O Teatro da Rainha despediu-se da temporada de 2023 com o colóquio “Teatro, Espaço Vazio e Democracia”, realizado no dia 16 de dezembro, que teve como tema geral “O Caos do Sentido: Presencial versus Virtual.
Houve abordagens diferenciadas por parte dos quatro intervenientes. Fernando Mora Ramos falou da sociedade do espetáculo, acentuando a vocação do teatro como busca de verdade no espaço político: “Ser índio na floresta que resta”. Eduarda Neves ofereceu uma ideia de teatro a partir da experiência de Tadeusz Kantor: “Sobre uma certa ideia de pobreza: o teatro zero”. Manuel Portela efetuou um exercício de escrita enquanto problematização da oposição presencial/virtual. Miguel Serras Pereira colocou a tónica numa ideia de democracia centrada no papel do cidadão.
Seguiu-se um debate e a leitura encenada de “Reality Show”, de Alberto Pimenta.
Ficou assim concluída a temporada de 2023, bastante preenchida, como recorda o Teatro da Rainha numa lista não exaustiva do que foi fazendo entre janeiro e dezembro.
No capítulo das novas criações, houve várias: De 16 de março a 8 de abril: “Ajax, Regresso(s)”, de Jean-Pierre Sarrazac, com encenação de Fernando Mora Ramos; de 19 a 23 de julho: “Os Míseros: Prantos, Lamentos, Loas e Pregões + S.N.S.”, cenas de Gil Vicente e Henrique Manuel Bento Fialho, com encenação de Fernando Mora Ramos; De 15 a 25 de novembro: “Antigonick”, de Anne Carson, dramaturgia de Isabel Lopes e encenação de Fernando Mora Ramos; No dia 9 de dezembro: “O homem da guitarra”, de Jon Fosse, com encenação de Tiago Moeira.
Houve também reposições: De 27 a 29 de janeiro: “Mandrágora”, de Niccolò Machiavelli, no CCC; A 27 de março: “O Discurso dobre o filho-da-puta”, de Alberto Pimenta, nas Comemorações do Dia Mundial do Teatro, no CCC.
Em digressão esteve “Discurso sobre o filho-da-puta”, de Alberto Pimenta, no Teatro Municipal Sá de Miranda (Viana do Castelo) a 21 de janeiro, no Espaço Teatrosfera! (Queluz) a 4 de fevereiro, no Cineteatro Camacho Costa (Odemira) a 28 de abril, nas Noites da Nora (Serpa) a 12 de julho, no Festival Internacional de Teatro Cómico da Maia a 11 de outubro, e no Teatro Municipal de Vila Real a 20 de outubro.
Igualmente em digressão foi levada a peça “Police Machine”, de Joseph Danan, nos Artistas Unidos (Lisboa) de 9 a 11 de fevereiro, no Teatro das Beiras (Covilhã) a 24 de maio, e no Teatro de Almada a 27 e 28 de maio.
O evento Diga 33 – Poesia no Teatro contou com as seguintes sessões: 24 de janeiro: James Joyce por Abílio Hernandez Cardoso; 28 de fevereiro: João Habitualmente; 21 de março: Fernando Ribeiro de Mello por Pedro Piedade Marques e Luís Alvarães (com exibição do filme “Editor Contra”, de Luís Alvarães); 18 de abril: Rosa Alice Branco; 20 de maio: Armando Silva Carvalho por Ana Marques Gastão, José Manuel Vasconcelos, José Ricardo Nunes e Teresa Carvalho; 20 de junho: Luiz Pacheco por António Cândido Franco; 19 de setembro: Tatiana Faia e José Pedro Moreira; 17 de outubro: Carlos de Oliveira por Fernando Cabral Martins; 15 de novembro: homenagem a A. M. Pires Cabral, com Pedro Mexia (Fundação Casa de Mateus, Vila Real); 21 de novembro: 4 autores à procura de voz (com Cecília Ferreira, Elisabete Marques, Henrique Manuel Bento Fialho e Manuel Portela); 12 de dezembro: recital de poesia erótica e satírica a partir da recolha de Natália Correia.
No que diz respeito a atividades educativas, foram realizadas diversas: Oficina Lúdica de Práticas de Imaginação e Ates para crianças; Oficina de Iniciação ao Teatro para adolescentes; Oficina de Treino Teatral para Adultos; Oficina de Dramaturgia com Joseph Danan; As Antígonas, por José Pedro Serra; Shakespeare & Beckett, a linguagem em acção, por Manuel Portela; colóquio Teatro, Espaço Vazio e Democracia, com Eduarda Neves, Fernando Mora Ramos, Manuel Portela e Miguel Serras Pereira.
Houve ações de laboratório: 25 de fevereiro: arranque do projecto “4 autores à procura de voz”, com Cecília Ferreira, Elisabete Marques, Henrique Manuel Bento Fialho e Manuel Portela; 13 e 14 de maio: “4 autores à procura de vozes” (autores encontram actores); 11 de dezembro: apresentação na Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste do projeto “Cenas de fim de boca”, concebido por Fernando Mora Ramos.
As publicações também fizeram parte: “Ajax, Regresso(s)”, de Jean-Pierre Sarrazac, tradução de Isabel Lopes, Companhia das Ilhas/Teatro da Rainha, março de 2023; “Antigotriz”, de Anne Carson, tradução de Isabel Lopes, Companhia das Ilhas/Teatro da Rainha, novembro de 2023; “Caldas, Cidade Criativa? – intervenções do colóquio Teatro, Espaço Vazio e Democracia 2022”, Teatro da Rainha, dezembro de 2023.
Foram realizadas leituras encenadas: 28 de outubro: “Moz MyLove”, de Venâncio Calisto; 21 de novembro: textos produzidos no âmbito do projecto “4 autores à procura de voz”; 16 de dezembro: “Reality Show”, de Alberto Pimenta.
Ao longo do ano, o Teatro da Rainha acolheu outros trabalhos: 21 de janeiro: “Mapas que não servem”, de Joana Craveiro (trabalho dos finalistas da licenciatura em Teatro da ESAD.CR); 28 de janeiro: “Laços”, de Daniel Keene (encenação de Luís Varela, Baal 17); 2 a 4 de fevereiro: “Taco a Taco”, de Kieran Hurley e Gary McNair (encenação de Pedro Carraca, Artistas Unidos); 12 de abril: “Molly Sweeney”, de Brian Friel (encenação de Nuno Cainhas, Teatro das Beiras); 20 de maio: “Music-Hall”, de Jean-Luc Lagarce (encenação de Rogério Cavalho, Teatro de Almada); 23 de setembro: “A Festa”, de Spiro Scimone (encenação de Ivo Alexandre, Dois); 30 de setembro: “Espécies de Lázaro”, de Vanesa Sotelo (Teatro Art’Imagem); 18 de outubro: “A Bela e o Monstro”, de Fernando Gomes (TeatroEsfera); 3 de novembro: “Atrás do Som e da Imagem” – projecção dos filmes “Natureza Morta” e “48”, de Susana Sousa Dias (Miso Music); 15 de dezembro: “Da Índia?”, de Ricardo Simões a partir de Gil Vicente (Teatro do Noroeste).
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