J.C. – O hospital é uma das maiores preocupações. Qual a sua posição?
L.G. – O Hospital das Caldas está degradado, sobrelotado e não tem condições. Só na região Oeste existem 950 habitantes por cada cama hospitalar, mais do triplo da média nacional. Isto mostra como fomos esquecidos.
Defendo, sem hesitações, que o novo Hospital do Oeste deve ser construído entre Caldas e Óbidos, onde realmente serve toda a população. Vamos exigir mais médicos de família, reforço dos cuidados de proximidade e transportes solidários para quem não tem meios. Não é um capricho político, é uma necessidade vital para o concelho.
J.C. – A Linha do Oeste é fundamental para a mobilidade e desenvolvimento da região. Que pressão vai fazer ao Governo na melhoria das ligações ferroviárias?
L.G. – A Linha do Oeste é decisiva para o desenvolvimento da região. Vou pressionar o Governo para garantir a eletrificação total, mais horários e ligações.
No concelho, vou alargar a rede Toma à zona industrial, criar mais estacionamento e avançar com um plano anual de repavimentação de estradas em todo o concelho, para acabar de vez com buracos, más ligações e insegurança rodoviária. Desde 2021 ganhámos mais de 3.200 residentes, mas a mobilidade não acompanhou esse crescimento. É tempo de planear com seriedade.
J.C. – Qual é a sua visão para o relançamento do termalismo e como encara a construção do novo balneário termal?
L.G. – As Termas são a alma da nossa identidade. O novo balneário tem de ser mais do que uma obra bonita: precisa de gestão séria, profissional e integrada no turismo de saúde e bem-estar. As Termas podem voltar a ser motor económico e de projeção externa, mas também devem servir os caldenses com serviços acessíveis. Defendo a marca “Caldas – Cidade Termal”, para devolver o prestígio, visitantes e investimento à cidade.
J.C. – A falta de habitação acessível é um problema. Que medidas defende para aumentar a oferta de habitação no concelho?
L.G. – A habitação é hoje um drama para jovens e famílias de classe média. O preço das casas subiu 43,5% desde 2021 e já vai em 1.402€/m². Só no último triénio construíram-se 648 novas casas, mas continua a ser insuficiente. Defendo a reabilitação de imóveis municipais, parcerias para habitação a custos controlados e apoio ao arrendamento jovem.
J.C. – Como pretende apoiar o comércio local, a indústria, a agricultura e o turismo?
L.G. – Caldas tem quase 8 mil empresas, mas a esmagadora maioria são microempresas. Precisamos de atrair médias e grandes empresas que criem emprego qualificado. O comércio tradicional deve ser revitalizado com campanhas de proximidade. A zona industrial tem de ser modernizada e valorizada.
Na agricultura, temos de apoiar a produção local com feiras regulares e escoamento justo.
No turismo, registámos 206 mil dormidas em 2024, crescemos metade da média nacional. É urgente promover Caldas como destino de saúde, natureza e gastronomia e atrair polos universitários ligados à saúde e tecnologia. Só assim fixamos jovens e criamos inovação.
J.C. – Que políticas ambientais considera prioritárias para o concelho?
L.G. – Defendo soluções concretas. As “fábricas de água” vão permitir reutilizar águas tratadas para rega, limpeza de estradas, passeios e apoio aos bombeiros, sobretudo no combate aos incêndios. Propomos jardins com espécies autóctones para poupar água, brigadas permanentes de limpeza. A defesa da Lagoa de Óbidos e do Paul de Tornada. A sustentabilidade tem de ser prática diária, não apenas utilizada em slogans políticos.
J.C. – As Caldas têm uma forte tradição cultural e artística, assim como uma importante dinâmica associativa e desportiva. Como tenciona apoiar estas áreas?
L.G. – As Caldas da Rainha é uma cidade de cultura, tradições e coletividades únicas, mas o que falta é um apoio justo, transparente e consistente. Defendo um financiamento claro e regular às associações, a dinamização de atividades culturais em todos os bairros e o reforço do apoio ao desporto. É fundamental que a cultura, a educação e o desporto funcionem como instrumentos de inclusão social, valorização do talento local e orgulho caldense, promovendo também oportunidades para jovens e adultos participarem ativamente na vida da cidade.
J.C. – O concelho é composto por várias freguesias. Que estratégia terá para garantir uma distribuição equilibrada de investimentos e atenção a todo o território?
L.G. – O concelho não pode viver apenas da cidade. Proponho um plano anual de repavimentação de estradas em todas as freguesias, com uma percentagem do orçamento dedicada a esse efeito. Cada aldeia, cada lugar, cada freguesia será considerada. Defendo também a criação de pontos de recolha de monos e resíduos verdes em todo o concelho e visitas regulares do executivo às freguesias. A Câmara deve servir todos de forma equilibrada e justa, garantindo que os investimentos e serviços chegam a todo o território.
J.C. – Que mensagem gostaria de deixar aos eleitores das Caldas?
L.G. – Peço aos caldenses que confiem que é possível fazer diferente. Vou lutar para que o Hospital do Oeste seja construído entre Caldas e Óbidos, a taxa de saneamento seja revista e a rede concluída em todo o concelho, pois há pessoas a pagar sem sequer terem ligação à mesma. É uma questão de justiça.
Quero devolver a segurança ao concelho, porque a cidade tem de voltar a ser segura, com policiamento reforçado, de proximidade e autoridade visível, proponho também a instalação de videovigilância. Os cemitérios estão a ficar lotados e o crematório em Santo Onofre será uma resposta digna e económica, evitando deslocações para fora do concelho e trazendo também receita adicional para Caldas ao prestar este serviço à região. Temos o pior rácio de bombeiros da região e a habitação tornou-se incomportável, mas temos uma terra com um potencial enorme.
No dia 12 de outubro, podemos virar a página. Comigo e com o Chega, a nossa cidade terá dignidade, respeito, segurança, transparência e futuro.










