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Jornadas Pedagógicas salientaram papel dos professores na vida dos seus alunos

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É quando os alunos são “difíceis” que o papel de professor se torna mais desafiante e deve ser encarado de forma profissional, “não como uma ofensa pessoal”.

É quando os alunos são “difíceis” que o papel de professor se torna mais desafiante e deve ser encarado de forma profissional, “não como uma ofensa pessoal”.

Esta foi a ideia defendida pelo professor Rui Correia, durante as Jornadas Pedagógicas do Agrupamento de Escolas Raul Proença (AERP), que tiveram lugar a 10 de setembro, no Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha.

Perante centenas de colegas, alguns dos quais que ingressaram pela primeira vez neste agrupamento, Rui Correia (vencedor do “Global Teacher Prize Portugal” 2019) referiu que existem formas de abordar as situações mais difíceis, em que é importante perceber qual a razão de um aluno se comportar mal.

“Muitas vezes o problema é falta de amor”, comentou, contando um episódio em que uma aluna lhe contou que o senhorio da sua casa tinha retirado as janelas da habitação, porque tinham rendas em atraso e queria garantir que a família saísse.

“Aquilo que pretendemos com estas jornadas é refletir um bocado sobre o que é escutar as outras pessoas”, referiu Rui Correia, organizador das jornadas.

Do encontro fizeram parte apresentações sobre diversos temas como a inclusão, a comunicação e didática, o “cyber bullying” e a inteligência artificial, entre outros.

O diretor do agrupamento, João Silva, quis que estas jornadas fossem inspiradoras para que os professores possam começar da melhor forma o ano letivo. Este ano o AERP tem 2832 alunos e 270 docentes. Um dos maiores desafios é o de acolher os alunos estrangeiros. São cerca de 600 alunos, distribuídos por 41 nacionalidades. Dos países de origem dos encarregados de educação, destaca-se o Brasil com 321 alunos, Angola com 73 alunos e Ucrânia com 37 alunos.

Transmitir alegria e amor aos alunos

Na sua “aula” para professores, Rui Correia socorreu-se de um episódio da série americana, dos anos 80, “Quem Sai aos Seus”, para fazer uma definição simples do sentido da vida: “Amar, ser amado e tentar não fazer mal a ninguém”.

Para o orador, essa definição, dada à pressa pela personagem Mallory (a irmã supostamente menos inteligente) ao seu irmão Alex (que se debruçava sobre estes assuntos filosóficos), acaba por representar o que os professores devem garantir que os seus alunos possam ter. Tudo isto envolve também conhecimento, ciência e cultura.

“O desafio continua a ser o mesmo de sempre: de que os miúdos gostem do que vêm ao espelho”, salientou. Rui Correia referiu que “nós [professores] transformamos miúdos”, adiantando que isso “já aconteceu a todos”. Até porque “muitas vezes são eles que nos resgatam nos dias em que estamos mais em baixo”.

Na sua opinião, é importante que os professores “organizem a vida no sentido de transmitir segurança, liberdade e, sobretudo, alegria, aos vossos miúdos”. Até porque, “aquilo que fazemos repercute-se na forma como os nossos miúdos olham para nós”.

O docente comentou como “é muito interessante, para quem dá aulas no 2º ciclo, vê-los depois a ir para o 3º ciclo e a seguir para o secundário”.

Aos seus colegas, o professor deixou o desejo de que continuem a estar apaixonados naquilo que fazem.

Destaque ainda para a participação de Carlos Moisés, vocalista dos Quinta do Bill, que é também professor de Educação Musical.

Rui Correia e Carlos Moisés partilharam em palco várias ideias sobre os novos tempos da música, com muitos desafios para os músicos. Salientaram também a importância do ensino da música nas escolas.

O tema “Filhos da Nação” foi cantado em uníssono pelos professores, que puderam também ouvir pela primeira vez o novo tema dos Quinta do Bill: “A Saudade Aperta”.

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