J.C. – O hospital é uma das maiores preocupações. Qual a sua posição?
V.M. – Resulta claro que nenhum dos partidos que estiveram no governo apoia o Hospital nas Caldas, apesar de já ter sido amplamente comprovado por técnicos credíveis que apenas Caldas tem condições para acolher o Novo Hospital do Oeste.
À frente da Câmara, continuarei a procurar argumentos sustentados em estudos e a fazer pressão com vista à reversão da vontade manifestada pelo governo PS e, até ao momento, não rejeitada pelo governo PSD.
Até à concretização da construção do novo Hospital tudo faremos pela reabilitação do hospital existente, como fizemos com a maternidade e com as obras do centro de saúde. Atualmente, disponibilizámos o antigo colégio Ramalho Ortigão para acolher consultas durante as obras do Centro de Saúde, e continuaremos a ceder essas instalações para acolher as consultas externas do Hospital, durante as obras já anunciada pelo Estado.
O investimento na saúde será prioritário, em várias frentes, para fomentar um ecossistema propício ao desenvolvimento do eixo estratégico Caldas, Território de Saúde.
J.C. – A Linha do Oeste é fundamental para a mobilidade e desenvolvimento da região. Que pressão vai fazer ao Governo na melhoria das ligações ferroviárias?
V.M. – A linha a sul está praticamente concluída, apesar de pouco ambiciosa, e a norte está já projetada.
Enquanto presidente da Câmara, podem os caldenses estar certos de que diligenciarei junto do Estado Central para a continuação dos trabalhos, e de que desenvolverei esforços para que esta ação seja de forma concertada com os demais municípios do Oeste, porque essa é a maneira de defender cabalmente os interesses das populações.
J.C. – Qual é a sua visão para o relançamento do termalismo e como encara a construção do novo balneário termal?
V.M. – O termalismo é vital para a dinamização do território e imprescindível para o desenvolvimento económico sustentável da região, além de ser, possivelmente, o maior ativo identitário do concelho e sobretudo da cidade de Caldas da Rainha.
Nesta defesa, creio que tenho créditos. Se houve matéria que acompanhei pessoalmente e na qual foram investidos meios humanos, técnicos e materiais, foi o relançamento do termalismo.
Estamos num momento charneira, em que é prioritário ampliarmos as termas, e inadiável a construção do novo balneário termal, para o qual estão negociados fundos no valor de 5 milhões de euros. A proposta para a construção, com capacidade para 20 mil aquistas, num terreno entre a Mata Rainha D. Leonor e o Parque D Carlos, junto à Quinta da Boneca não decorre de uma teimosia, mas de um rigoroso trabalho de planeamento desenvolvido por uma equipa de reconhecida competência técnica.
Terá dimensão terapêutica e de bem-estar, reabilitação com especialização na reabilitação desportiva de alta competição e uma vertente de investigação.
J.C. – A falta de habitação acessível é um problema. Que medidas defende para aumentar a oferta de habitação no concelho?
V.M. – No programa do Vamos Mudar apresentado é apontado um conjunto de soluções para responder às necessidades habitacionais do concelho. Entre as medidas destacam-se a criação de um projeto de habitação para arrendamento a custos controlados, em terrenos municipais, com o objetivo de fixar residentes, revitalizar o território, aumentar a sua atratividade e potenciar o desenvolvimento económico. Está também prevista a continuação da aquisição de habitações com meios próprios, num investimento de 500 mil euros, bem como a procura de apoios para a compra e arrendamento de casas destinadas a subarrendamento. O programa inclui ainda a conclusão das negociações com o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) para a construção de habitação social na Estrada de Tornada e a concretização de vários projetos de habitação jovem, nomeadamente a reabilitação do antigo lar das enfermeiras e a criação de novos loteamentos em Casais de Santa Helena e em A-dos-Francos. Está igualmente prevista a aquisição de mais fogos para arrendamento apoiado e a manutenção do apoio à renda, no valor anual de 80 mil euros. O plano contempla ainda a requalificação de habitações ao abrigo do programa 1.º Direito, já aprovado e financiado, bem como a implementação do protocolo celebrado com o IRHU para a gestão das vagas de habitação social destinadas a utentes identificados pela Unidade de Desenvolvimento Social.
J.C. – Como pretende apoiar o comércio local, a indústria, a agricultura e o turismo?
V.M. – No comércio, continuar o projeto Bairros Comerciais, com apoio a 300 comerciantes, numa fase inicial, e manter um conjunto de atividades promocionais do território e de eventos promotores de visita.
Na indústria, com a alteração do PDM, aumentar para o dobro as áreas empresariais, com repercussões positivas na criação de postos de trabalho.
Na agricultura, colocar à disposição o antigo Centro de Formação do Coto e parte da Quinta de S. João para formação e investigação. Reaproveitar água para rega na reabilitação da ETAR das Águas Santas. Realizar simpósios e conferências no âmbito da Frutos e lançar uma feira de agricultura na Expoeste em período de inverno.
J.C. – Que políticas ambientais considera prioritárias para o concelho?
V.M. – Investimento na ETAR e ampliação das redes de saneamento e manutenção das redes de água. Iniciar a recolha de Bio Resíduos, em fases, começando por clientes de grande produção e alargar até ao final do mandato para todos os clientes.
Criar ilhas ecológicas nos diversos bairros da cidade.
Promover a criação de novos espaços verdes como por exemplo o Parque da Cutileira, lançar campanha de plantação de árvores em espaço urbano, com candidatura a cerca de 5300 árvores autóctones.
J.C. – As Caldas têm uma forte tradição cultural e artística, assim como uma importante dinâmica associativa e desportiva. Como tenciona apoiar estas áreas?
V.M. – A política cultural assentará em iniciativas próprias, de natureza municipal ou para-municipal, como é o caso do CCC – Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha, bem como no apoio à criação e à programação de qualidade desenvolvidas pelos agentes culturais locais. Continuará a ser prestado apoio ao movimento associativo, que no mandato anterior registou um crescimento superior a 70%, estabilizando agora num aumento anual de cerca de 10%. Será dada especial atenção à legalização das instalações e à consequente melhoria das condições de eficiência energética e de mobilidade, assim como à formação de dirigentes.
J.C. – O concelho é composto por várias freguesias. Que estratégia terá para garantir uma distribuição equilibrada de investimentos e atenção a todo o território?
V.M. – Continuar a apoiar as freguesias, em moldes idênticos aos do mandato anterior, assegurando um crescimento de 10% ao ano, com apoios equitativos, Orçamentos Participativos em todas as 16 freguesias e negociação dos investimentos a apresentar para o mandato, dando cumprimento aos respetivos programas das freguesias.
Transformar territórios requer visão, estudos e planeamento para se compreender os impactos das decisões tomadas. Tudo isto foi desenvolvido ao longo do mandato atual.
J.C. – Que mensagem gostaria de deixar aos eleitores das Caldas?
V.M. – Estou preparado para dar continuidade a um conjunto de medidas e lançar outras já planeadas, que transformarão Caldas da Rainha num território de desenvolvimento sustentável e numa cidade inteligente, com infraestruturas operando de forma eficiente.










