Na passada quinta-feira realizou-se a assembleia-geral eleitoral do Caldas Sport Clube sem que houvesse listas a sufrágio, criando-se um vazio diretivo, com a direção em gestão até à próxima reunião, marcada para 26 de abril, às 21h30, no auditório da Câmara Municipal, em que se espera possa haver pelo menos uma candidatura.
Perante mais de 120 sócios, que encheram o auditório dos Paços do Concelho, levando até à necessidade de ir buscar cadeiras adicionais, o atual presidente, Jorge Reis, e a sua equipa diretiva manifestaram indisponibilidade para se recandidatarem.
O dirigente começou por sublinhar a grande presença de sócios, o que é “prova da vitalidade do Caldas”, lembrando que houve alturas em que “só estavam presentes os membros dos órgãos sociais e apenas mais duas ou três pessoas”.
Esclareceu depois as contas atuais do clube, garantindo que “o Caldas não deve nada a ninguém e não tem dívidas nenhumas, tem é a receber 400 mil euros da Galp”.
Descreveu os gastos nos últimos três anos e meio, nomeadamente despesas com a tribuna da imprensa, a cobertura das bancadas do Campo da Mata, as cadeiras, as pinturas, os balneários, a área técnica, o banco dos suplentes, o bar e a iluminação, entre outras, algumas comparticipadas pela Câmara.
De encargo unicamente do clube, constam as despesas com passes dos atletas que andam na universidade e que “todos os meses pagávamos, agora há um acordo entre a Cimoeste e a Rodoviária”.
Elencou também os gastos relacionados com os contratos de trabalho dos atletas, “a multiplicar por três anos e meio, estamos a falar em cerca de 525 mil euros”. Assegurou que “o Caldas paga ao Estado e nunca teve atraso quer às Finanças quer à Segurança Social, nunca deixou de pagar o quer que fosse”.
Na listagem dos encargos, descreveu a manutenção do relvado, “cerca de 210 mil euros em três anos e meio”, o transporte das equipas para os campeonatos nacionais, “cerca de 87.500 euros” e o protocolo para ter fisioterapeutas, “cerca de 87.500 euros”.
Um sócio manifestou preocupação sobre o futuro financeiro. “Temos de restringir despesas senão caímos num buraco, como vai ser?”, questionou.
O presidente da mesa de assembleia geral, Jorge Varela, concordou: “Ou se arranja forma do nível de receitas subir ou tem de se baixar a despesa”.
Antes de se passar à questão de inexistência de listas concorrentes aos órgãos sociais, uma associada interrogou a razão pela qual não houve uma publicação oficial da saída de “duas figuras do clube”, Rui Almeida, diretor, e Juvenal, jogador.
Rui Almeida “pediu para sair” e Juvenal, “abandonou o clube”, retorquiu Jorge Reis, sem mais explicações.
Foi então altura do presidente da mesa da assembleia geral lamentar que “um clube como o Caldas que enche esta sala durante a semana, entre tantos sócios”, não haja quem avance com uma candidatura para os órgãos sociais – mesa da assembleia geral, direção e conselho fiscal – para o biénio 2024/2026.
Entre a possibilidade de alguns dos atuais dirigentes formarem uma nova lista ou se constituir uma Sociedade Anónima Desportiva (SAD), através de investimento de privados para a profissionalização do futebol do clube, foi lançado o repto aos sócios para ser encontrada uma solução, e até lá o Caldas vai estar em gestão.
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