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Naufrágio faz duas vítimas mortais

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Dois homens morreram e outros dois salvaram-se com ferimentos ligeiros do naufrágio do barco onde praticavam pesca lúdica, ocorrido no passado dia 19 ao largo da Nazaré.
Foram mobilizados vários meios de socorro

Dois homens morreram e outros dois salvaram-se com ferimentos ligeiros do naufrágio do barco onde praticavam pesca lúdica, ocorrido no passado dia 19 ao largo da Nazaré.

Os quatro tripulantes da embarcação de recreio utilizada na pesca lúdica tinham saído na madrugada do dia anterior para o mar, para pescarem junto aos Farilhões, em Peniche, e estavam de regresso ao porto da Nazaré quando aconteceu a tragédia.

Segundo relatou um amigo dos tripulantes, um cabo terá prendido na hélice, levando o barco, de nove metros de comprimento, a ficar à deriva e aproximar-se da costa, onde acabou por virar, situação que é alvo de averiguação pela Capitania da Nazaré.

O alerta foi dado de duas formas. Pelo 112, por um popular, pelas 19h21, e por uma comunicação para o Centro de Coordenação de Busca e Salvamento Marítimo de Lisboa (MRCC Lisboa), recebida pelas 19h26, a informar que a embarcação tinha naufragado à entrada da barra da Nazaré.

Foram ativados de imediato tripulantes da Estação Salva-vidas da Nazaré, elementos da Polícia Marítima da Nazaré, assim como os Bombeiros Voluntários da Nazaré e militares da GNR, no total de cerca de duas dezenas de elementos.

À chegada ao local, constatou-se que dois dos tripulantes tinham chegado à praia de São Gião pelos próprios meios, sendo auxiliados pelos bombeiros e transportados a partir da praia do Salgado para o Hospital de Leiria. Apresentavam sintomas de hipotermia mas acabariam por ter alta na manhã seguinte.

Quanto aos outros dois tripulantes, estavam desaparecidos e foram efetuadas buscas, coordenadas pelo capitão do porto da Nazaré. As operações envolveram também uma aeronave da Força Aérea Portuguesa e duas embarcações (uma draga e uma de pesca) que se encontravam na zona.

Pelas 22h00 foram encontrados sem vida. Foi detetada a presença de um dos corpos junto à praia da Nazaré, de onde foi extraído pelos elementos da Polícia Marítima e dos bombeiros, tendo o outro corpo sido detetado por uma das embarcações de pesca envolvida nas buscas e recolhido pelos tripulantes da Estação Salva-Vidas da Nazaré. Estava preso em cabos, na zona de rebentação.

Os óbitos foram declarados no local pelo delegado de saúde e os corpos foram transportados para o Instituto de Medicina Legal de Leiria para serem autopsiados.

O Gabinete de Psicologia da Polícia Marítima foi ativado para prestar apoio aos familiares das vítimas, com idades entre 35 e 72 anos, da zona de Leiria, Marinha Grande e Batalha.

Uma das vítimas mortais era Lino Pereira, de 72 anos, da Marinha Grande, o mais experiente de todos eles. “Era o grande mestre da marina da Nazaré”, manifestou um amigo. Trabalhou na empresa Grandupla (antiga empresa de plásticos na Marinha Grande).

O outro falecido foi João Fernandes, de 67 anos, de Leiria. No ano passado tinha cessado funções como procurador-geral adjunto no Tribunal Central Administrativo Sul, depois de ter sido promovido quando estava no Tribunal Administrativo Fiscal de Leiria.

Quanto aos feridos, Joaquim Santos, de 69 anos, era o proprietário do barco, que tinha sido comprado há pouco tempo. Tem carta de navegador de recreio até 40 milhas da costa. Natural da Batalha, é dono de unidades de hotelaria e restauração na Maceira, em Leiria.

Isidoro Gonçalves, de 35 anos, é um sucateiro de São Mamede, Batalha.

Severino Lourenço, comandante da capitania da Nazaré, relatou que o mar estava “com ondas com cerca de um metro, mas por vezes pode acontecer uma ondulação mais forte que possa provocar algum acidente”. Não estavam condições “muito más”, mas “é difícil dar uma explicação concreta e tudo o que possa adiantar é especular”, referiu.

Os destroços do barco que apareceram foram recolhidos pela Polícia Marítima da Nazaré e servirão para a investigação.

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