Segundo a Câmara das Caldas, estima-se que a conclusão da obra, com a demolição da passagem superior antiga, só seja efetivada no decurso do mês de junho.
Questionada pelo JORNAL DAS CALDAS, a autarquia informou, através da sua Unidade de Divulgação e Marketing, que o atraso na conclusão da obra deveu-se a vários motivos.
Em primeiro lugar, “a demora na elaboração e aprovação do Plano de Interferências com a infraestrutura e circulação ferroviárias (documento elaborado pelo empreiteiro para efeitos de salvaguarda da segurança dos trabalhadores e garantia de serviço da circulação ferroviária, cuja aprovação depende da Infraestruturas de Portugal)”.
Houve também a necessidade de execução de trabalhos complementares “consequentes de erros e omissões do projeto”.
Terá havido também falta de produtividade na obra relacionada com a escassez de mão-de-obra e destaca-se ainda a “ocorrência, em especial no presente ano, de condições meteorológicas inadequadas ao bom andamento dos trabalhos”.
Outro dos motivos foi a necessidade de compatibilizar a execução dos trabalhos da obra da passagem superior com a obra “Modernização da Linha do Oeste”;
No ato de consignação da obra, em agosto de 2023, Joaquim Beato, vice-presidente da Câmara das Caldas, sublinhou a importância da obra e referiu que este processo foi herdado da anterior gestão camarária. O atual executivo considerou fazer todo o sentido prossegui-lo, por ser “um bom projeto” e por ser importante esta ligação entre as duas freguesias mais populosas do concelho.
A obra foi adjudicada por 976 mil euros à Nov Pro Construções S.A, uma empresa construtora que tem sede em Santa Catarina da Serra (Leiria) e faz parte do grupo Nov (antigo grupo Lena).
O valor final da obra será de um milhão e 27 mil euros. “Os custos a mais do presente ano estão relacionados com trabalhos complementares consequentes de erros e omissões do projeto”, explica a Câmara.
Apesar do longo atraso, a autarquia não vai espoletar qualquer processo de sanções por incumprimento do prazo contratual, “na medida em que a grande maioria dos atrasos são consequência de erros e omissões do projeto, de demora na aprovação da execução de trabalhos pela Infraestruturas de Portugal e, ultimamente, da ocorrência de condições meteorológicas adversas que impediram o bom andamento dos trabalhos”.
Ponte com elevadores dos dois lados
A ponte fará a ligação entre a avenida 1º de Maio, o cais de passageiros entre as linhas do comboio e a Rua 15 de Agosto, e fica mais a norte da atual passagem superior.
Da obra faz parte ainda a reabilitação dos pavimentos, na rua 15 de Agosto, no troço frontal à escola do Bairro da Ponte.
Na nova ponte a passagem terá uma configuração linear, com escadas e caixas de elevadores nos topos e no acesso ao cais de passageiros.
O projeto prevê um passadiço branco, em estrutura metálica treliçada, apoiado em três caixas de elevador em betão armado.
O passadiço terá um pavimento metálico “com chapa xadrez e guarda corpo em vidro até 1.80m, por forma a salvaguardar a proteção à catenária, conforme normas da IP ferrovia”.
As caixas de elevador em betão armado aparente apoiam o passadiço e possibilitam a utilização de cabines com vista panorâmica.
As escadas, com o número de lanços e degraus conforme as normas em vigor, ficarão localizadas entre os edifícios existentes, e painéis em malha metálica tipo “metal distendido”, que farão o seu enquadramento urbano e volumétrico com o conjunto edificado.
Os apoios das escadas serão minimizados de forma a garantir um conjunto com um desenho simples, enquadrado com a envolvente e funcionalmente adequado aos objetivos.
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