de revista aos adeptos, após um primeiro controle dos ingressos, levou a uma entrada no recinto um pouco mais lenta do que é habitual no Campo da Mata, o que motivou alguns protestos.

Esteve empenhada cerca de uma centena de assistentes de recinto desportivo para orientar os adeptos.

O Caldas mostrou que os seus adeptos não causam confusões e que partilhar a bancada com os adversários não é problema.

Referência, contudo, para a existência de fumos avermelhados na bancada específica dos adeptos do Benfica, aquando do primeiro golo da equipa.

Novo relvado

A meio da semana passada o jogo estava pendente de medidas para corrigir certas situações de risco para a segurança, detetadas após a primeira vistoria da PSP. Em tempo recorde o clube alvinegro e a Câmara trataram de suprir as deficiências.

De acordo com o presidente do Caldas, Jorge Reis, “numa parceria entre a Câmara e o clube foram investidos cerca de 250 mil euros” para dotar o Campo da Mata de videovigilância, de um novo relvado e de uma zona especial de adeptos.

A Câmara disponibilizou o Campo da Feira, onde habitualmente se realizam mercados e feiras, a poucas centenas de metros do estádio, para acolher o estacionamento das viaturas de quem fosse ver o jogo.

O presidente da Câmara, Vitor Marques, disse que a autarquia fez “um esforço tremendo” para haver uma receção dos adeptos em boas condições, mas deixou um repto à Federação Portuguesa de Futebol para que “as marcações de jogos a este nível sejam feitas mais atempadamente”, de modo a “haver mais tempo para preparação destes jogos” e o país não tenha “uma Taça de Portugal de primeira e outra de segunda”.

Adeptos e adversários elogiam

Nas redes sociais sucederam-se os comentários ao jogo, com o desempenho do Caldas a ser elogiado pelos adeptos e pelos adversários.

“O Benfica ganhou mas é do Caldas que se fala. Grande jogo! Que grande orgulho”, escreveu Júlia Valentim.

“Sou benfiquista mas faço-vos uma vénia. Excelente exibição, em nada inferiores ao Benfica. Parabéns aos adeptos, jogadores (autênticos guerreiros, muitos deles jogadores de primeira Liga) e parabéns ao treinador, que pôs esta equipa a jogar um futebol atrativo e de muita qualidade. Equipa muito superior a muitas da primeira Liga. Não jogaram com o autocarro nem com antijogo”, manifestou Pedro Costa.

“Que jogo! Que exemplo! Vocês são os vencedores. Façam uma boa temporada. Uma benfiquista a torcer pelo Caldas”, declarou Rosinda Pereira.

“Parabéns ao Caldas, jogadores e adeptos! Foram uns vencedores! Excelente ambiente nas bancadas, com bom gosto e alegria positiva. Excelente lição dos mais “pequenos”, da vontade, do querer, do trabalho. A prova que temos jogadores de qualidade, que só necessitam de uma oportunidade. Demonstraram a importância do coletivo, em vez do “eu’”, transmitiu Miguel Coelho.

“Sou benfiquista mas dou valor às equipas e jogadores de clubes “da terra” que com muito menos recursos e jogadores que têm empregos conseguem esta exibição! Os caldenses devem estar muito orgulhosos!”, disse Carina Esteves.

Edgar Adegas comunicou que “não conhecia o clube, sou adepto do Benfica, mas fiquei contente em saber e ver que ainda se joga com amor à camisola. Parabéns ao Caldas pela excelente exibição”.

Oferta de fotografias de casamento

A Foto Franco anunciou que ofereceria a reportagem fotográfica de casamento ao autor ou aos autores dos golos do Caldas ao Benfica no jogo para a Taça de Portugal.

Se o Caldas ganhasse ao Benfica a loja de fotografia prometia oferecer a reportagem fotográfica do casamento a todos os jogadores do Caldas (desde que não casassem todos no mesmo dia). Os jogadores poderiam oferecer ou trocar pela reportagem de um batizado.

Gonçalo Barreiras (Gonças), de 20 anos, jovem que vem fazendo o seu percurso no Caldas desde as camadas jovens, ao marcar o golo do empate ficou assim com o prémio.

Entretanto, a direção do Caldas divulgou que o bilhete para este jogo dará acesso gratuito para o encontro entre o Caldas e o Real Sport Clube, a contar para Liga 3, no dia 29 de outubro, pelas 15h, pelos que os adeptos interessados devem guardar o ingresso e trocá-lo para essa nova entrada na sede do clube.

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