A relação da rainha Santa Isabel com o seu marido, o rei D. Dinis, é o principal mote da edição deste ano do Mercado Medieval de Óbidos, que está a decorrer até 28 de julho.

O evento arrancou no dia 18 com o cortejo de receção aos reis D. Dinis e D. Isabel de Aragão, tendo contado com a presença de autarcas e convidados, mas também muitos turistas.

A noite do primeiro dia de mercado teve um banquete real providenciado pelas associações locais.

Na edição deste ano estão presentes mais de 40 grupos de música medieval. Há espetáculos de dança, música e de teatro imersivo, mas também palestras e recriações históricas.

Entre as novidades, destaque para a área do evento, que foi alargada, e para a utilização da icónica Igreja de São João do Mocharro, para a realização de recriações históricas.

A gastronomia está a cargo de 22 associações do concelho, as quais trazem iguarias da Idade Média e da região. As associações locais participam ainda na animação e nos trajes.

A organização criou experiências mais “imersivas” para o visitante (como por exemplo os “Caminhos da Rainha”, “Na corte dos Reis” ou o “Banquete Real”).

O objetivo foi reforçar o investimento na criação de quadros históricos e de cenografia adaptada ao contexto histórico.

É a rainha Santa Isabel quem todos os dias recebe os comensais, recriando o famoso “milagre das Rosas” e falando sobre a sua relação conturbada com o rei, não se abstendo de falar dos muitos filhos

Isabel de Aragão, nascida a 4 de Junho de 1271, era filha primogénita do rei Pedro III de Aragão, tendo vindo para Portugal aos 11 anos de idade para casar com D. Dinis.

Como presente de casamento, numa prática que se tornou comum, recebeu as vilas de Abrantes, Óbidos, Alenquer e Porto de Mós. Viria a receber mais tarde vários castelos, para além de rendas das vilas de Leiria, Arruda, Torres Novas e Atouguia da Baleia.

Reza a lenda que a rainha era “muito piedosa, passando grande parte da sua vida em oração e ajudando os mais desfavorecidos”.

Passou longos períodos em Óbidos e mandou edificar a Capela de São Vicente e a gafaria, atualmente património da Santa Casa da Misericórdia de Óbidos, e algumas casas nas proximidades, para nelas serem curados e tratados os leprosos (gafos).

Fundou, também, a Capela do Senhor Jesus dos Milagres e o convento das Donas Emparedadas da Ordem de São Domingos, na atual Cerca do Castelo.

O Mercado Medieval de Óbidos decorre de segunda a quinta-feira das 17h00 às 00h00, na sexta das 17h00 às 02h00, no sábado das 11h00 às 02h00 e no domingo das 11h00 às 00h00.