A Associação Nacional de Produtores de Pera Rocha (ANP) esteve presente no 39º festival do vinho e na 29ª feira nacional da Pera Rocha, que decorreu de 13 a 18 de agosto.

Filipe Ribeiro, presidente da ANP, referiu condições pouco favoráveis, no início do ano, à floração, que tornaram complicada a época da apanha do fruto, com maturações diferentes.

“Este ano está ligeiramente mais cedo, no entanto, temos frutos com graus de evolução diferentes nas árvores, frutos grandes, com uma maturação boa, e frutos mais pequenos”.

Em relação ao ano passado, o dirigente da associação refere que esta época começou mais cedo, dando início a 10 de agosto, explica o fenómeno “neste momento atribuímos isso realmente às condições adversas, pela floração, e a falta de frio ou os enganos mais amenos”.

Considerando uma heterogeneidade em relação aos pomares, contando com problemas sanitários, problemas de produção, deixando produtores que nem colhem ou produtores com quebras muito insignificantes.

Contudo, Filipe Ribeiro refere que “no conjunto podemos dizer que temos um ano, possivelmente com um pouco mais de produção do que o ano passado, mas fica muito aquém do potencial produtivo daquilo que é a pera rocha”.

Dentro da Europa, a pera rocha era comercializada a um preço mais baixo, mas tem sofrido alterações e neste momento é comercializada a um valor mais elevado. As próprias características e quebras de produção do fruto contribuem para esse facto.

“O ano passado era um ano de calibres baixos, este ano temos calibres um pouco mais altos”, refere o presidente da associação.

As doenças propensas atacam diretamente o fruto, numa maior fase de maturação e principalmente os frutos maiores. Com a média de calibre ligeiramente superior em relação ao ano anterior, torna uma média de calibres maiores, o que permite ter mais exportações.

A campanha da pera rocha fica longe de alcançar o seu objetivo e do potencial produtivo, mas possivelmente com um aumento em comparação ao ano passado.

“Este já é o terceiro ano que temos uma queda acentuada da produção”, explica Filipe Ribeiro.

O presidente da associação espera que as autoridades nacionais, locais, próprios operadores e o consumidor olhem para esta problemática.

Em curso está um projeto de melhoramento genético da pera, em que a ANP é parceira. Este projeto “passa pela Comissão Europeia, e por encarar a produção europeia, não só da pera como também de outros produtos que tem estas dificuldades de produção, que leva a quebras, e essas quebras dificilmente conseguem ser compensadas por um aumento”.

Filipe Ribeiro expressa que chegou a hora das autoridades europeias olharem para a produção europeia de forma a dar solução aos próprios produtores.

“Penso que tem que haver bom senso e tem que haver um equilíbrio desta relação entre aquilo que nós utilizamos como defensivo e aquilo que as nossas culturas precisam para conseguirmos ter um rendimento aceitável e conseguirmos alimentar a população”, acrescentou o presidente da ANP.