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“Aberta” reabriu com tempestade Karlota e marés grandes mas pode voltar a fechar

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A ligação da Lagoa de Óbidos ao mar voltou a abrir completamente a 10 de fevereiro, dois dias depois de ter fechado devido ao assoreamento e antes que as autoridades competentes realizassem qualquer tipo de intervenção.

A ligação da Lagoa de Óbidos ao mar voltou a abrir completamente a 10 de fevereiro, dois dias depois de ter fechado devido ao assoreamento e antes que as autoridades competentes realizassem qualquer tipo de intervenção.

Na manhã do dia 10, o presidente da Junta da Foz do Arelho, Fernando Sousa, publicou uma fotografia na sua página de Facebook a informar que a “aberta” voltava a fazer a ligação ao mar. “Três pessoas sozinhas conseguiram abrir”, escreveu.

A natureza também ajudou, com a tempestade Karlota a aumentar bastante os caudais dos rios que desaguam na Lagoa e as marés grandes a fazer a água do mar entrar em maior quantidade.

“Na sexta-feira, dia 9, andei na Serra do Picoto junto a um afluente do rio Real que parecia uma torrente”, contou ao JORNAL DAS CALDAS Miguel Castro, da Intertidal, operador turístico na Lagoa. “Toda aquela água, de todas as dezenas de ribeiras da região que correm para a Lagoa, aumentaram o nível de água ao ponto que a cota se tornou superior ao constrangimento de areia e ela começou a fluir”, explicou.

Antes disto, um dia depois da “aberta” ter fechado, o presidente da Associação de Pescadores e Mariscadores da Lagoa de Óbidos (APMLO), Sérgio Félix, promoveu uma conferência de imprensa na Foz do Arelho a apelar uma urgente intervenção da Agência Portuguesa do Ambiente.

Sérgio Félix tem agora receio que a situação seja passageira e que a “aberta” volte a fechar. O pior seria que a ligação fechasse mais perto do verão, o que teria piores consequência para os bivalves.

No dia da conferência de imprensa, os pescadores e mariscadores presentes demonstraram a sua preocupação, uma vez que ao não entrar água salgada na Lagoa durante muito tempo corriam o risco de ficarem novamente sem poder trabalhar.

Sérgio Félix lembrou que estes profissionais já tinham estado três meses impedidos de trabalhar por falta de qualidade da água. Em causa estão cerca de 80 famílias, cujo rendimento está dependente da Lagoa. Os profissionais ainda estão à espera do dinheiro de fundo de compensação a que têm direito.

A apanha e pesca na Lagoa de Óbidos estiveram interditas entre setembro e 12 de dezembro de 2023, depois de as análises terem detetado a existência de toxinas na água.

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