Os chapéus de chuva coloridos com uma pega em cerâmica com a forma de um falo são já um grande sucesso e atraíram as atenções de milhares de pessoas.
A inauguração oficial da instalação dos 645 chafalos (chapéus de chuva com falo) teve lugar ao final da tarde do passado sábado, mas desde a sua colocação, no dia anterior, houve autênticas romarias ao local para ver, fotografar e filmar.
No sábado, desde manhã, a rua esteve sempre cheia de pessoas e não há memória de que algum dia tenha ali estado tanta gente, mesmo sendo uma artéria importante, ao fazer a ligação entre a Praça da República e o Largo do Hospital Termal.
Segundo a impulsionadora desta ideia, Zélia Marques, tudo começou com uma brincadeira à mesa no natal passado. “Tínhamos adquirido o Camaroeiro Real e começámos a falar de fazer algo de revolucionário nesta rua. O meu filho Tomás sugeriu fazer algo relacionado com o falo”, contou.
Noutro dia, Zélia Marques voltou a falar com seu filho e surgiu a ideia de colocar os falos como pegas de chapéus de chuva para serem pendurados na rua. Apesar dos chapéus de chuva colocados desta forma seja associado a Águeda, onde isso é feito desde 2012, acabaram por chegar à conclusão de que a originalidade dos cabos em forma de falo seria interessante para fazer nas Caldas.
O primeiro passo foi o de criar o logotipo e registar a marca. Ao longo de todo este processo, já investiu cerca de cinco mil euros. A maior parte do valor foi para a aquisição dos chapéus e dos falos.
O molde das pegas em cerâmica foi realizado por Helena Brito, da loja e atelier Linhas da Terra (que fica também na Rua da Liberdade), tendo depois sido produzidas várias centenas para os chapéus colocados na instalação e para os que vão estar à venda.
De acordo com Zélia Marques, ao princípio houve “alguma resistência” por parte da Câmara, mas acabaram por ultrapassar essas questões, conseguindo as autorizações necessárias e o apoio logístico por parte da autarquia.
Zélia Marques só lamenta não ter tido mais apoio na divulgação por parte da Câmara e da associação comercial. Na sua opinião, quando falou neste projeto nunca sentiu qualquer tipo de incentivo ou apoio por parte das entidades que julgava poderem ajudar mais.
Para breve está a abertura da loja onde serão vendidos os chafalos e outros artigos de merchandising criados no âmbito desta iniciativa. “Temos tido uma procura louca de chapéus”, referiu Zélia Marques. Tiveram até já uma encomenda para o Freud Museum, em Londres.
Estabelecimentos abertos à noite atraem clientes
A iniciativa foi também abraçada por Rosário Delgado, proprietária da pastelaria Gato Preto, que deu o seu apoio na instalação dos chapéus e que no dia da inauguração ficou responsável pela animação musical e por um original bolo que serviu de “corta-fitas” para a iniciativa.
Desde que ouviu a ideia, Rosário Delgado achou que seria importante conseguir concretizá-la. “Sempre que se fala das Caldas, as pessoas esboçam logo um sorriso e referem que é a terra dos falos”, disse.
Também proprietária do Quiosque da Praça, a empresária tem promovido vários concertos para animar os seus espaços comerciais e aquela zona da cidade. “Com esta ideia da Zélia, conseguimos conjugar uma série de vontades e de esforços”, comentou Rosário Delgado.
A empresária está contente com os resultados obtidos por abrir o Quiosque da Praça à noite e promover concertos, mas espera agora que outros comerciantes façam o mesmo, tal como acontece com o Camaroeiro desde que reabriu. “As pessoas até agradecem por estarmos abertos”, contou.
Inauguração foi um sucesso
À hora da inauguração da instalação, centenas de pessoas enchiam a Rua da Liberdade, algumas nas várias esplanadas dos espaços comerciais ali existentes.
O mestre de cerimónias foi João Carlos Costa, que desafiou a todos os que ali estavam a fotografar e a fazer vídeos e partilhá-los com a “hashtag” #chafalos, de forma promover melhor a marca e o projeto.
O presidente da Câmara das Caldas, Vitor Marques, elogiou os empresários que tiveram esta iniciativa e mostrou-se muito satisfeito pela presença de tantas pessoas. Referindo-se aos falos, comentou que “não temos de ter vergonha, porque é um símbolo das Caldas”.
Segundo Vitor Marques, as autarquias devem acompanhar e apoiar estas iniciativas.
Quanto a Zélia Marques, espera agora que durante a época natalícia possam colocar chapéus com iluminação e desta forma “criar algo de diferente nesta rua”.
Tal como a sua colega do Quiosque da Praça, a empresária gostava que mais estabelecimentos abrissem durante a noite nas Caldas e assim atraírem mais clientes. “Para trazermos mais gente às Caldas”, concluiu, desafiando os comerciantes da Rua das Montras para também dinamizarem algo do género. “Juntem-se a nós”, convidou.
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