J.C. – O hospital é uma das maiores preocupações. Qual a sua posição?
D.R. – Apesar das sucessivas promessas que ao longo dos anos foram feitas, quer pelos governos PSD/CDS quer pelos governos PS, o facto é que a construção desta importante infraestrutura continua a marcar passo. Uma saga contínua, com os sucessivos governos, a promoverem a disputa entre concelhos pela futura localização do Hospital, enquanto se vai arrastando e adiando a decisão.
Prova disso é a ausência de qualquer referência quanto ao arranque deste investimento na proposta de Orçamento do Estado para 2025 apresentada pelo Governo. Foi, entretanto, lançado (outubro de 2023) o chamado Concurso Público para Estudo de Financiamento do novo hospital do Oeste que visa abrir a porta a mais uma pareceria público privada para a construção, e eventual exploração, deste novo hospital.
As atuais disputas entre municípios sobre a localização do indispensável Hospital do Oeste escondem o essencial – o hospital continua por construir acrescentando dificuldades a uma população de mais de 350 mil pessoas.
Como o PCP tem afirmado, é urgente a construção e funcionamento de uma unidade com mais de 400 camas, que alargue as especialidades/valências existentes e garanta capacidade de internamento que hoje não existente para várias especialidades.
Para lá da construção do novo Hospital do Oeste, é preciso dar resposta à necessidade de atrair e fixar médicos, enfermeiros, técnicos e outros trabalhadores, o que exige medidas de fundo.
J.C. – A Linha do Oeste é fundamental para a mobilidade e desenvolvimento da região. Que pressão vai fazer ao Governo na melhoria das ligações ferroviárias?
D.R. – A CDU e o PCP tiveram um papel determinante na luta pela requalificação e modernização da Linha do Oeste. A Linha deve estar ao serviço das populações, desempenhando um papel determinante no quadro da sustentabilidade e do próprio desenvolvimento económico da Região. O que nesta fase se exige é a rápida conclusão das obras em vigor, o avanço na eletrificação a norte, até à figueira da Foz, e garantir articulação com a linha de alta velocidade para lá da figueira.
J.C. – Qual é a sua visão para o relançamento do termalismo e como encara a construção do novo balneário termal?
D.R. – A CDU considera que o termalismo este é um sector estruturante para a economia do concelho e da região. Entende que se deve integrar de forma total e eficaz o Hospital Termal no Serviço Nacional de Saúde. Defendemos melhorar serviços e investir na ampliação, com a construção do novo balneário, proporcionando um Termalismo de Saúde e Bem-estar. Comprometemo-nos a desenvolver todos os esforços para que o Hospital Termal seja classificado como Património Mundial da UNESCO.
J.C. – A falta de habitação acessível é um problema. Que medidas defende para aumentar a oferta de habitação no concelho?
D.R. – Promover a construção de habitação social a custos controlados, com medidas direcionadas também para a juventude e a revindicação da construção de habitação pública destinada ao mercado de arrendamento, designadamente junto do estado central para o real alargamento do parque habitacional público. Fomentar o diálogo com os proprietários com vista à recuperação e reconversão das casas entaipadas e abandonadas.
J.C. – Como pretende apoiar o comércio local, a indústria, a agricultura e o turismo?
D.R. – A CDU defende medidas específicas do governo central para os sectores de atividade que fazem a história do concelho e da cidade como a agricultura, indústria cerâmica, a cutelaria, metalurgia, alimentar, comércio tradicional e turismo.
A Praça da Fruta é um símbolo identitário das Caldas da Rainha. É fundamental proteger os pequenos produtores, pondo fim ao sistema especulativo de leilão dos lugares, criando melhores condições de higiene e estruturas de apoio, e melhorando a mobilidade em redor do mercado, em benefício de vendedores e compradores.
Deve apostar-se na criação de novas áreas e na requalificação das zonas industriais existentes.
J.C. – Que políticas ambientais considera prioritárias para o concelho?
D.R. – A CDU defende para o concelho políticas que assegurem a preservação dos recursos naturais, da floresta e da biodiversidade. Entre as prioridades, destaca-se a classificação da Lagoa de Óbidos como Paisagem Protegida de Âmbito Regional, a presença permanente de uma draga para limpeza das águas e margens, a conclusão da segunda fase das dragagens com total transparência, o cumprimento do Plano de Ordenamento da Orla Costeira e o apoio à revitalização do Paúl da Tornada. A coligação quer ainda garantir que o aproveitamento hidroagrícola de Alvorninha beneficie todos os agricultores.
No que respeita ao saneamento, a CDU propõe a reversão da privatização da EGF e considera urgente concluir a rede de saneamento nas freguesias rurais, eliminar esgotos a céu aberto, despoluir o rio da Cal, melhorar as ETAR – Estação de tratamento de águas residuais e requalificar a rede de esgotos da cidade, reforçando também a recolha e o tratamento de biorresíduos.
J.C. – As Caldas têm uma forte tradição cultural e artística, assim como uma importante dinâmica associativa e desportiva. Como tenciona apoiar estas áreas?
D.R. – A CDU assume a cultura como um eixo estratégico do desenvolvimento local, defendendo o incentivo e o apoio aos criadores e a formação de novos públicos. Valoriza a presença da ESAD.CR e considera essencial o desenvolvimento de projetos em articulação com os estudantes, reconhecendo o seu contributo para a dinamização cultural e para a fixação de jovens artistas no concelho. A coligação compromete-se a resolver os problemas que têm travado a construção do novo edifício do Teatro da Rainha e a criar um espaço municipal destinado à preservação e exposição de espólios relevantes para a história local. Defende ainda a rápida conclusão das obras no Centro da Juventude, encerrado há vários anos, e a reabilitação do edifício da Biblioteca Municipal. A CDU reafirma também o seu apoio ao movimento associativo, considerado fundamental para a democratização do acesso à cultura e ao desporto.
J.C. – O concelho é composto por várias freguesias. Que estratégia terá para garantir uma distribuição equilibrada de investimentos e atenção a todo o território?
D.R. – A CDU defende a reorganização administrativa em sintonia com a vontade das populações, apoiando a reposição das freguesias anteriormente agrupadas. Propõe também o cumprimento e reforço dos acordos de execução com as juntas de freguesia, promovendo a descentralização de competências e disponibilizando meios para uma resolução mais eficaz dos problemas locais. Pretendemos ainda reforçar a abrangência e a execução dos orçamentos participativos.
J.C. – Que mensagem gostaria de deixar aos eleitores das Caldas?
D.R. – É possível viver melhor, aqui e agora, com a eleição de pessoas honestas, competentes e comprometidas com o interesse da maioria. Estamos presentes nas Caldas para apoiar quem estuda, trabalha ou trabalhou uma vida, com provas dadas e preparados para dar expressão concreta às necessidades e anseios da população. Queremos ser a voz de quem se confronta com interesses que não favorecem a maioria. No dia 12, a única forma de garantir que caminhamos no sentido do desenvolvimento e do cumprimento dos direitos essenciais é dar mais força à CDU, permitindo que tenha eleitos no concelho.










