A manhã foi vivida de forma intimista, no exterior das instalações, num momento que sublinhou a missão da ETEO, que é acreditar num ensino que prepara os alunos para o mercado de trabalho e para a vida, valorizando cada percurso individual e as conquistas diárias de superação.
A cerimónia teve início com a receção ao som do Grupo de Bombos da ETEO e a atuação de Joaquim António, dando um toque festivo ao arranque das comemorações.
A manhã foi também marcada por momentos de grande emoção, especialmente com a presença de Luís Sá Lopes, que, no início da década de 1990, abraçou o desafio de integrar a recém-criada ETEO, exercendo durante três décadas o cargo de diretor pedagógico. No regresso à escola que ajudou a construir foi recebido com carinho e aplausos pela comunidade educativa.
No seu discurso, a diretora Filomena Rodrigues fez questão de lhe dirigir palavras sentidas, referindo que “fazes parte desta escola, voltaste à tua escola”. Uma frase simples, mas carregada de significado, que espelhou o ambiente de afeto e gratidão vivido na cerimónia.
Filomena Rodrigues abriu o conjunto de intervenções, lembrando as origens da ETEO, criada por iniciativa de várias entidades locais e regionais, entre elas a Câmara Municipal das Caldas da Rainha, a ACCCRO – Associação Empresarial das Caldas da Rainha e Oeste, AIRO – Associação Empresarial da Região Oeste e a então Região do Turismo do Oeste, agora Turismo do Centro de Portugal, com o propósito de formar técnicos especializados nas áreas mais carenciadas da região.
Em 1999, com a publicação do decreto-lei n.º 4/98, foi criada a APEPO – Associação Para o Ensino Profissional do Oeste – entidade proprietária da Escola, cujos associados são os seus fundadores e, desde dezembro de 2014, o Montepio Rainha D. Leonor – Associação Mutualista.
“Começámos com dois cursos e duas turmas, de Técnico de Gestão e Técnico de Turismo. Hoje, temos 15 cursos, cerca de 415 alunos e uma equipa de 14 colaboradores dedicados”, destacou.
A diretora sublinhou ainda que a ETEO é uma escola profissional de natureza privada, mas com missão pública, integrando a rede nacional de entidades formadoras e contribuindo para o desenvolvimento económico e social do Oeste. Recordou também o crescimento da instituição, que ganhou novas instalações em 2005, inauguradas pelo então ministro da Educação, Roberto Carneiro, e que, graças ao apoio da Câmara Municipal, dispõe agora de mais salas na Universidade Sénior, permitindo responder à crescente procura.
Com emoção, Filomena Rodrigues prestou homenagem aos que marcaram o percurso da escola, desde professores e funcionários a colaboradores que já partiram, recordando o senhor Álvaro e a funcionária que durante anos cuidou do bar e de todos os que por ali passaram. “A ETEO é feita de pessoas, de histórias e de afetos. É essa a nossa força e o motivo pelo qual continuamos a crescer”, afirmou.
Durante o seu discurso, Filomena Rodrigues destacou ainda um momento simbólico que marcou o aniversário. A recuperação da placa histórica da escola, originalmente afixada no edifício dos Pavilhões do Parque. “Graças às diligências do presidente e do vice-presidente da Câmara Municipal, conseguimos trazer a placa para o nosso edifício atual, um pedaço do passado que agora respira connosco e que faz todo o sentido manter aqui, perto de nós”, salientou.
“Transformar estágios em carreiras”
O presidente do Conselho de Administração do Montepio Rainha D. Leonor, Paulo Ribeiro, sublinhou que a ETEO é um “motor silencioso de desenvolvimento”, destacando a importância dos estágios na área da saúde e reabilitação, que permitiram a mais de mil estagiários ganhar experiência prática e transformar estágios em carreiras.
Em representação da AIRO, Pedro Manuel destacou a ligação entre empresas e escola, permitindo aos jovens adquirir competências reais e contribuir para o desenvolvimento local.
O presidente da Câmara das Caldas da Rainha, Vitor Marques, vincou o papel da ETEO na formação, elogiando o empenho de professores, funcionários, alunos e parceiros. Sublinhou que, após 35 anos, a escola cumpre a missão de transformar vidas e contribuir para o desenvolvimento da região.
Recordar as origens
A diretora administrativa executiva, Manuela Franco, recordou o início da ETEO, revelando que o projeto remonta a 1988. “Havia um misto de alegria, entusiasmo e alguma incerteza, mas desde o início acreditámos que seria um projeto bem acolhido na nossa cidade”, afirmou.
Sobre os desafios iniciais, apontou que “não havia planos curriculares nem programas”. “O dr. Sá Lopes abraçou o projeto e elaborou os planos de Gestão e Turismo, com o apoio do dr. António Carneiro e da professora Eduarda. Quanto às instalações, houve várias hipóteses, mas acabámos por ocupar os Pavilhões do Parque, inicialmente pensados para um ano e que acabámos por utilizar durante 15 anos graças ao apoio do então administrador do Centro Hospitalar, dr. Mário Gonçalves”, contou.
“Queríamos construir mais do que uma escola, queríamos deixar marca na vida das pessoas e na comunidade. Hoje vejo a escola crescer, transformar-se e ganhar vida. Muitos alunos já passaram por aqui e todos, à sua maneira, fizeram parte desta história”, salientou.
A cerimónia terminou em clima de celebração, com o tradicional “parabéns” e o corte do bolo de aniversário, animado pela atuação musical dos PLIF (grupo da ETEO formado por Pedro Rosa, Cristina Louro, Inês Fouto e Francisco Ferraz).
