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Simpósio sobre a Saúde Mental

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O primeiro dia do Simpósio sobre a Saúde Mental, no auditório da Casa da Música, em Óbidos, aconteceu na passada terça-feira, em que se celebrou o Dia Mundial da Prevenção do Suicídio. Haverá uma segunda sessão no dia 14.
Simpósio no auditório da Casa da Música, em Óbidos

O primeiro dia do Simpósio sobre a Saúde Mental, no auditório da Casa da Música, em Óbidos, aconteceu na passada terça-feira, em que se celebrou o Dia Mundial da Prevenção do Suicídio. Haverá uma segunda sessão no dia 14.

O simpósio, cujo tema incide na prevenção do suicídio e comportamentos suicidários, contou com as palavras da enfermeira Maria José Guedes na sessão de abertura.
A coordenadora da Unidade de Cuidados Comunidade Caldas da Rainha/Óbidos defendeu que este tipo de iniciativas serve para abordar o assunto “sem medos de falar do suicídio, que é um tema que deve ser falado”.

A enfermeira acredita que ao comunicarmos sobre o que se passa na saúde mental “estamos a criar mais pontes, estamos todos a falar a mesma linguagem”. Desta forma disse que “estamos a fortalecer laços”. Afirmou ainda que ao termos conhecimento sobre comportamentos suicidários, “todos podemos prevenir um suicídio”.

Lúcia Ponciano, enfermeira diretora representante da Unidade Local de Saúde do Oeste, alertou que “o suicídio é um problema real que temos de combater diariamente”. Considera ainda que “temos de dedicar mais horas, mais atenção de alma e coração, e não só tecnicamente “.

Sobre este “flagelo”, reiterou que “o suicídio é uma das principais causas de morte no mundo”. Anunciando que a única forma de o prevenir é através de aquisição de conhecimento, vincou que “aumentar a literacia em saúde mental já está a dar frutos e vai dar mais futuramente”.

Referiu também que “para cada suicídio cometido há vinte ou mais tentativas do ato”. Com esperança, exprimiu para todos os ouvintes “que saíamos com mais capacidade de ajudar quem precisa, que são muitos à frente dos nossos olhos e às vezes não damos conta”.

A professora Rosa Simões, presidente do Colégio da Especialidade de Saúde Mental e Psiquiátrica, indicou que “temos de envolver todos sem exceção e ter a ousadia de incluir a população em geral”. Fez notar que o único caminho para a desconstrução deste problema é “falar sobre o suicídio, só isso”. No entanto, disse que para que isso aconteça é preciso “desconstruir mitos e preconceitos”.

A docente esclareceu que “o suicídio complexo e multideterminado nunca é por uma causa que acontece, mas por um conjunto de vários fatores”. Acrescentou que “o suicídio é evitável, cerca de 80% dos casos conseguimos evitar”, o que deve “obrigar as pessoas a pensar no que podem fazer para evitar este fenómeno e o risco de acontecer”.

Quem também discursou na sessão de abertura foi Filipe Daniel, presidente do município de Óbidos. Sobre a necessidade deste simpósio, afirmou que “sempre houve problemas de saúde mental, mas o após a Covid-19 acho que aumentou”.

Sobre a saúde mental o autarca disse ainda que “é necessário fazer o correto diagnóstico e respondermos melhor”, deixando, para terminar, a afirmação que “não podemos olhar, saber e assobiar para o lado”, apelando a que toda a comunidade deve ser ativa relativamente a este assunto.

A vereadora de Óbidos, Margarida Reis, apresentou os diversos apoios disponíveis, no que toca a saúde mental, para toda a comunidade, sublinhando que “as pessoas que nos procuram sabem que podem contar connosco”.

Durante o simpósio todos os palestrantes e ouvintes possuíam um laço amarelo ao peito, símbolo da prevenção do suicídio.

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