Esta formação, que decorreu no auditório Paulo Vasques, na Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro, contou ainda com a presença de elementos da GNR, Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens, Bombeiros, Município, Santa Casa da Misericórdia e diferentes instituições que dão suporte a problemáticas ligadas ao suicídio e saúde mental.
Segundo o coordenador do programa, enfermeiro João Marques, especialista em saúde mental e psiquiátrica do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, o programa nasceu em 2009 na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra e tem como metas a promoção da Saúde Mental e bem-estar em jovens do 3º ciclo e secundário.
Recordou que em setembro foi dada a formação a cem docentes do agrupamento. “O intuito é a prevenção de comportamentos da esfera suicidária e o combate ao estigma em saúde mental”, salientou.
O programa inclui sessões de sensibilização com os alunos. “No início e no final são feitos questionários aos jovens que permite avaliar e perceber se o projeto tem efetividade e que resultados produz”, explicou.
Com o Oeste a ser uma das regiões com maior prevalência de suicídios no país, o pretendido é ajudar os mais jovens, “dar-lhes o conhecimento e ferramentas para que possam entender os desafios da saúde mental, para ultrapassar estigmas, obstáculos e momentos de tristeza”.
O programa tem três vertentes que são trabalhadas com os adolescentes. Uma está ligada à prevenção e promoção no geral e depois existe aquela que é trabalhada “após o suicídio de alguém que pertencia à comunidade escolar, ou seja, vamos intervir com os sobreviventes, que são aqueles com maior risco por haver este evento traumático”, contou o enfermeiro.
“Quanto mais cedo nós trabalhamos e intervimos nesta dimensão menor é a probabilidade de evoluir para consequências mais graves e depois necessitar de outro tipo de intervenção”, adiantou o coordenador do programa.
Sendo o suicídio um tema ainda tabu na sociedade, João Marques diz que é importante que “reduzir o estigma”. “Nós reforçamos a ideia que a ajuda existe e que temos sempre uma rede de apoio, nunca estamos sozinhos. Daí o programa se chamar ‘Mais Contigo”.
“O compromisso dos vários intervenientes é facto de construir uma rede que permita ter uma intervenção mais célere possível”, adiantou.
Para o enfermeiro é fundamental que docentes, não docentes e elementos de instituições que dão suporte a problemáticas ligadas à saúde mental tenham conhecimento deste programa para poder “identificar algum potencial caso de risco”.
João Marques realçou ainda que na pandemia “houve um agravamento de sintomas ligados à saúde mental, daí a importância de dinamizar este programa”.
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