A Câmara Municipal das Caldas da Rainha quer que o Ministério da Saúde volte a definir a localização do futuro Hospital do Oeste, propondo que o resultado seja obtido através da “constituição de uma Comissão Técnica Independente e da realização de um processo de avaliação ambiental estratégica”.
Numa missiva enviada à Ministra da Saúde, Ana Paula Martins, o presidente da Câmara, Vitor Marques, não só faz esta proposta como evidencia a justificação de que a unidade de saúde deve ficar num terreno nos concelhos de Caldas da Rainha e Óbidos, em vez do Bombarral, como foi anunciado pelo anterior Governo e até agora mantido pelo atual.
O presidente da Câmara alude à “muito bem-sucedida experiência de definição da localização do novo aeroporto de Lisboa, amplamente reconhecida pela sua idoneidade, credibilidade e competência”, para pedir que “seja adotado um processo semelhante”, mediante uma Comissão Técnica Independente e uma avaliação ambiental.
O autarca pretende que o processo “tenha uma liderança política clara, uma condução técnica com mérito científico reconhecido e de natureza multidisciplinar, um modelo de acompanhamento estruturado que garanta o envolvimento dos diversos atores, nomeadamente das autarquias da área a servir pelo Hospital, que promova a participação alargada de todos os interessados, e garanta, no final, uma análise rápida, credível e que consensualize os vários interesses”.
Foi igualmente entregue à Ministra da Saúde um “retratamento preliminar” do “Ecossistema de Saúde Local das Caldas da Rainha” e a sua importância para a economia regional, documento que, segundo Vitor Marques, evidencia, que qualquer decisão do poder político “tem de ter em consideração os impactos positivos e negativos e as suas repercussões económicas e sociais”.
Na carta enviada à ministra a Câmara aponta “várias incoerências, erros, omissões e atropelos legais que suportam as recomendações” relativamente à localização do hospital no Bombarral, processo que entende estar “ferido de credibilidade, sendo indispensável encetar um novo processo, liderado pelo Ministério da Saúde”.
Insistindo existirem erros de delimitação da área de influência do futuro hospital, ao integrar parte do concelho de Mafra, excluir todo o concelho de Alcobaça ou não considerar Rio Maior, vinca que a proposta no Bombarral “constitui uma violação grosseira do Plano Regional de Ordenamento do Território, insiste em ter localizações fora dos centros urbanos e ignora as oportunidades que este investimento tem ao nível ambiental, social, económico e territorial, para além de que obriga à deslocalização de todos os profissionais de saúde do atual Centro Hospitalar do Oeste e está desarticulada da conetividade ferroviária”.
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