Com o objetivo de construir um bando de andorinhas, nos materiais mais diversos, a ser instalado, como obra criativa coletiva, na Rua das Montras, em Caldas da Rainha, no início da primavera, está a ser lançado um desafio à participação da comunidade.
Zélia Évora, Manuel Bandeira Duarte, Mónica Correia e Ana Hermenegildo dinamizam o projeto Ode à Primavera.
“A ideia é ser o mais livre e criativo possível. Essa liberdade é essencial para que as peças sejam únicas. É um projeto sem fins lucrativos, para e pela comunidade. Pretendemos que seja um projeto inclusivo, por isso, queremos estender o convite a escolas de pequenos e crescidos, lares, instituições, comerciantes, artistas, em suma, a todos os cidadãos, individuais ou coletivos. Com a ajuda de todos conseguiremos criar uma primavera festiva na nossa cidade, uma obra única, de todos”, relata o grupo.
“Na nossa cidade a andorinha foi eternizada pela cerâmica de Bordallo mas, também, por muitos outros artistas”, indica, socorrendo-se de palavras de Sofia Bandeira Duarte para contextualizar o destaque a esta ave: “No final do século XIX, Caldas da Rainha era uma estância termal de enorme popularidade. Durante a época estival, aqui era notada a presença de andorinhas em abundância, sobretudo em redor nos plátanos, como que dando as boas-vindas a quem chegava e se deslocava na área do “Passeio da Copa”. Observador sempre atento a toda esta realidade foi Rafael Bordallo Pinheiro – o fundador da Fábrica de Faianças das Caldas -, que em 1891 moldou em cerâmica alguns exemplares de andorinhas. Interessado pelo trabalho artístico baseado em elementos naturalistas, Bordallo viu na andorinha a mensagem da própria alma portuguesa, entre a aventura da partida e a saudade do regresso. Desenhou e produziu quatro modelos de andorinhas em faiança, pintados à mão e vidrados, diferindo no tamanho e nos movimentos, de forma a potenciar o efeito criativo da sua apresentação em conjunto. Ainda nos anos 90 de Oitocentos, o artista registou a patente destas peças, certamente consciente da sua iminente popularidade. Rapidamente e até aos dias de hoje, as andorinhas – sozinhas ou em bando -, tornaram-se presença habitual nas casas portuguesas. Algumas delas replicam, ainda, o desenho original de Rafael Bordallo Pinheiro”.
O grupo aponta que as andorinhas, “entre muitas outras coisas, são símbolo do lar e da renovação”.
Para a construção, “os materiais podem ser todos os que permitam construir a andorinha”. No entanto, deve-se ter em conta que a maior parte delas vai estar exposta na rua durante alguns dias, logo, sujeitas a chuva, vento e sol. Algumas poderão estar em montras, dependendo do seu tamanho e do material que for utilizado.
À medida que forem feitas devem ser entregues devidamente identificadas. O limite é 20 de fevereiro. Mais informações pelo telemóvel 918253141 ou pelo e-mail ode.a.primavera@gmail.com.
A iniciativa tem o apoio da Câmara Municipal das Caldas da Rainha e da União de Freguesias de Caldas da Rainha – Nossa Senhora do Pópulo, Coto e São Gregório.
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